Às vésperas do encerramento da consulta pública, neste sábado, 17, Franca se encontra em um momento decisivo em relação à reestruturação do transporte coletivo. O portal GCN/Sampi analisou a minuta do edital e destacou os principais pontos que deverão ser seguidos pela próxima empresa responsável por operar a frota na cidade.
Cenário atual
Atualmente, o sistema de transporte público de Franca conta com 36 linhas de ônibus, sendo 32 regulares e 4 voltadas especificamente para trabalhadores. A frota é formada, em sua maioria, por veículos antigos: 60% dos ônibus têm mais de 10 anos de uso, enquanto apenas 14% têm até 5 anos. A idade média dos veículos é de 9,9 anos.
À noite, a oferta de viagens na cidade cai em relação ao período da manhã: no início da noite, representa apenas 25% desse volume, e no segundo período noturno, esse número cai para 14%. Nos fins de semana, a oferta corresponde a apenas 20% do fluxo registrado em um dia comum.
A quantidade de passageiros, que já estava caindo antes da pandemia, ainda não se recuperou. Hoje, o número de usuários representa apenas 60% do que era antes da covid-19. Além disso, a tarifa atual é de R$ 5,00.
Proposta
Após avaliar três cenários — manutenção do atual, ampliação da oferta e rede com novas conexões inter-regionais —, o município optou por uma quarta alternativa: um plano híbrido e financeiramente viável.
Principais mudanças da nova proposta (Alternativa 4):
- Aumento da frota: de 58 para 63 veículos (+9%);
- Maior capacidade de transporte: aumento de 16%;
- Expansão da oferta: mais partidas nos horários de pico (+16%), período noturno (+32%) e finais de semana (+22%);
- Revisão de itinerários: readequação de rotas mal otimizadas e criação de novas linhas para cobrir bairros desatendidos;
- Redução da tarifa: de R$ 5,00 para R$ 4,00, mantendo as gratuidades;
- Limite de idade da frota: todos os ônibus terão, no máximo, 10 anos de uso;
- Conectividade garantida: será obrigatória a instalação de Wi-Fi em todos os novos ônibus;
- Possibilidade de transição energética: embora o sistema seja inicialmente operado com ônibus a combustão, o contrato prevê a possível adoção de veículos elétricos, desde que comprovada a viabilidade econômica e operacional da substituição.
A ideia é iniciar uma fase de transição com melhorias pontuais e, futuramente, com o aumento da demanda e novos subsídios, implementar mudanças mais robustas.
O que fica de fora?
Segundo os estudos técnicos, a proposta ideal seria uma alternativa mais robusta, que incluía todas as medidas da opção aceita, além de outras complementares, como:
- Linhas circulares de bairro;
- Linhas inter-regionais diretas (evitando deslocamentos até o terminal central);
- Aumento de 57% na frota e mais de 60% nas partidas nos horários de pico.
Essas opções, porém, exigiriam subsídios financeiros considerados inviáveis pela administração municipal. A proposta aceita conta com aproximadamente R$ 22 milhões em subsídio oferecido pela Prefeitura de Franca.
A nova rede de transporte de Franca é um projeto de transição. Representa um primeiro avanço tangível após anos de estagnação, sem, em tese, prometer mais do que o orçamento permite.
A exigência de ônibus mais novos, equipados com Wi-Fi, e a possibilidade de transição para modelos elétricos colocam Franca na direção de uma mobilidade mais moderna, eficiente e ambientalmente consciente. Entretanto, a insegurança quanto ao cumprimento do contrato assombra a população, que há anos sofre com o transporte público da cidade.
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Comentários
2 Comentários
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Joana Darc Soares da Silva 16/05/2025o número de usuários caiu porque diminuiu muitas corridas, principalmente a noite,porque em horários normais os ônibus andam superlotados,se não tem ônibus, como vai ter usuários? não tem como né -
Dirceu 16/05/2025Vai ficar como sempre... a São José vai inventar outro nome de empresa e ganhar a concorrência. No final, não vai mudar nada... a turma da prefeitura ganha a comissão e o povo fica nas mãos da São José mais uns 10 anos.