ESPERANÇA

História de amor e superação: Lorena venceu o câncer e hoje é mãe

Por Laís Bachur | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
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Lorena após receber a notícia da cura ao lado de seus pais Laudemira e Nei Gomes
Lorena após receber a notícia da cura ao lado de seus pais Laudemira e Nei Gomes

O que era para ser um dia comum na vida de Lorena Gomes, então uma menina de 12 anos cheia de energia e sonhos, tornou-se o início de uma batalha intensa pela sobrevivência. Moradora do bairro São Joaquim, em Franca SP, ela brincava com sua irmã gêmea, Lorrana, quando notou um caroço em sua barriga. Assustada, correu para contar à mãe, Laudemira Resende da Silva Gomes, sem imaginar que, a partir daquele momento, sua vida e de sua família mudariam para sempre. 

Sem sentir dores, Lorena inicialmente não se preocupou. Mas o nódulo crescia a cada dia. Alarmados, seus pais, Laudemira e Nei Gomes da Silva, a levaram ao hospital. Exames confirmaram a pior suspeita: um câncer agressivo no intestino. O medo e o desespero tomaram conta da família. "Foi desesperador. Eu era pequena e não entendia muito bem o que estava acontecendo comigo, mas via o medo nos olhos dos meus pais", relembra Lorena. 

O tratamento começou imediatamente no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. A primeira tentativa seria uma cirurgia, mas o tumor estava enraizado em vasos sanguíneos e atravessado por uma artéria, tornando a operação de altíssimo risco. A única alternativa era a quimioterapia e a radioterapia para tentar reduzir o tumor antes de uma possível intervenção. 

As sessões foram cruéis. Durante cinco dias seguidos, Lorena ficava internada, submetida a um tratamento agressivo. A comida se tornou um desafio, o mal-estar era constante, e o vômito interminável. "Eu voltava para casa sem forças, não conseguia comer, fazer nada", conta. 

O tempo passou e, apesar da luta incansável, o tumor não regrediu o suficiente para ser retirado. A corrida contra o tempo continuava. Lorena começou a perder os cabelos, um dos efeitos mais visíveis da quimioterapia. "Eu sabia que aconteceria, meus pais me prepararam, mas ver de fato aquilo acontecendo comigo foi aterrorizante", diz. 

A cada banho, travesseiro ou simples toque, uma grande quantidade de fios se desprendia. Até que, um dia, em uma viagem ao hospital, tomou coragem e disse à mãe e à irmã: "Vamos tirar". Laudemira não suportou acompanhar aquele momento de dor. "A pior coisa no mundo é ver seu filho sofrer e não poder fazer nada", lamenta. Lorrana, então acompanhou a irmã no banheiro ajudando-a a remover os últimos fios. 

Quando seu cabelo começava a crescer, mais uma vez precisou enfrentar tudo novamente. Mas, dessa vez, ela estava preparada. Seu irmão, Gabriel Rezende, passou a máquina e ela abraçou sua nova realidade. “Dessa vez eu aceitei e assumi minha careca”, diz com firmeza. 

Com o tempo, a quimioterapia abriu caminho para a radioterapia, um tratamento ainda mais invasivo, com doses intensas de radiação. Os dias eram resumidos em fraqueza e exaustão. Mas havia uma luz no fim do túnel. Depois de três anos de luta, finalmente, a segunda cirurgia foi marcada. O que parecia impossível aconteceu: as sessões de radioterapia secaram a artéria e o tumor pôde ser removido completamente. 

A notícia que a família tanto esperava chegou. "Conseguimos retirar tudo", disseram os médicos. O alívio, a emoção e a gratidão tomaram conta de todos. Ajoelhados no chão, com os braços erguidos, Lorena e seus pais choravam de felicidade. "Sempre acreditamos, mas viver o milagre é algo indescritível", diz Laudemira. 

Hoje, Lorena vive a plenitude da maternidade

Os médicos alertaram que, devido à grande carga de radiação e medicação, as chances de Lorena engravidar seriam mínimas. Mas a vida lhe reservava mais um presente. Aos 21 anos, desafiando todas as probabilidades, ela deu à luz sua filha, Liz. "Ela me fez descobrir o sentimento mais puro. É a razão da minha vida", declara. 

Hoje, Lorena, agora empresária, vive plenamente ao lado da família e expressa sua imensa gratidão a todos que a apoiaram nessa jornada. "Vivo o inimaginável todos os dias e sou grata demais. Muito obrigada".

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