É UMA MENINA

Mulher dá à luz na calçada do Jardim Zoobotânico de Franca

Por Laís Bachur | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Laís Bachur/GCN
Viatura do Samu durante atendimento a parto no Jardim Zoobotânico
Viatura do Samu durante atendimento a parto no Jardim Zoobotânico

Uma jovem deu à luz uma menina na manhã desta segunda-feira, 10, em plena calçada, em frente ao Jardim Zoobotânico, na região Norte de Franca.

Moradores do bairro City Petrópolis acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por volta das 11h30, após uma mulher entrar em trabalho de parto na rua. Quando a ambulância chegou, ela foi encontrada deitada no chão, com as pernas apoiadas nas grades do portão do Jardim Zoobotânico. O bebê já havia nascido, com o cordão umbilical ainda conectando mãe e filha.

Segundo testemunhas, uma moradora do bairro passava pelo local quando presenciou a situação e ligou para a equipe de atendimento. A mulher seria moradora de rua e usuária de drogas.

Um segurança, que preferiu não se identificar, disse que, ao perceber a movimentação causada pela ambulância, se aproximou para entender o que estava acontecendo. "Estava rondando a outra área, quando cheguei aqui próximo ao portão, vi a movimentação. A mulher estava com uma das pernas para cima, encostada no portão, e a criança ao seu lado, com o cordão umbilical passando por cima da mãe".

O enfermeiro Eduardo Pereira, que atendeu à ocorrência, disse que foram tomados cuidados para evitar que a criança sofresse qualquer tipo de contaminação, além de conferirem a respiração, os batimentos, a temperatura e o choro da menina, entre outros procedimentos. Segundo ele, foi necessário realizar precocemente o clampeamento do cordão umbilical, que consiste em prender e cortar o cordão. "Não sabemos a real situação de saúde da mãe, então, para evitar qualquer possível contaminação, é o que deve ser feito."

O tipo sanguíneo poderia ser um problema devido à possibilidade de incompatibilidade. Como o pré-natal não foi realizado, não é possível saber. Por isso, o atendimento foi feito com o objetivo de preservar a saúde de ambas.

A criança não pôde ser amamentada porque não se sabia se a mãe era portadora do vírus HIV. Caso ela fosse, a amamentação seria um risco de contaminação pelo leite materno. Diante da incerteza sobre o histórico de saúde, decidiu-se levar a criança ao hospital sem alimentá-la.

Mãe e filha foram levadas à Santa Casa de Franca. Até o fechamento deste texto, não havia informações sobre o estado de saúde das duas pacientes.

Quando uma mulher em situação de rua dá à luz, a rede de proteção à infância é acionada. Nesse processo, são adotadas as seguintes medidas: buscar os familiares da gestante; procurar um abrigo público adequado; oferecer acompanhamento especializado à gestante e realizar os exames necessários para o cuidado da mãe e do bebê.

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Comentários

2 Comentários

  • Alex 12/02/2025
    Por acaso a Sra. Yone já procurou saber da mulher e da criança para prestar assistência e demonstrar a sua empatia. Em caso positivo parabéns. Em caso negativo é só hipocrisia mesmo.
  • Yone 11/02/2025
    Uma mulher trazendo à luz uma criança, sozinha, no chão da nossa indiferença, na frente de um portão, o único que ela encontrou aberto.