
Moradores enfrentam dificuldades para obter medicamentos na Farmácia de Alto Custo de Franca. Uma mãe relatou à reportagem que está há três meses tentando conseguir o remédio necessário para aliviar os sintomas de seu filho, que sofre de uma doença rara. O medicamento em questão é o acetato de desmopressina, um spray nasal utilizado para tratar o Pan-hipopituitarismo, condição que, no caso de Hugo, filho de Taise Matos, resultou em diabete insipidus - distúrbio que provoca a produção excessiva de urina, podendo chegar a até 10 litros por dia.
O custo do remédio varia entre R$ 170 e R$ 289,90 nas farmácias. Devido ao valor elevado, a família depende do programa Farmácia de Alto Custo do SUS, que distribui medicamentos de difícil acesso para famílias necessitadas. Contudo, desde outubro do ano passado, o remédio não está disponível na unidade de Franca, agravando a saúde do jovem.
“Baixa o sódio dele. Então ele não pode ficar sem medicação de jeito nenhum. Não pode. E aí a gente vai buscar ... 'não tem previsão'. Falam que não foi feito pedido por falta de funcionários. A gente tem que levá-lo à UPA para repor o sódio, o que complica muito. Hoje ele está com náuseas, diarreia. Liguei para a ouvidoria, mas disseram que têm 20 dias para responder. Na Defensoria Pública, só consegui agendar para fevereiro. Não posso esperar. Hoje comprei o remédio por R$ 250, mas ele usa quatro por mês. Como vou fazer?”, desabafou Taise.
Taise também contatou a Bérgamo, fabricante do medicamento, que confirmou que não houve interrupção na produção, contradizendo a justificativa da farmácia. “Desde outubro estamos sem. Desde o dia 18 de outubro, e já estamos em janeiro”, acrescentou.
Além da falta de medicamentos, pacientes reclamam do atendimento. Leandra Conceição Geraldo, professora, relatou que passou a manhã inteira na última quinta-feira, das 8h às 11h30, com a mãe na fila. “Disseram que a receita estava faltando, mas estava na pasta. Tive que pegar outra senha e repetir o processo. Minha mãe usa Entresto, que custa de R$ 242,69 a R$ 475,00, e dura só 14 dias. Para quem depende do SUS, fica inviável.”
Leandra ainda mencionou a história de um senhor que necessita de uma alimentação específica. “O alimento dele custa R$ 3 mil e também não tem. Ele estava lá com uma sonda e teve que sair porque o ar do local estava muito gelado.”
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que enviou a seguinte nota: "A Coordenadora de Assistência Farmacêutica (CAF) informa que a aquisição e distribuição do medicamento desmopressina aos estados é realizada pelo Ministério da Saúde (MS). A CAF esclarece que a Farmácia de Medicamentos Especializados (FME) de Franca está com estoque do medicamento citado abastecido. O último recebimento aconteceu na terça-feira (7)."
A secretaria de saúde de Franca informou que mais detalhes sobre o abastecimento de remédios devem ser checados diretamente com o Departamento Regional de Saúde de Franca. Por sua vez, o departamento nos direcionou a Secretaria de Saúde do Estado onde a declaração acima foi obtida.
O DRS VIII não informou mais detalhes.
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Comentários
3 Comentários
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Karina Silva 14/01/2025Tem se resposta e justificativa pra todos simplismente humilhante todo esse processo desgastante,mas infelizmente pra quem precisa e não tem condições financeiras temos q aguentar isso,mudam se os pacientes e os problemas são os mesmos até parece q esses medicamentos saem do bolso dos funcionários pq podemos contar no dedo os q são atenciosos e educados ao nos atender temos medo de um simples bom dia imagina fazer uma pergunta.Sem falar q eles proibiram quem tem cartão de deficiente entrar com carro lá dentro disseram q podemos até entrar mas temos q desembarcar o cadeirante e/ou deficiente lá e sair pra estacionar do lado de fora,isso simplesmente é um ABSURDO E DESRESPEITO total cm as pessoas principalmente cm quem tem limitações e dificuldades de locomoção, quer dizer se a pessoa usuária do atendimento for deficiente auditiva ou visual precisa de um acompanhante pra adiantar o serviço pegar senha e tal pq até encontrar uma vaga pra estacionar e voltar já foi 2 hs sem falar q depois de todo processo tem q deixar a pessoa usuário sozinho pra sair e buscar o veículo pra entrar de novo todo esse transtorno é pra liberar vagas de estacionamento pros FUNCIONÁRIOS estacionarem seus veículos,ou seja mais uma vez q se fo** nós usuários e ainda tenho q escutar desaforos do tipo q eu posso evitar esse transtorno deixando minha mãe em casa no conforto e eu buscar as medicações pra ela ainda por cima são desaforentos em algo q é de direito nosso como cidadoes e sem falar q pagamos bem caro em impostos por isso.
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CARLOS HENRIQUE CORTEZ 14/01/2025Uma vergonha esta administracao e mesmo assim eles votaram no mesmo para ser a mesma mesmisse isto é inaceitavel temos que denunciar mesmo.
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Darsio 14/01/2025Como sempre Tarcísio se esquiva e coloca toda a culpa no Ministério da Saúde. Oras! Onde ele enfiou os 5% que tirou da educação, alegando investir na saúde? Ei Tarcísio! Menos cabide de emprego para os bolsonaristas e mais investimento no que realmente a população precisa.