
Uma família de Franca vive dias de angústia diante da situação crítica de Wellington Borges Maurício, de 33 anos, um homem obeso que, segundo relato da irmã, Jéssica Borges Martins, 31, está internado com suspeita de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e sem tratamento adequado há cinco dias.
Segundo ela, Wellington está intubado, com pneumonia e rins em falência progressiva.
Jéssica conta que Wellington passou mal na última sexta-feira, 18, ficando desacordado e vomitando. Foi necessário acionar o Corpo de Bombeiros para realizar o transporte devido ao peso do paciente.
Ao ser levado ao Pronto-socorro "Dr. Álvaro Azzuz", os médicos inicialmente suspeitaram de um AVC, mas trataram Wellington com um ansiolítico, considerando também uma possível crise de ansiedade.
“Um lado do corpo dele não mexia, e mesmo assim começaram a tratar como se fosse ansiedade. Só depois de muita insistência é que falaram que poderia ser AVC e que ele precisava de vaga na Santa Casa”, relata a irmã.
Na Santa Casa, Wellington foi imediatamente intubado e os médicos confirmaram a gravidade do quadro, afirmando que ele deveria estar em um CTI (Centro de Terapia Intensiva), porém, novamente, não havia leito disponível.
No sábado, 19, foi constatado que Wellington havia desenvolvido uma pneumonia devido ao vômito aspirado. Segundo a família, os médicos apontaram que há 99% de chance de o caso ser um AVC, mas que é necessária uma tomografia para confirmar o tipo – isquêmico ou hemorrágico – e iniciar o tratamento. No entanto, a única máquina de tomografia compatível com o peso de Wellington estaria no Hospital das Clínicas, em Ribeirão Preto.
Mesmo após o Hospital das Clínicas supostamente aceitar o exame e possível internação, a transferência ainda não foi realizada. Segundo Jéssica, o impasse agora voltou a ser a disponibilidade de leito no hospital em Ribeirão. Uma maca adequada já foi providenciada por meio de ligações feitas por funcionários solidários, mas a vaga segue sem ser utilizada.
“Ontem (terça-feira) disseram que Ribeirão não quer mais aceitar. Mas já tinham dito antes que estava aceito. Sem esse exame, eles não fazem o tratamento pro AVC. Enquanto isso, ele piora. Os rins já começaram a falhar e falaram que talvez precise de diálise. Só que ele não suportaria. E mesmo assim, nada é feito”, desabafou a irmã.
Jéssica conta que está sozinha cuidando de tudo, já que os pais são idosos e doentes. “Cada dia que vou ao hospital é uma notícia pior. Perguntei ao médico se vão esperar ele morrer para Ribeirão aceitar. Ele só balançou a cabeça e disse que não podia fazer nada”, contou.
Hospital das Clínicas
Em nota, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto informou que o paciente foi inserido no Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo) às 10h05, com indicação de um local que possuísse capacidade para realizar tomografia de crânio. Segundo a instituição, a ficha foi encaminhada ao HC às 13h28, sendo finalizada pelo regulador às 16h51.
"A descrição indicava que o paciente seria transportado pela ambulância de origem, com médico acompanhante, que aguardaria a conclusão da tomografia e, posteriormente, retornaria com o paciente para a Santa Casa de Franca. No entanto, o paciente não foi encaminhado", diz a nota.
O texto continua com a instituição afirmando que não houve negativa de sua parte. "No dia 21/04/2025, foi inserida uma nova ficha, às 10h54, a qual foi encaminhada para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. A Unidade respondeu prontamente às 11h28, informando que o aparelho de tomografia disponível na Unidade de Emergência não suportava o diâmetro abdominal descrito", finalizou.
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Comentários
1 Comentários
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APARECIDO DONIZETE NUNES 24/04/2025UM VERDADEIRO ABSURDO ESSE CASO , A SAUDE ESTA UM CAOS, CADE O SR PREFEITO E SUA TROPA.