
O exame de DNA foi realizado há mais de 30 dias, mas o resultado ainda não foi divulgado. Enquanto isso, o mistério persiste: João Luiz Coli Martins, de 48 anos - no registro -, e Maria Esmeraldina, de 77, vivem a angústia de não saber se são, de fato, mãe e filho separados há 55 anos, em Franca.
Esmeraldina revela que a espera tem sido dolorosa. Ela não consegue mais dormir tranquilamente diante da dúvida que a acompanha desde 1970, quando seu filho Mauro Lúcio Apolinário desapareceu aos 4 anos de idade.
“Acho que eles vão fazer uma surpresa pra mim e me dar o resultado (do DNA) no Dia das Mães”, diz a idosa, com esperança. Ela fez a coleta do material para o exame no IML (Instituto Médico Legal) de Franca, no dia 18 de março. Já João Luiz fez a coleta um dia antes, no domingo, 17.
Apesar da fé, Esmeraldina confessa que, após tanto tempo, não consegue confirmar se João é mesmo Mauro. “Se for da vontade de Deus, que seja ele. Quero acabar com essa dúvida que carrego há tanto tempo”, desabafa.
Reencontro inesperado e coincidências
João Luiz, que veio do Rio de Janeiro após assistir reportagens sobre o caso na TV Record, procurou a polícia afirmando ser a criança sequestrada há décadas. Ele contou que reconheceu a mãe das lembranças da infância. O caso, que na época foi registrado como desaparecimento e possível sequestro, está sob responsabilidade da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca, que requisitou os exames de DNA.
Desde que chegou à cidade, João decidiu permanecer em Franca para aguardar o resultado. Ele foi acolhido no abrigo provisório municipal e, por coincidência, passou a trabalhar como servente de pedreiro para um sobrinho de Esmeraldina, sem saber do parentesco no início. “Meu sobrinho disse que ele é um ótimo servente, muito trabalhador. Mas ele emagreceu muito, cortou o cabelo... Disse que não vai embora enquanto o resultado não sair”, conta a idosa.
Exame sem previsão de conclusão
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou que as investigações seguem sob responsabilidade da DIG de Franca, que aguarda a conclusão do laudo pericial para esclarecer os fatos.
Segundo a SSP, o prazo para finalização dos exames pode variar de acordo com a complexidade de cada caso, pois os procedimentos envolvem diversas etapas laboratoriais, uso de reagentes específicos e sequenciadores genéticos. O órgão, no entanto, não deu previsão para a divulgação do resultado.
Enquanto isso, Esmeraldina se apega à esperança de que o tão aguardado reencontro com o filho perdido aconteça em uma data especial.
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