SABATINAS GCN

João ataca adversários e culpa Alexandre e Gilson por prejuízos

Por Higor Goulart | da Redação
| Tempo de leitura: 6 min
Denise Silva/GCN
João Rocha (PL) passou por sabatina no GCN/Sampi nesta quarta-feira, 4
João Rocha (PL) passou por sabatina no GCN/Sampi nesta quarta-feira, 4

O candidato do PL à Prefeitura de Franca, João Rocha, criticou a forma como a atual administração tem conduzido a situação dos moradores de rua. Em entrevista ao GCN/Sampi, ele afirmou que o assistencialismo proporcionado pelo município causa um conforto nessa parcela da população. Desse modo, sua proposta é evitar as esmolas e ampliar a segurança através da Guarda Municipal. Além disso, insistiu que vai fechar o Centro Pop, mesmo depois de informado de que há leis específicas e decisões judiciais que impedem isso na prática.

Ao longo de 50 minutos de entrevista, nesta quarta-feira, 4, o candidato também reafirmou seu compromisso com a direita, e ao mesmo tempo negou seu passado como político de esquerda. Segundo ele, sua participação no PDT se deu em um momento em que "não existia direita ou esquerda".

João Rocha é o oitavo entrevistado na série de sabatinas promovida pelo portal GCN/Sampi e pela rádio Difusora com os candidatos à Prefeitura de Franca. A transmissão ocorreu ao vivo pela Difusora, com exibição simultânea pelo portal GCN e nas redes sociais.

"Só pode olhar para o futuro quem tem um bom passado"

Durante a sabatina, Rocha foi questionado sobre seus argumentos de que seu passado administrativo é crucial para uma visão de futuro bem-sucedida. Diferentemente do que adversários afirmaram, o candidato destaca que "só pode olhar para o futuro quem tem um bom passado", e disse ter essa experiência, o que outros candidatos não teriam. Segundo João, essa experiência proporciona "retaguarda, experiência, conhecimento", e é baseada em seu envolvimento no que classifica como “duas grandes administrações municipais”, ambas comandadas pelo ex-prefeito Maurício Sandoval Ribeiro, já falecido. 

"Só pode falar sobre uma cidade de 600 mil habitantes quem ajudou a projetar uma cidade que, na época, tinha entre 100 e 120 mil habitantes e que cresceu para 300 a 350 mil", disse o candidato.

"Fui do PDT quando nem se falava de esquerda em Franca"

Durante a entrevista, João Rocha comentou sobre seu passado como militante de um partido de esquerda. Quando vice-prefeito, João Rocha era filiado ao PDT (Partido Democrático Trabalhista), que fez parte da base do PT (Partido dos Trabalhadores). O candidato, no entanto, nega que foi de esquerda. 

“Eu nasci, fui batizado, criado e crismado dentro da Igreja Católica. Então, quando alguém menciona que fui do PDT, claro que fui, mas isso foi há muito tempo. Foi há 40 anos, quando nem se falava de esquerda e direita”, afirmou.
 
Em relação ao seu vínculo com o ex-presidente Jair Bolsonaro, João Rocha disse que sempre esteve alinhado aos pensamentos bolsonaristas. “Para quem não sabe, na eleição passada, já disputamos pelo PSL, que era o antigo partido do presidente Bolsonaro. Nossa opção por ir para o PL foi porque sabemos que 70% do eleitorado de Franca é conservador, e pretendemos, sim, fazer valer esses valores do conservadorismo em nossa Franca e na próxima administração a partir de 2025”, completou.

"Franca não suporta mais os moradores de rua"

Em relação aos trabalhos com a população em situação de rua, Rocha foi crítico ao assistencialismo atual, sugerindo que "dar um cartão do Cross ou cadastrar alguém para receber 680 reais por mês pode parecer uma ajuda", mas frequentemente resulta em troca de dinheiro por drogas. Para ele, o que é oferecido atualmente não resolve a situação e apenas perpetua o problema.

A respeito da forma como a população encara a situação, o candidato fez um convite: "A população poderia ir à Vila Formosa para ver o sofrimento dessas pessoas com a situação que se encontra lá”. 

Para resolver o problema, o candidato propõe a criação de um programa municipal que seja capaz de atender aos moradores em situação de rua e conter a dependência química dessas pessoas. "As cidades do porte de Franca não suportam mais essa situação. Por isso, elas estão despejando sua população em situação de rua na cidade".

