
Maria Angélica dos Santos, de 53 anos, morreu no último sábado, 10, no Pronto-socorro “Dr. Álvaro Azzuz”, em Franca, enquanto aguardava transferência para um hospital com mais recursos. De acordo com seu filho, Túlio Santos, ela sofria de acúmulo de líquido nos pulmões, crises de falta de ar e foi diagnosticada com tuberculose.
A paciente foi internada em 29 de abril e, desde então, seu estado de saúde piorou enquanto aguardava uma vaga em hospital. Segundo a família, ela precisou de oxigênio no pronto-socorro, mas não recebeu a assistência adequada, pois a estrutura necessária só estaria disponível em um hospital.
O filho afirmou que Maria foi entubada no pronto-socorro sem autorização familiar. “Eles estavam levando na brincadeira. Eles entubaram minha mãe sem autorização, não conversaram com ninguém da família”, afirmou. Túlio Santos acusa a Prefeitura de Franca e a Secretaria Estadual de Saúde de negligência. “Acabaram com a minha vida”, desabafou.
A família também critica a ausência de definição de urgência pela Prefeitura de Franca no processo de regulação e a demora do Estado em disponibilizar uma vaga.
Maria Angélica dos Santos foi sepultada nesse domingo, 11, em pleno Dia das Mães, no Cemitério Santo Agostinho, em Franca. Ela deixou três filhos e dois netos.
Outro lado
Em nota divulgada anteriormente, a Prefeitura de Franca informou que o pedido de transferência foi realizado, mas que a responsabilidade pela liberação da vaga seria da Secretaria Estadual de Saúde. O Governo do Estado, por sua vez, afirmou que a ficha da paciente estava desatualizada no sistema pela administração municipal, o que impossibilitava a liberação da vaga. A Secretaria Estadual de Saúde também relatou que a Prefeitura tem a possibilidade de realizar a regulação de acordo com o quadro clínico do paciente. A administração rebateu as alegações, afirmando que as fichas dos pacientes são atualizadas diariamente e incluem suas evoluções médicas.
Procurada novamente nesta segunda-feira, 12, a Secretaria Municipal de Saúde respondeu que Maria Angélica deu entrada no pronto-socorro e que a avaliação médica indicou a necessidade de transferência para um hospital. A paciente foi inserida no Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo), de gestão estadual, que gerencia o acesso aos leitos nos hospitais da região conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Ainda segundo a nota, ela apresentou desconforto respiratório e dessaturação no sábado. “Foi reavaliada pelo médico e conduzida à sala de urgência. Realizou-se intubação orotraqueal. A paciente estava acompanhada pelo filho, e o mesmo foi orientado pelo médico sobre a necessidade de medidas invasivas para preservar a paciente”, diz o texto.
O Estado, por meio do Siresp, lamentou o ocorrido e explicou que, no sábado, o Pronto-socorro "Dr. Álvaro Azzuz" registrou na ficha médica que a paciente apresentava quadro estável, sem intercorrências ou riscos iminentes, o que permitiria que ela aguardasse até que a Santa Casa de Franca tivesse condições físicas para recebê-la. Já na manhã de domingo, ao solicitar uma nova atualização da ficha médica, o Siresp foi informado pelo pronto-socorro que Maria Angélica havia morrido.
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Comentários
10 Comentários
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EDUARDO TOZZI BONILHA 14/05/2025É isso. A corda provavelmente vai romper no elo mais fraco: na enfermagem. E sempre foi assim: o dinheiro do trabalho e dos impostos do trabalhador brasileiro desviado para o bolso de banqueiros, investidores, políticos, figurões, abastados, mafiosos e \"empresários\", ao invés de ir para a Saúde, para a Educação, para a Segurança, para Moradia e Habitação, para a conservação ambiental, para o Transporte Público. Para este pessoal, nunca foi interessante investir no povo: um povo instruído e empoderado não toleraria esta sangria.
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Ju 13/05/2025Minha mãe quando viva internou várias vezes na santa casa, porém quando paciente tem alta, normalmente de manhã, só é liberado a tarde, por pura burocracia entre um plantão e outro. Com isso pessoas precisando de leito morrem. Politicos vão na santa casa de manhã e veja quantos estão de alta e não podem ir embora sem a documentação que ficam enrolando para liberar.
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Rosana 13/05/2025Penso que casos mais graves como este, deveria ter prioridade nas vagas. Deixaram morrer, infelizmente.
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ira 13/05/2025profundo sentimentos a familia,
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Freitas 13/05/2025Infelizmente, mais uma vida perdida pela incompetência estatal. Esse sistema prefeitura de Franca - Estado de São Paulo tem infinitas camadas de burocracia e má vontade dos profissionais. Não existe censo de urgência, os pacientes têm alta da Santa Casa as 10h da manhã e a papelada de saída só é finalizada às 16h. Enquanto isso continuam ocupando leitos que poderiam receber outras pessoas. A estabilidade protege servidores públicos preguiçosos e incompetentes e alimenta um sistema burocrático que prejudica a população.
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Alex 13/05/2025Ele voltou!!!!! Estava com saudades de você puldo! Por onde você andou? Estava fazendo uma conferência na sua aposentadoria para ver se o Frei Chico não tinha abocanhado uma parte? Mas me diga aí, quantos daqueles que foram roubados em sua aposentadoria morreram por que não tinham o suficiente para comprar o remédio, uma vez que que foi roubado por algum sindicato? Levantamentos mostram que nordestinos e os mais pobres são aqueles que mais foram roubados, mas não era o molusco o \"pai dos pobres\"? Isso sem contar os consignados fraudulentos e para onde a Crazy (que já tem antecedentes de roubar aposentados) correu quando a bomba explodiu? Para os banqueiros para pedir ajuda para tentar desmentir o impossível. Deixa a hipocrisia de lado, tome seus remédinhos e volta para o seu descanso.
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Wilson Silva 12/05/2025Enquanto as pessoas morrem nas filas das Upas e do Pronto Socorro esperando vaga pra serem internadas num hospital pra receber um tratamento adequado e mais humano, os nobres vereadores ficam dando nomes pra ruas, hoje na seção votaram o dia do Flash Black, aumento de salários próprios, um bando de inúteis, porque não vão nas Upas e no Pronto Socorro pra verificar o que realmente tá acontecendo de pessoas morrerem em filas de espera por vagas e tentar amenizar o sofrimento do povo.
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Darsio 12/05/2025Os mais de 60% dos francanos que apoiam o Tarcísio de Freitas poderiam nos justificar mais essa morte por conta do governador negar um leitos hospitalar? Aliás, esses francanos também poderiam dos dizer que o Tarcisão fez com os bilhões retirados da educação que dizia que investiria na saúde?
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Baltazar 12/05/2025E então?, senhores humanistas de jalecos brancos?, vcs mesmos que declaram morto um bebê vivo....isso acontece com quem tem dinheiro?, dinheiro na frente, né?, com dinheiro tudo se resolve, mas, infelizmente, essa não tinha.
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francano 12/05/2025mais uma vida na conta dos Administradores públicos.