DEBATE GCN/ACIF

Saúde, transporte e Sabesp dominam debate no 4º bloco

Por Higor Goulart | com Redação
| Tempo de leitura: 7 min
Luciano Tortaro/GCN
Quarto bloco do debate GCN/Acif foi marcado por mais críticas à gestão do prefeito Alexandre Ferreira
Quarto bloco do debate GCN/Acif foi marcado por mais críticas à gestão do prefeito Alexandre Ferreira

O quarto bloco do debate do GCN repetiu os embates de Arena entre os candidatos à Prefeitura de Franca. Desse modo, os prefeitáveis fizeram novas críticas ao atual governo, em relação especialmente às áreas da saúde, transporte, educação e saneamento básico.

Durante o bloco, os candidatos se enfrentaram no formato de Arena, que contou com embates de cinco minutos diretos entre os adversários. João Rocha e Alexandre Tabah solicitaram direito de resposta, que foram negados pela bancada jurídica.

Alexandre Tabah x João Rocha

No primeiro embate do quarto bloco, João Rocha relembrou seu passado como vice-prefeito de Franca. O liberal completou refutando o discurso dos opositores, que recordam de sua filiação ao PDT no passado. “Eles não têm onde pegar e ficam com essa conversa fiada. Nós não somos de esquerda, somos de fazer e realizar”.

Na contrapartida, Alexandre Tabah recordou que João Rocha foi vice-prefeito na gestão de Maurício Sandoval Ribeiro, entre 1989 e 1992, e teria “100% de possibilidade de sair para prefeito, mas não saiu porque sabia que iria perder”.

O candidato do Novo listou as profissões do liberal, que foi professor de história, fabricante da calçados e dono de concessionária de carros. “Aí vai a pergunta: não conseguiu permanecer em nenhum deles de sucesso?”. Irônico, Rocha rebateu: “obrigado por estar trazendo nosso currículo para a população”. Completou dizendo que a lista está incompleta, porque ele também atua na construção civil e é bacharel em direito.

Tabah afirmou que o candidato PL não é e nunca foi bolsonarista. “O Bolsonaro jamais disse, em hipótese alguma, vote no João Rocha”. O ex-presidente esteve em Franca no dia 22 de agosto, participando de comício e carreata/motociata. O liberal respondeu que Bolsonaro foi além e pediu a ele a formação de um secretariado competente.

Alexandre Ferreira x Mariana Negri

Na terceira arena do bloco, Alexandre Ferreira enfrentou Mariana Negri. Assim, o emedebista afirmou que a petista tem repetido em seu plano de governo alguns projetos que já são realizados na atual gestão.

Em resposta, Mariana afirmou que pretende manter “tudo que existe de bom”. Na sequência, ela comentou sobre a necessidade de contratação de novos guardas municipais, na contramão do movimento da gestão de Ferreira.

“Nós temos um número insuficiente de guardas civis municipais, a patrulha Maria da Penha existe, mas precisa ser expandida. Nós temos poucos guardas”, afirmou Mariana.

João Scarpanti x Guilherme Cortez

O terceiro embate da arena marcou um confronto entre dois candidatos de esquerda. Scarpanti disse que a postura de Cortez ao longo da campanha foi perniciosa para a esquerda. ‘No ano passado você foi no Estadão, jornal da direita, fazer chantagem política contra o PT de Franca. Você sempre disse que a esquerda deveria se unir em torno de sua candidatura. Isso é uma postura de uma pessoa vaidosa ou não?”, questionou o candidato do PCO.

Em resposta, Cortez apontou que Scarpanti estaria tentando dividir a esquerda ao debater contra ele. “Eu não sei se o senhor vai votar em você mesmo ou na candidata do PT. Eu sei que eu fui a pessoa que mais se empenhou para a união da esquerda. Você teve a oportunidade de fazer perguntas a qualquer um candidato daqui de direita, mas você preferiu combater a esquerda que melhor se coloca nas pesquisas”.

Jonas Carvalho x Dr. Ubiali

O quarto embate contou com o confronto entre Jonas Carvalho e Dr. Ubiali. De início, o candidato do Mobiliza comentou sobre a necessidade de ampliação dos horários das creches, para beneficiar os trabalhadores. Segundo ele, é necessário também extinguir as férias de julho. “Hoje, o trabalhador não tem férias duas vezes por ano e eles não conseguem sair do trabalho às 16h30”, afirmou.

Em resposta, Ubiali reforçou a necessidade e garantiu que conta com propostas para atenção aos pais dos alunos em creches. Além disso, ele afirmou que acredita que o espaço deve oferecer outros tipos de atendimentos às crianças. “Temos que fazer uma melhor busca de ensino para as crianças, para que elas socializem, pratiquem esportes. O aluno tem que ser preparado, porque quanto mais precoce e frequente isso for, melhor”, finalizou Ubiali.

