
A família de Igor Gabriel da Silva Santos, de 27 anos, morto em suposto confronto com uma equipe do 13.º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (13.º Baep), na noite desta terça-feira (11), no Jardim Bela Vista, em Bauru, contesta a versão dos policiais militares no boletim de ocorrência (BO) registrado no plantão policial como morte decorrente de intervenção policial. O caso será investigado pela Polícia Civil.
Uma tia do homem entrou em contato com a reportagem dizendo que ele era dependente químico, mas não tinha arma de fogo e nem era suspeito de envolvimento em homicídio ocorrido na comunidade São Manuel.
A mulher, que pediu para ter a identidade preservada, disse que recebeu um vídeo que mostra o corpo do seu sobrinho sendo retirado de uma residência, onde ela acredita que ele tenha sido baleado após fugir.
Ela contou que toda a família está bastante abalada, sobretudo a mãe de Igor, que já havia perdido a mãe há cerca de cinco meses. "A gente quer uma investigação. Não é justo só a versão da polícia", questiona.
De acordo com o boletim de ocorrência, viaturas da PM foram acionadas por volta das 18h35 para atender denúncia envolvendo a presença de armas e drogas com suspeito de homicídio ocorrido na comunidade São Manuel.
Os policiais se dirigiram até o imóvel informado, na quadra 3 da rua Nicola Avalone, e relataram que o homem quebrou uma janela dos fundos e fugiu pulando os muros de diversas residências vizinhas.
Um cerco foi feito e, após cerca de 15 minutos de buscas, equipe do Baep narrou que localizou Igor no quintal de uma residência com matagal alto na quadra 6 da rua Consolação, fundos, após seguir uma trilha.
Os policiais informam que o suspeito apontava arma de fogo na direção deles, que desobedeceu ordem para que a soltasse e que passou a atirar, fazendo com buscassem proteção e efetuassem dois disparos cada um.
Ainda segundo a versão dos agentes no BO, atingido por três disparos, Igor teve um revólver calibre 38, com numeração raspada, municiado com dois cartuchos deflagrados, dois picotados e dois intactos, retirado de sua mão.
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu constataram a morte dele ainda no local. A Polícia Científica foi acionada e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exame necroscópico.
No imóvel onde Igor foi inicialmente visualizado, a PM declarou ter encontrado cinco tijolos de maconha, porções menores da mesma droga, cocaína, crack, balanças e uma mochila contendo R$ 5 mil em dinheiro. Todo o material foi apreendido.
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