Contrastado pelo jornalista Corrêa Neves Jr com o fato de que há leis federais, decisões judiciais e posicionamentos do Conselho Municipal de Assistência Social, além do Ministério e da Defensoria Pública, que impedem medidas como o fechamento do Centro Pop, João Rocha insistiu que vai fechar a unidade. “Vamos avaliar os riscos”.

Por fim, ele pede que os moradores de Franca não contribuam com esmolas, para que a população em situação de rua não consiga dinheiro. "Ao dar um ou dois reais, você está alimentando essa situação."

"Vou pedir ajuda da Santa Casa, Unimed e Regional"

Em relação às melhorias na saúde, Rocha defende uma união entre atendimento público e privado. Segundo ele, atualmente existe uma divisão nos serviços, que corrobora para a demora nos atendimentos das unidades. "Vou pedir que a Santa Casa nos ajude. Vou pedir que o Regional nos ajude. Vou pedir que a Unimed nos ajude."

Rocha ainda pretende seguir o exemplo da deputada Graciela, que trouxe R$ 3 milhões para ajudar nas cirurgias eletivas. Rocha enfatizou que pretende aumentar a busca por ajuda. "Vamos criar parcerias", afirmou.

O candidato também não poupou críticas à gestão atual da saúde. Propôs a centralização de alguns serviços dentro das unidades de saúde para dar mais celeridade ao tratamento. Disse também que o número de atendimentos mensais mostra que o serviço não é eficiente.

"O dinheiro de Franca está indo pelo ralo"

O candidato também destaca problemas financeiros causados pela administração atual, de Alexandre Ferreira (MDB), e anterior, de Gilson de Souza (Avante). Ele atribui aos dois um prejuízo de R$ 70 milhões devido a férias que teriam sido pagas incorretamente aos funcionários públicos.

Rocha disse que esse dinheiro poderia ter sido usado para resolver a fila das cirurgias eletivas, construir casas populares ou reformar prédios em ruínas. Ele afirma que não pode permitir que "o dinheiro vá pelo ralo" e se disse comprometido em “buscar soluções eficazes” para a saúde municipal.

"O Champagnat está numa situação deplorável"

Durante a entrevista, João ainda destacou a importância do edifício do Colégio Champagnat para a cidade, lembrando que, no passado, o local abrigou a Pinacoteca, além de diversos cursos. Segundo ele, as atividades foram interrompidas devido ao "estado precário do edifício." Em visita ao local, ele teria constatado uma "situação deplorável".

O candidato afirma que, com um projeto pronto, a estratégia será buscar recursos junto a diversas fontes, incluindo os governos do Estado e federal e até a Petrobras. Ele vê a revitalização do edifício como uma prioridade para preservar e recuperar a importância cultural e histórica do local para a cidade.

"Vamos administrar para a cidade toda"

Em relação ao trabalho com as minorias, Rocha reafirmou seu compromisso com a inclusão e o respeito por todas as pessoas. "Quero garantir que todas as pessoas terão nosso respeito como seres humanos. Vamos administrar para toda a cidade, não apenas para um grupo específico", garantiu.

"Todos serão ouvidos, o que não ocorre atualmente. A maior reclamação que recebemos é a falta de escuta. Muitos funcionários públicos vão ao gabinete ou a secretarias, trazendo boas informações e sugestões, mas acabam não sendo ouvidos. Isso é algo que precisamos mudar", completou.

Sabatinas

Assista à sabatina completa de João Rocha no vídeo no início deste texto.

Nesta quinta-feira, 5, o GCN entrevista o candidato Dr. Ubiali (PSB). A sabatina começa às 11h10, transmitida ao vivo pela rádio Difusora e portal GCN/Sampi.

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Comentários

5 Comentários

  • Antonio Carlos 05/09/2024
    Candidato TA,Tábua de Andaime.
  • Jesuino Salgado 05/09/2024
    Me lembra o João Plenário da Praça é Nossa.
  • Carlos 04/09/2024
    Não atacou ninguém. Somente falou a Verdade. Ótimas propostas desse candidato
  • Darsio 04/09/2024
    Como todo bolsonarista acha que pode governar afrontando a legislação ou apelando as ideias conservadoras. Suas ideias são superficiais e, se quer aponta direções com mais precisão e muito menos de onde tirará os recursos necessários. Enquanto houver trouxas que ainda acreditam que o discurso Deus, pátria e família paga suas contas e garante comida na mesa, creio que ele possui fortes chances de ir para o segundo turno.
  • Antonio Carlos 04/09/2024
    Esse candidato é um que joga no time do bozo.