INVESTIGAÇÃO

PM é preso por tentativa de homicídio em São Joaquim da Barra

Por Bruna Góis | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Sampi/Franca
Reprodução/WhatsApp
À esquerda, a vítima Luís Felipe e, à direita, o policial militar Iuri Pereira de Oliveira
À esquerda, a vítima Luís Felipe e, à direita, o policial militar Iuri Pereira de Oliveira

O policial militar Iuri Pereira de Oliveira, de 26 anos, foi preso em flagrante após cometer uma tentativa de homicídio na madrugada deste domingo, 9, em São Joaquim da Barra, município a 70 km de Franca. A vítima, Luís Felipe de Souza Honorato Pardinho, um jovem de 20 anos, foi baleado no peito e levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade por seus amigos.

A denúncia foi feita por um amigo de Luís, que compareceu à delegacia para relatar o ocorrido. Enquanto a equipe policial se preparava para ir ao local, recebeu a informação de que outra viatura já estava atendendo a ocorrência. Segundo a polícia, foi comunicado que um Honda Civic prata, com duas pessoas dentro, sendo uma delas aparentemente armada, havia sido visto subindo a avenida Orestes Quércia.

A noite do crime

De acordo com o boletim de ocorrência, cinco amigos saíram para se divertir na noite de sábado, 8. Eles passaram na casa do avô de um deles e, em seguida, foram para um terreno localizado no Parque da Barra.

Durante a madrugada, Iuri e sua namorada estavam dentro de um carro no mesmo loteamento que o grupo de amigos. Em determinado momento, o policial desceu do veículo, soltou bombinhas e disparou para o alto. Estranhando a situação, a turma de Luís Felipe se aproximou e perguntou o motivo daquela atitude, já que estavam ali apenas para se divertir.

Disparos contra a vítima

Após a abordagem do jovem de 20 anos, segundo o boletim, Iuri entrou novamente no carro pelo lado do passageiro e começou a manusear um objeto. Os amigos da vítima informaram que perceberam tratar-se de uma arma e que o policial estava municiando-a. O homem saiu do carro e efetuou três disparos em direção a Luís, atingindo-o no peito.

Os amigos, que afirmaram não conhecer o atirador e estarem desarmados, socorreram a vítima imediatamente e a levaram à UPA. Enquanto o jovem recebia atendimento médico, o suspeito passou em frente ao local, exibindo a arma em tom de ameaça.

Investigação e prisão do policial

A Polícia Militar foi acionada, mas não encontrou o veículo do suspeito durante o patrulhamento. Posteriormente, uma denúncia revelou que uma das pessoas no carro era a namorada do policial militar e que ambos moravam juntos havia três meses. Também foram confirmadas as características do veículo visto na avenida.

Os policiais que atenderam à ocorrência foram até a residência do casal, onde o homem se identificou como policial militar da 3ª Companhia do BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de Ribeirão Preto. Ele estava nervoso e apresentava falas desconexas. Segundo sua versão, teria sido atacado por três indivíduos armados enquanto estava em um loteamento e conseguiu tomar a arma de um deles, efetuando disparos para se defender.

Apreensão de provas

Antes de vistoriar o apartamento, os policiais perguntaram se havia algo ilícito no local. A namorada afirmou que não havia arma de fogo, apenas 22 munições, sendo 19 de calibre .38, uma de calibre 9mm e duas de calibre .40. Além disso, foi encontrada uma munição de 9mm.

No quarto do casal, os policiais localizaram uma pochete contendo 26 pinos de cocaína vazios. A partir desse momento, o policial e sua namorada passaram a agir de maneira suspeita e recusaram a continuidade das buscas no imóvel. No veículo do suspeito, foram identificadas manchas de sangue, um distintivo da Polícia Civil e um espargidor de spray de pimenta pertencente à Polícia Militar.

Quando questionado sobre os objetos, o policial mudou de postura e afirmou que só se manifestaria na presença de um juiz.

Depoimentos e versões contraditórias

O delegado de plantão questionou o policial sobre a presença do spray de pimenta, pois esse equipamento deve ser devolvido ao final do turno e registrado em um livro de controle. O suspeito permaneceu em silêncio e solicitou a presença de um advogado.

A namorada do policial afirmou que mantinha um relacionamento de seis meses com ele e que moravam juntos havia três meses. Na noite do ocorrido, contou que foram a um bar, onde comeram uma porção de peixe e, depois, seguiram para a pedreira de São José da Bela Vista. Segundo ela, outro veículo chegou ao local com pessoas desconhecidas. Afirmou também não se lembrar de mais nada, alegando que ficou "cega" e que apenas se recorda de ver o companheiro caído no chão.

Ela negou que o namorado estivesse armado e disse não ter ouvido tiros. Também afirmou que não houve discussão entre ele e os outros jovens, nem a presença de drogas no imóvel ou com seu companheiro. Sobre as munições encontradas, disse que ele já as possuía antes de morarem juntos.

Estado de saúde da vítima e prisão do suspeito

O jovem de 20 anos que levou um tiro está internado em estado grave e corre risco de morte.

Diante das evidências encontradas no carro e no apartamento do policial, ele foi preso em flagrante. A presença do distintivo da Polícia Civil, pertencente a um modelo novo e de uso exclusivo, levantou suspeitas de que ele poderia estar se passando por policial civil. O suspeito segue sob escolta da Polícia Militar no 15º BPM/I de Franca, aguardando a audiência de custódia.

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Comentários

3 Comentários

  • Toxicologico Surpresa 11/02/2025
    Ta precisando verificar melhor a idoneidade e a contubada ilibada tanto exigida em edital...
  • Mauro Filho 10/02/2025
    A polícia do Tarcísio e do Derrit está cada dia pior. Triste saber que a instituição está se tornando uma milícia, manchando a honra da maioria que é honesta.
  • Teodoro 10/02/2025
    Tá cada vez mais difícil saber quem é bandido e quem é polícia.