'VIDA DESVAIRADA'

Padre diz rezar por 'derradeiro momento' do papa Francisco

Por Isabela Palhares | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução de vídeo/@SantaGenerosa/YouTube
Até ser suspenso, o padre atuava na Igreja Nossa Senhora das Dores, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.
Até ser suspenso, o padre atuava na Igreja Nossa Senhora das Dores, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.

A Arquidiocese de São Paulo emitiu uma nota de repúdio às declarações do padre Fábio Fernandes, que pediu orações pelo "derradeiro momento" do papa Francisco e para que o pontífice receba a graça do arrependimento após uma "vida desvairada".

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A nota diz repudiar com veemência a "manifestação desrespeitosa, ofensiva e cismática do padre Fábio Fernandes contra o papa Francisco e contra a Igreja Católica Apostólica Romana".

Também destacou que o padre já está afastado do exercício do ministério sacerdotal, por determinação do arcebispo dom Odilo Scherer. Ele foi afastado exatamente por ofender publicamente o papa. Em 2021, ele chamou o pontífice de "herege".

Até ser suspenso, o padre atuava na Igreja Nossa Senhora das Dores, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.

"O referido sacerdote encontra-se afastado de suas funções e suspenso do exercício público do ministério sacerdotal. Contra ele, já tramita um processo canônico por cisma no Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de São Paulo", diz a nota da arquidiocese.

Em um texto publicado na terça-feira (18) nas redes sociais, o padre chamou o papa de "anti-católico confesso, militante inescrupuloso e revolucionário pertinaz, amigo dos inimigos da Igreja e das nações".

Diz ainda que o papa teria profanado a Basílica de São Pedro por beijar os pés de "inimigos da Igreja" e de ter pervertido a doutrina católica.

A postagem foi feita em um perfil chamado de Apostolado Católico São Pedro de Alcântara. Segundo a arquidiocese, esse apostolado foi criado pelo próprio padre e "não tem legitimidade canônica".

Ainda na nota de repúdio, dom Odilo convidou todos a se unirem à igreja nas preces pela recuperação da saúde de Francisco. "Que Deus lhe conceda vigor e sabedoria para seguir confirmando na fé e na caridade a Igreja e todos os 'peregrinos de esperança', da 'esperança que não desilude'", diz.

O papa Francisco está com pneumonia bilateral (infecção que atinge os dois pulmões). Trata-se de uma infecção grave que pode inflamar e cicatrizar ambos os pulmões, tornando a respiração mais difícil.

Nesta quarta-feira (19), a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, visitou o líder religioso no hospital Gemelli, em Roma, e afirmou que ele está alerta e de bom humor. O pontífice está internado no local desde o dia 14 de fevereiro.

"Fizemos piadas como sempre. Ele não perdeu seu proverbial senso de humor", disse Meloni em comunicado.

O pontífice enfrentou uma série de problemas de saúde nos últimos anos, incluindo episódios regulares de gripe, dor no nervo ciático e uma hérnia abdominal que exigiu cirurgia em 2023. Quando jovem, ele desenvolveu pleurisia e teve parte de um pulmão removido.

Todos os compromissos públicos foram cancelados até domingo (23), e ele não tem mais eventos oficiais no calendário publicado pelo Vaticano.

Nota da redação

Em 2023, a Arquidiocese de São Paulo abriu investigação contra o padre Fábio Fernandes por declarações consideradas cismáticas e por descumprir restrições litúrgicas. A informação é do Instituto Humanitas Unisinos.

O Cardeal Odilo Scherer proibiu Fernandes de exercer o ministério público, após advertências ignoradas pelo sacerdote. Entre as acusações, estão a recusa em reconhecer a autoridade do Papa Francisco e do Concílio Vaticano II, além da defesa da Missa Tridentina em oposição às diretrizes da Igreja. Fernandes negou ter chamado o papa de herege e reafirmou sua posição crítica em relação às reformas litúrgicas. A arquidiocese determinou que ele entregasse sua paróquia, mas ainda não o declarou formalmente em cisma.

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Comentários

2 Comentários

  • Maria José da Cruz 07/03/2025
    Esse padre deve ser fã do sr. Edir Macedo.
  • Rubem 20/02/2025
    Sou estudioso de escatologia há aproximadamente 25 anos e neste período de muito estudo, conheci algumas verdades da Igreja, sobretudo no que tange às profecias do FIM DOS TEMPOS. Uma em especial, me propiciou uma clareza muito grande a respeito dos Papas. Trata-se da conhecida profecia de São Malaquias, acontecida em 1139 e reconhecida pela Igreja como verdadeira apenas dois anos depois (1141). Ela é clara e livre de máculas, tanto que foi julgada verdadeira em tempo record, pela Santa Igreja. Os epítetos dados ao Santo Malaquias, então Bispo na Irlanda, não deixam dúvidas sobre os Papas a partir deste período (1139). Serão, ao todo, 113 Papas (humanos) e um angélico. Francisco é o último (teoricamente humano, pois é meio um misto de humano com algo ruim). Desses 113, teremos que excluir 11, que são falsos (anti-papas). Sobram então 102. São João Paulo II é o número 100; Bento XVI, 101, e o número 102 é o Papa Angélico, que pelo que descobri é o primeiro da Igreja. Sim, Pedro Romano, nada mais ninguém que o Papa Angélico que mencionei. A Igreja começa então do primeiro período, pois já estaremos no Novo Reino, o reinado de Jesus Cristo na Terra. Quanto ao argentino, bem, está mencionado no capítulo 16 do Apocalipse, identificado já como o falso profeta, e por isso condenado aos infernos junto com a besta (anticristo) e o dragão (Lúcifer), compondo a trindade ímpia e contrapondo à Trindade Santa. Vai para lá, sim senhor, pois não é nada mais que um demônio-humano. Falo isso sempre provando na Bíblia, sobretudo o que consta em Apocalipse 17:10 e 11. Estamos na reta final e aguardemos as outras coisas que acontecerão na Igreja em junho deste ano, quando encerrar o malfadado sínodo da sinodalidade, algo que nem existe nas normas canônicas. Falsidade é o que não falta neste herege. Infelizmente, como o Padre Fábio Fernandes, muitos serão excluídos e até mortos. Mas Deus é maior que tudo e vamos defender nossa Igreja com o próprio sangue, se preciso for.