Mariana Negri x Tito Flávio

No quinto confronto, Mariana disse que, em reunião com membros da Santa Casa, soube que os acidentes de trânsito são os principais culpados pelos altos números de internações em Franca. Ela questionou Tito sobre as propostas dele para melhorar o quesito.

Tito criticou os candidatos rivais dizendo que alguns têm propostas únicas, enquanto outros sequer propostas têm. Ele também relembrou o número de mortos durante a pandemia de Covid-19, criticando o ex-presidente Bolsonaro – a fala gerou pedidos de direito de resposta de Rocha e Tabah, ambos negados.

O candidato do PCB retornou, após a interrupção, afirmando que o trânsito de Franca tem mais carros do que habitantes e defendendo que o transporte coletivo pode ser uma alternativa ao problema. Ele criticou o uso de veículos próprios, principalmente as motos, principais envolvidas em acidentes, segundo Tito.

Mariana, em resposta, citou que o transporte coletivo é um direito social que precisa ser garantido. Negri ainda criticou o sistema de ônibus que opera em Franca, dizendo que ele é de baixa qualidade.

A candidata do PT, por fim, disse que a educação no trânsito precisa ser promovida, o que resolveria parte dos distúrbios. “Franca não faz isso, que é extremamente barato e eficiente”.

Tito Flávio x Alexandre Ferreira

No embate com Alexandre Ferreira, Tito Flávio criticou o comportamento do atual prefeito de investir em câmeras de monitoramento e afirmou que a Guarda Civil Municipal está em “frangalhos”. Sobre o funcionalismo público, cobrou um plano de carreira para os trabalhadores. “Por que você enxerga o servidor como um adversário, um inimigo parece, na gestão pública?”.

Alexandre agradeceu o “conselho” de Tito Flávio. “Agora até o final do ano, não dá para fazer isso. Estou entendendo que você está dizendo isso para eu fazer nos próximos quatro anos”. O prefeito e candidato à reeleição pontuou que a prefeitura pagou a inflação e o que era para ter sido pago em 2020, dentro do reajuste salarial para a categoria.

O emedebista destacou que a política pública para pessoas em situação de rua instaurada no país é referenciada em Franca. “Hoje somos referência nacional de políticas de cuidado com moradores de rua”.

Guilherme Cortez x Jonas Carvalho

No sétimo embate, Cortez criticou a falta de investimentos na educação, da qual afirmou que está sendo mal gerida pela população. Além disso, apontou a falta de valorização dos professores.

Jonas Carvalho concordou com o adversário e afirmou que há falta de diálogo entre a Prefeitura e os educadores.

Ao retomar a palavras, Cortez apontou que o atual prefeito vem ignorando as demandas da classe dos servidores. “Onde a gente vai parar se não valorizar o servidor público de carreira?”.

João Rocha x Alexandre Tabah

No oitavo confronto, João Rocha retomou as críticas ao prefeito Alexandre Ferreira, em embate com Alexandre Tabah. Segundo o nome do PL, o orçamento atual do município é “muito baixo” e o emebista ampliou ainda mais o desafio ao apoiar a privatização da Sabesp.

“A nossa Sabesp representa hoje um quinto do nosso orçamento. Cerca de 220 milhões. Ela está sendo entregue de mão beijada para que a iniciativa privada possa usufruir. As instalações pertencem ao município e a Sabesp somente tem o direito de usar isso. O prefeito atual está abrindo mão de 220 milhões anuais. Isso é um crime”, apontou Rocha.

Tabah, por outro lado, concordou com a privatização. Para ele, o movimento do governo Tarcísio de Freitas foi correto e deve beneficiar a população de baixa-renda. “Isso é muito bom, porque vai melhorar e diminuir os preços para a população de renda mais baixa”.

Dr. Ubiali x João Scarpanti

No último confronto do bloco, Ubiali perguntou a Scarpanti o que ele achou das propostas discutidas até o momento no debate, entre temas como saúde e transporte.

Scarpanti apontou a falta de algumas propostas entre os candidatos presentes. “Teve algo que eu não vi, que não foi dada nenhuma atenção, por exemplo, a necessidade do acompanhamento médico mais próximo da população negra”.

Ubiali concordou e disse que a população negra precisa de uma política própria. “Por exemplo, a hipertensão arterial que é uma das coisas mais comuns tem que ter ambulatórios próprios para essa população, além de especialistas”, finalizou.

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Comentários

1 Comentários

  • goncalves 04/10/2024
    domingo alexandre 15.