
Com pouca participação do público — bem diferente da movimentação que o tema costuma gerar nas redes sociais — a Câmara Municipal realizou, na noite desta segunda-feira, 12, mais uma audiência pública para discutir o transporte coletivo em Franca.
O vereador Gilson Pelizaro (PT), que presidiu a sessão, usou a palavra na abertura, destacando a importância do tema. “Um debate extremamente importante, que é o transporte público, o transporte coletivo da cidade de Franca – e que está em processo de licitação – demanda debates e discussões, dos quais o tema carece.”
Na sequência, a mesa diretora foi composta por membros da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara. Participaram também do evento a presidente da Emdef (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca), Milena Bernardino Goulart, o procurador-geral do município, Eduardo Campanaro, e Luiz Carlos, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), e outros representantes.
Luiz Carlos apresentou gráficos e números detalhados, mostrando que Franca precisa do aporte do poder público para garantir a continuidade do serviço. “50% das pessoas que usam não pagam”, afirmou em trecho de sua fala na tribuna.
Eduardo Campanaro expôs dados que mostram que o transporte público francano enfrentava uma queda de 7% ao ano antes da pandemia de covid-19 e que, após a pandemia, a recuperação atingiu apenas 60% do volume anterior.
Atualmente, a frota conta com 58 veículos. Em abril de 2024, por exemplo, 817.874 pessoas foram transportadas. Desse total, 400.664 foram pagantes, o que representa 49% do público; ou seja, os outros 51% foram usuários não pagantes, enquadrados nas gratuidades.
Em linhas gerais, tanto Campanaro quanto Luiz Carlos argumentaram que o transporte público precisa de apoio do poder público, subsidiando o serviço para a população.
Um morador reclamou do aumento previsto no número de veículos — de 58 para 63 — e também das condições dos canais de atendimento atuais.
Jonas Carvalho, por sua vez, disse na tribuna que a empresa São José, atual responsável pelo transporte público, coloca uma linha para percorrer diversos bairros, o que impacta diretamente os trabalhadores que utilizam o serviço. Ele se declarou a favor da permanência da empresa, mas defendeu mudanças para melhorar o transporte público. “Não colocar vinte bairros em uma só linha; o trabalhador vai a pé ou de Uber. Aos sábados, não há ônibus. Minha sugestão é reestudar a situação desses bairros que precisam de transporte e colocar micro-ônibus. Faltam ônibus”, disse.
Também foi solicitado que fossem revisadas as gratuidades incluídas no custo do serviço, apontando que algumas são inconstitucionais e não deveriam ser concedidas. Pedidos como a mudança da empresa São José, mais empresas prestando o serviço na cidade, ar condicionado nos ônibus, mais linhas e mais ônibus, entraram na discussão. Mais de uma munícipe reclamou da falta de divulgação da audiência pública.
O estudo realizado pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), dispensado de licitação, custou R$ 1.124.173,04.
A população em geral também pode participar da consulta pública, que está recebendo sugestões dos munícipes até 17 de maio. A iniciativa, disponível desde 3 de abril, visa ouvir as demandas dos usuários do transporte coletivo.
A prefeitura propõe uma tarifa de R$ 4,00 - R$ 1,00 abaixo do valor atualmente praticado pela empresa São José. O Executivo afirma que injetará R$ 22 milhões por ano para subsidiar o serviço com essa tarifa e manter todas as gratuidades existentes.
“Eu não compro um quilo de linguiça com R$ 22,00”, diz Elaine Rocha. A referência dela foi que, utilizando o transporte por 22 dias no mês, com R$ 1,00 de economia diária, a redução no orçamento seria irrisória. Ela pediu mais investimentos no serviço e foi enfática ao dizer que não é caro pagar R$ 5,00 na passagem, desde que o serviço seja de qualidade.
A audiência já dura mais de 2h45 e, por volta das 22h, aproximava-se das considerações finais.
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Comentários
2 Comentários
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Juarez 13/05/2025Elegeram um prefeito arroz com feijão, nunca discutiu transporte público, nem coleta seletiva, nem enchentes e nem meio ambiente. Como que metade dos usuários são gratuitos? Quem fez a pesquisa?
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Pedro. neves. nogueira 13/05/2025Bom dia a todos na minha opinião que já deveria ter sido feito uma licitações pra que temos uma outra empresa não sair o contrário temos de ter duas empresas porque a nossa franca já mudou não e a quela com 180 mil Abitante hoje temos 400 mil ou mais Abitante então Sr prefeito e Sr vereadores vcs que tem de saber onde a roda pega? Agora a única coisa que o povo não muda e está câmara municipal o povo não sabe votar o voto e coisa séria não dar seu voto por uma sexta básica ou por um corte de cabelo porque 04 anos ao e pouco né?