ESCÂNDALO NO INSS

Planalto se irrita com Lupi: ministro deveria pedir demissão

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/ Bruno Peres/Agência Brasil
A avaliação interna é que Lupi deveria, por iniciativa própria, pedir demissão para minimizar o desgaste político para o governo.
A avaliação interna é que Lupi deveria, por iniciativa própria, pedir demissão para minimizar o desgaste político para o governo.

O Palácio do Planalto está cada vez mais incomodado com a condução do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), das fraudes bilionárias descobertas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A avaliação interna é que Lupi deveria, por iniciativa própria, pedir demissão para minimizar o desgaste político para o governo.

Leia mais: Ministro de Lula sabia de descontos na Previdência desde 2023

Reportagem do Jornal Nacional revelou que Lupi foi alertado sobre irregularidades no INSS em junho de 2023, mas só tomou uma providência no ano segunte. Depois que o tema foi discutido em abril de 2024, desapareceu da pauta do colegiado.

O desconforto é ainda maior porque Carlos Lupi, presidente nacional do PDT — partido tradicionalmente aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, foi o responsável por indicar Alessandro Stefanutto para a presidência do INSS. Stefanutto foi exonerado nesta semana após ser alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Antes dele, o antecessor Glauco Wamburg, também apadrinhado por Lupi, foi demitido em 2023 por suposto uso irregular de passagens e diárias.

O Planalto vê o escândalo como particularmente grave porque atinge diretamente aposentados e pensionistas — público eleitoral estratégico para Lula. A operação da PF apura desvios que podem chegar a R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos nos benefícios de segurados do INSS. Segundo as investigações, 11 associações descontavam mensalidades sem autorização dos beneficiários.

Embora o primeiro alerta tenha sido feito em meados de 2023, apenas em março de 2024 o INSS editou uma instrução normativa para endurecer as regras de autorização para descontos em folha. Mesmo assim, o esquema continuou até a operação policial. As associações suspeitas só foram descredenciadas após a ação conjunta da PF e da CGU.

Relatórios de auditoria da CGU mostram que, logo após o alerta recebido por Lupi, o volume de descontos suspeitos cresceu de R$ 80,6 milhões em junho de 2023 para R$ 248,1 milhões em abril de 2024.

Apesar da pressão nos bastidores, Carlos Lupi resiste à ideia de deixar o cargo.

*Com informações da Agência Senado e G1 

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Comentários

1 Comentários

  • Muito estranho 28/04/2025
    Muito estranha essa falta de coragem do Lula em demiti-lo. De duas uma ou as duas: conivência ou/e incompetência.