LUTO

Mísia Alonso y Alonso Bittar morre aos 83 anos em Franca

Por Bruna Góis | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução
Mísia Alonso y Alonso morreu aos 83 anos
Mísia Alonso y Alonso morreu aos 83 anos

A caridade e o amor pelo próximo são as heranças mais fortes presentes na família Alonso y Alonso, difundidos por Mísia Alonso y Alonso Bittar, que morreu após complicações de saúde aos 83 anos, nesta quarta-feira, 25.

Mísia deixou um irmão, quatro filhos, oito netos, três bisnetos, noras e genros, além de sobrinhos, cunhados e muitos amigos. O espírito humanitário deixado pelo Dr. Ismael Alonso y Alonso, pai de Mísia e Sérgio, foi herdado pela família Alonso y Alonso Bittar.

O velório aconteceu no mesmo dia, no Memorial Nova Franca, a partir das 16h. A despedida foi marcada pela presença de diversos familiares e amigos que relembraram os cuidados e o amor de Mísia.

A família, emocionada, esteve presente durante todo o tempo, compartilhando memórias marcantes da matriarca, além dos muitos amigos que fez ao longo da vida.

O velório terminou por volta das 21h, e, respeitando o desejo de Mísia, a cremação foi realizada no mesmo dia, em Ribeirão Preto.

"Vamos respeitar as suas vontades e, quando todos estivermos juntos, nos despediremos de suas cinzas no mar, o lugar que ela sempre amou", afirmou a filha Silvia Alonso y Alonso.

Mudanças para a cidade de Franca

Mísia nasceu em 3 de março de 1941, no Rio de Janeiro, e chegou a Franca aos 4 anos, em 1945. Ao chegar, morou no centro da cidade, onde conheceu a tradicional família francana Bittar, que se tornou sua família em Franca.

Desde a infância e adolescência, demonstrava dedicação aos estudos, sempre atenta aos ensinamentos do pai, um dos médicos mais respeitados de Franca. Seguindo os passos de seu pai, Mísia se dedicou a trabalhos comunitários e a apoiar projetos de saúde.

Dedicação e amor pelo próximo

Mísia casou-se com seu amigo de infância, Waldir Vitor Bittar. Juntos, mudaram-se para a Vila Flores, onde ela passou a dedicar seu tempo à família e a trabalhar na loja Casa Única. No bairro, Mísia ficou conhecida pelos conhecimentos adquiridos em anos de estudo, especialmente com os livros de medicina do pai. Ela aplicava injeções e fazia pré-diagnósticos com grande assertividade, ajudando a todos. "Certa vez, minha mãe teve que fazer até um ponto invisível em uma criança que se machucou brincando na rua", relembra Silvia, destacando o cuidado de sua mãe com o próximo.

O legado familiar

Seguindo os passos do bisavô Dr. Ismael Alonso y Alonso, três netos de Mísia formaram-se em medicina e agora cuidam das novas gerações de francanos. Além dos netos, um sobrinho e um genro também são médicos, atuando em Minas Gerais e em Franca. Embora tenha sido discreta na sociedade francana, Mísia teve um impacto profundo na vida de todos que a conheceram. Sua partida representa uma grande perda para a comunidade.

Homenagens

"Hoje perdi minha amiga de infância e adolescência. Íamos aos bailes: ela com Waldir e eu com Zé Manoel. Casamos, tivemos nossos filhos. A vida passou, e sempre estivemos juntas nas alegrias e nas tristezas. Hoje você partiu e descansou, mas ficará seu exemplo de esposa, mãe, avó e bisavó. Saudades", disse Samira Bittar, cunhada de Mísia.

"A vó Mísia foi a avó mais coruja que já existiu. Ela nunca negou um abraço, um beijo, um colo – fosse para um neto de verdade ou alguém que quisesse um pedaço do seu amor. É difícil não estar fisicamente perto de quem conheceu minha vó para se despedir dela. Como explicar a quem não a conheceu que, todos os sábados, eu chegava na casa dela às 8h da manhã, depois de correr, e ela me esperava com pãozinho e café preto? Ou que ela fazia macarrão com molho vermelho sempre que eu tinha vontade? Ou que pedia carne no açougue para fazer bife à milanesa com purê de batata? Quem conheceu a vó Mísia teve um exemplo gigante de amor incondicional, e agradeço muito por ter recebido esse amor por 29 anos. Misinha, espero que, de onde você estiver, você agora possa descansar e ver o mundo todo! Descanse em paz", escreveu Carolina, neta que está na Inglaterra e não pôde se despedir da avó.

Em meio ao luto, a família agradece todas as mensagens de apoio e carinho e reforça que o legado de Mísia, assim como o de seu pai, permanecerá vivo nas lembranças e ações daqueles que ela tocou ao longo da vida.

Da esquerda para direita: David, Lívia, Sílvia, Dona Mísia e Ismael
Da esquerda para direita: David, Lívia, Sílvia, Dona Mísia e Ismael
Mísia com os netos: Guilherme segurando a Valentina no colo, Felipe e Gustavo atrás. Abdo, Vovó Mísia, Gabriela e Carolina.
Mísia com os netos: Guilherme segurando a Valentina no colo, Felipe e Gustavo atrás. Abdo, Vovó Mísia, Gabriela e Carolina.

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Comentários

1 Comentários

  • Oscar Gold 1 dia atras
    Lendo isso, penso na situação surreal dessa família e dessa senhora, diante do movimento messiânico formado nessa província após a morte desse Dr. Ismael. Os espíritas fanáticos e lunáticos congregando naquele \"instituto\", usando o nome do falecido e jurando que o farsante medíocre é possuído pelo morto todos os dias para fazer curandeirismo barato com gente desesperada. Como fica a cabeça dessa senhora vendo isso tudo? Era conivente, achava bonito? De vez em quando, quando tinha saudade do pai ia lá entre o rebanho para conversar com o necromante que dizia estar apossado do médico? Absolutamente absurdo e surreal, não tem como descrever de outra maneira. Espero que ela consiga ser esquecida em paz, ao contrário do pai.