
O Hospital São Marcos de Morro Agudo foi palco de um episódio surpreendente e comovente que abalou médicos, enfermeiros e familiares. Um menino chamado Davi, de apenas 1 ano e 4 meses, dado como morto após um afogamento, voltou a apresentar sinais vitais momentos depois da declaração oficial de seu óbito.
A mãe da criança, Rosimara, conhecida carinhosamente como Rosinha pelos colegas do hospital onde trabalha como técnica de enfermagem, viveu um dos momentos mais dramáticos de sua vida. Segundo relatos dos profissionais envolvidos, a tragédia aconteceu enquanto ela enchia uma pequena piscina em sua casa, localizada na Vila dos Cabritos, em Morro Agudo. Durante um período de aproximadamente 30 minutos, o menino ficou sob os cuidados de outra pessoa. Quando a mãe retornou, encontrou seu filho já submerso e sem sinais de vida.
Desesperados, ela e o marido correram com a criança para o hospital, onde foram recebidos pela equipe médica de plantão. A médica responsável pelo atendimento inicial constatou que o menino chegou sem pupilas reativas; ou seja, as pupilas não respondiam a estímulos luminosos. Além disso, estava sem respiração e com a pele arroxeada, sinais de óbito.
Reanimação e declaração de óbito
Diante da gravidade da situação, uma equipe composta por quatro médicos, entre eles um anestesista e enfermeiros, iniciaram os procedimentos de ressuscitação. Manobras cardíacas, entubação e administração de adrenalina foram realizadas, sem sucesso.
"Ele já estava com as pupilas dilatadas, sem qualquer atividade cerebral, sem batimentos cardíacos", relatou a pediatra Marta Dornellas.
Às 16h59, o óbito foi oficialmente declarado. Enquanto a equipe preenchia a documentação necessária para o encaminhamento do corpo ao SVO (Serviço de Verificação de Óbitos), a mãe e o pai foram mantidos em uma sala separada para serem informados da perda.
A notícia devastadora foi recebida com gritos de dor. Quando Rosimara e os familiares puderam finalmente ver o corpo da criança, a avó, em meio ao desespero, iniciou uma oração em voz alta ao lado do neto. Enfermeiras e médicos presentes testemunharam o momento de forte emoção, enquanto ela clamava a Deus para trazer o menino de volta.
O inexplicável aconteceu
Pouco tempo depois, quando a pediatra voltou para checar a situação, encontrou Rosimara segurando o filho no colo. Algo estranho chamou sua atenção: a pele do menino parecia mais rosada. Ao tocá-lo, percebeu um leve movimento respiratório, um reflexo conhecido como "gasping", geralmente irreversível em casos de morte cerebral.
"Na hora, pensei que fosse apenas um efeito residual da medicação, mas, por precaução, decidimos colocar um cateter de oxigênio e monitorar", explicou a pediatra.
O inesperado aconteceu: o menino começou a apresentar sinais vitais, sua saturação de oxigênio se normalizou e, diante da perplexidade da equipe, foi iniciada uma nova tentativa de reanimação.
Seguindo os protocolos, a equipe entubou novamente a criança, administrou mais adrenalina e reiniciou a massagem cardíaca. "Ele voltou com tudo. Nunca vi nada igual em meus 30 anos de pediatria", afirmou Dornellas.
"Em um momento eu estava com meu menino morto em meus braços e em outro ele recebeu a vida novamente. É realmente um milagre, mas peço que continuem em oração, pois meu menino ainda está na UTI, mas tenho fé que ele sairá bem", comentou Rosimara, mãe do pequeno Davi.
Diante da recuperação súbita, a criança foi estabilizada e transferida para a Santa Casa de Franca, onde segue internada, monitorada e lutando contra as sequelas do tempo em que permaneceu sem oxigenação. Os médicos confirmam que ele sofreu edema cerebral grave e passou por episódios convulsivos, mas continua vivo.
A mãe de Davi ainda relata que, no trajeto de Morro Agudo a Franca, o coração de seu filho novamente parou outras vezes. "Mais uma vez, eu tive que receber a notícia de que ele não resistiria, digamos assim, mas Deus é grande; após muito chorar e clamar, o Senhor me respondeu e seus batimentos voltaram", afirma Rosimara.
Fé e medicina: um caso sem explicação
O caso gerou grande comoção entre os profissionais de saúde e familiares. Muitos atribuem o ocorrido à fé da avó, que permaneceu rezando incansavelmente ao lado do neto. "Eu nem sou religiosa, mas quando a agradeci, ela começou a me falar sobre Deus. Deu-me uma verdadeira aula sobre fé", comentou a pediatra.
Estado de saúde de Davi
A criança, de apenas 1 ano e 4 meses, segue internada na UTI da Santa Casa de Franca em estado grave.
Segundo boletim médico divulgado nesta quarta-feira, 19, Davi está sem sedação no momento, mas segue entubado e com drenos e sondas. Após a realização de exames, foi diagnosticado edema cerebral. Os médicos seguem realizando exames para identificar possíveis sequelas.
A família segue confiante de que Davi será curado e pede orações à população. "Estamos aguardando a concretização de mais um milagre em nossa vida. Peço que, independentemente de sua fé, apresente Davi em suas orações", afirma Rosimara.
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