
A noite desta terça-feira,10, e a madrugada de quarta-feira, 11, prometem um espetáculo celeste raro. A Lua cheia de junho, popularmente conhecida como "Lua de Morango", surgirá em sua posição mais baixa no céu em quase duas décadas. O auge do fenômeno está previsto para as 4h46 da manhã, horário de Brasília.
Embora mais visível no hemisfério Norte, o evento também pode ser apreciado em outras partes do mundo, inclusive no Brasil, com características distintas devido à inclinação da órbita lunar.
Um nome com raízes ancestrais
O termo “Lua de Morango” não se refere à cor do satélite, mas sim a um marco sazonal. Povos indígenas da América do Norte a batizaram assim por coincidir com a época de colheita de morangos silvestres. Com o tempo, o nome se popularizou internacionalmente por sua sonoridade poética e conexão com a natureza, mesmo sem representar eventos agrícolas no hemisfério Sul. A lua cheia de junho também é conhecida por outros nomes ligados ao ciclo agrícola e às tradições indígenas norte-americanas, como Lua Quente e Lua Verde do Milho, refletindo a importância do céu como calendário para antigas culturas.
A grande paralisação lunar: o lunistício
O evento deste ano é ainda mais especial por coincidir com o chamado lunistício, ou grande paralisação lunar, um fenômeno astronômico que acontece apenas a cada 18,6 anos. Durante esse ciclo, a inclinação da órbita da lua atinge seus limites máximos, fazendo com que o satélite apareça muito mais baixo no céu do hemisfério Norte e, em contrapartida, mais alto no hemisfério Sul.
Essa mudança orbital amplia a experiência visual para observadores em diferentes regiões e explica por que a lua parecerá mais próxima do horizonte do que o habitual, o que pode também provocar ilusões de ótica, fazendo-a parecer maior ou mais brilhante.
Estrela Antares: um brilho a mais no espetáculo
Para completar o cenário, a estrela Antares, a mais brilhante da constelação de Escorpião, estará em notável proximidade com a lua. Em algumas localidades, a lua poderá ocultar temporariamente a estrela, em um fenômeno conhecido como ocultação lunar. A interação entre os dois corpos celestes deve ser visível a olho nu e representa mais um atrativo para os entusiastas da astronomia.
Como e onde observar
Para aproveitar ao máximo esse fenômeno celeste, os especialistas recomendam buscar locais com visão desobstruída do horizonte leste, longe de poluição luminosa e com céu limpo. Áreas elevadas ou regiões afastadas de grandes centros urbanos são ideais.
A lua cheia surgirá já na noite do dia 10, mas seu ponto máximo de beleza e simbolismo será nas primeiras horas da manhã do dia 11, às 4h46.
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