
Um caso que mobilizou nas últimas 24 horas a cidade de Jardinópolis, a 84 km de Franca, terminou em revolta, decepção e prisão, nesta sexta-feira, 11. O que parecia ser o desaparecimento angustiante de uma criança de 6 anos foi, na verdade, uma farsa que teria sido arquitetada pelos próprios pais do menino. Eles são acusados de esconder o filho no porta-malas do carro da família. O pai teria dito, segundo a Polícia Militar, que a motivação seria conseguir dinheiro para pagar dívidas com agiotas.
A ocorrência do suposto sequestro foi registrada na tarde dessa quinta-feira, 10. De imediato, a Polícia Militar iniciou uma operação intensa de buscas, utilizando todos os meios possíveis para encontrar o garoto. A mãe havia relatado que buscou o filho na escola, o deixou em casa e foi à padaria. Quando retornou, ele não estava mais lá. Segundo a PM, a mulher disse que um homem negro, tatuado, teria feito contato com a criança, informação que guiou os primeiros passos da investigação.
Na manhã desta sexta-feira, 11, as buscas se intensificaram no Bosque Municipal, próximo à residência da família, no bairro Cidade Nova. Policiais, familiares e voluntários da população estavam no local desde as 7h da manhã. Durante a ação, os policiais observaram comportamentos suspeitos dos pais, que se aproximavam das pessoas, mas logo retornavam ao veículo da família.
O ponto de ruptura veio quando a mãe afirmou que precisava trocar a fralda do filho mais novo, que estava em seu colo. Ao se oferecerem para ajudar, os agentes pediram para abrir o porta-malas do carro, a fim de criar mais espaço. Nervosa, ela recusou, alegando que o local estava bagunçado e que preferia ir até casa. A atitude acendeu o alerta dos policiais.
Pouco tempo depois, um dos agentes decidiu abrir o compartimento do carro. Lá dentro, para surpresa de todos, estava a criança "desaparecida". O menino foi encontrado assustado, mas bem. Imediatamente, os pais receberam voz de prisão.
A cena gerou indignação imediata. Pessoas que estavam ajudando nas buscas partiram para cima do casal, exigindo explicações. A Polícia Militar precisou intervir para conter os ânimos e evitar uma tragédia maior.
Em depoimento informal à PM, o pai teria confessado que simulou o sequestro para tentar obter dinheiro, alegando dívidas com agiotas. O Capitão da Polícia Militar, Danilo Daltoso, afirmou que a intenção do casal era manter o menino escondido até que pudessem "plantá-lo" no bosque, permitindo que terceiros o encontrassem e encerrassem a encenação. Segundo ele, há fortes indícios de que a criança não passou a noite no carro.
Conforme relatos do policial militar, a mãe já havia simulado uma grave doença no menino no passado, raspando-lhe o cabelo e pedindo ajuda financeira para um falso tratamento contra o câncer.
Os pais foram presos em flagrante por falsa comunicação de crime, sequestro simulado e maus-tratos, e o menino foi encaminhado ao hospital da cidade, acompanhado pelo Conselho Tutelar.
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