SAÚDE EMOCIONAL

Região de Franca tem 7,5 mil atendimentos por ansiedade em 2024

Por Pedro Dartibale | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Divulgação
Psicóloga francana Ana Laura Fernandes
Psicóloga francana Ana Laura Fernandes

O Brasil se destaca negativamente nos índices de saúde mental. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o país está entre os que lideram mundialmente em casos de ansiedade e estresse. Além disso, cerca de 18,6 milhões de brasileiros convivem com depressão, tornando o Brasil o país com maior prevalência desse transtorno na América Latina.

O DRS (Departamento Regional de Saúde) de Franca divulgou que, em 2024, foram registrados 954 atendimentos ambulatoriais e 366 internações por depressão na região. Além disso, houve 7.500 atendimentos ambulatoriais e 23 internações relacionadas à ansiedade e ao estresse.

A psicóloga Ana Laura Fernandes, que atua em Franca, observa um aumento expressivo de pacientes com transtornos emocionais. “Tenho percebido que esses quadros estão frequentemente relacionados a fatores como alta carga de responsabilidades, dificuldades financeiras, insegurança sobre o futuro e pressão social, especialmente nas redes sociais. A competitividade no mercado de trabalho e a falta de suporte emocional adequado também agravam esses problemas”, explica.

Ana Laura também destaca que crianças e jovens estão entre os grupos mais impactados por esses transtornos, muitas vezes devido ao uso excessivo de telas e redes sociais. "Vejo um aumento significativo da ansiedade entre os jovens. A busca por gratificação instantânea, proporcionada pelo uso constante das redes, faz com que muitos tenham dificuldade em lidar com frustrações e desafios naturais da vida. A expectativa de que tudo deva ser imediato torna o enfrentamento de dificuldades ainda mais complexo para essa geração", alerta a psicóloga.

Diante dos altos números de casos de ansiedade e depressão, a psicóloga Ana Laura defende ações estratégicas para melhorar a saúde mental da população. As medidas incluem:

  • Ampliação do acesso a serviços psicológicos e psiquiátricos: investimentos em políticas públicas que garantam atendimento gratuito no SUS (Sistema Único de Saúde) podem beneficiar milhões de brasileiros.
  • Educação emocional nas escolas: ensinar inteligência emocional e regulação emocional pode ajudar crianças e adolescentes a lidar melhor com os desafios.
  • Promoção do equilíbrio digital: campanhas de conscientização sobre os impactos do uso excessivo das redes sociais podem incentivar hábitos mais saudáveis.
  • Incentivo a práticas de bem-estar: atividades como meditação, exercícios físicos e momentos de lazer contribuem para reduzir os níveis de estresse e ansiedade.
  • Apoio no ambiente de trabalho: empresas podem investir em programas de saúde mental, oferecendo suporte psicológico e promovendo o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
  • Combate ao estigma da saúde mental: normalizar a busca por ajuda psicológica e psiquiátrica é essencial para que mais pessoas se sintam seguras em cuidar de sua saúde emocional.

O Sistema Único de Saúde oferece suporte por meio da Raps (Rede de Atenção Psicossocial), que pode ser acessada nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Além disso, os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) estão disponíveis para avaliação e acompanhamento especializado.

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