INVESTIGAÇÃO

5 pessoas são denunciadas por plantões fantasmas em Patrocínio

Por Jordy Silva e Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Reprodução
Alisson, Roberta, Regina, Luíza e Keys, respectivamente
Alisson, Roberta, Regina, Luíza e Keys, respectivamente

Cinco ex-gestores da Santa Casa de Patrocínio Paulista são acusados de peculato, associação criminosa e fraude em pagamentos de plantões médicos. A denúncia foi feita pelo Ministério Público de Patrocínio e é um desdobramento da intervenção realizada na unidade de saúde em 2023, que revelou que médicos atuavam em várias cidades ao mesmo tempo.

Os cinco ex-diretores foram denunciados por envolvimento em um esquema de plantões fantasmas. Os profissionais recebiam por escalas de trabalho que não eram cumpridas, o que gerou um prejuízo estimado em mais de R$ 500 mil aos cofres públicos.

Quem são os denunciados?

  • Roberta Gilberto Diniz – Médica, considerada a líder do grupo. Ela coordenava as áreas médica, administrativa e financeira da Santa Casa;
  • Keys de Alencar Correa – Provedor do hospital, trabalhava sob a orientação direta de Roberta;
  • Regina Helena de Freitas Lopes – Médica, integrante do esquema criminoso;
  • Luiza Poubel Marques Domingues – Médica, também fazia parte da organização criminosa;
  • Alisson Bruzon de Assis – Responsável pelas áreas operacional e financeira, ele autorizava os pagamentos irregulares.

Escalas incompatíveis

Durante as investigações, ficou constatado que os acusados estavam escalados para atuar em Patrocínio Paulista, mas, simultaneamente, constavam como ativos em outras cidades, como Franca, Itirapuã e Cristais Paulista.

O Ministério Público denunciou os envolvidos pelos seguintes crimes: peculato, associação criminosa e por exercerem funções equiparadas às de servidores públicos em entidade conveniada ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Segundo a denúncia apresentada pelo órgão, o prejuízo total causado à Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio Paulista é estimado em R$ 574.222,62. Desse montante, R$ 363.142,82 teriam sido causados por Roberta Gilberto Diniz, R$ 174.247,79 atribuídos a Regina Helena de Freitas Lopes, e R$ 36.832,01 a Luíza Poubel Marques Domingues. Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre os prejuízos atribuídos a Keys de Alencar Corrêa e Alisson Bruzon de Assis.

Condenações anteriores

Essa não é a primeira denúncia envolvendo a antiga gestão da Santa Casa. Em outro processo já concluído, três pessoas foram condenadas pelo uso de medicamentos vencidos e de etanol industrial — o mesmo utilizado em postos de combustíveis — no dia a dia do hospital.

A unidade de saúde passou por intervenção da Prefeitura em 2023, após uma série de denúncias e constatações de má gestão.

Outro lado

A reportagem tentou contato com o Ministério Público de Patrocínio Paulista para obter informações sobre os responsáveis pelas defesas dos acusados, mas foi informada de que, até o momento, o órgão ainda não possui a relação oficial dos advogados constituídos.

O GCN também tentou contato com os consultórios de Luíza Poubel Marques Domingues e Regina Helena de Freitas Lopes, além dos telefones de contato de Roberta Gilberto Diniz. No momento da ligação, Luíza não estava presente em seu consultório. As tentativas de contato com os consultórios de Regina Lopes e Roberta Diniz não obtiveram sucesso.

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Comentários

2 Comentários

  • Mauro 09/05/2025
    Já foi-se o tempo em que médicos trabalhavam por vocação e amor a profissão e com a missão de salvar vidas. Hoje, só visam dinheiro. Não todos, mas a grande maioria.
  • Gonçalves 09/05/2025
    Imagine agora, com esse tipo de caráter, como seriam os atendimentos profissionais dessas médicas e o cuidado com a coisa pública desses outros.....