SABATINAS GCN

Única candidata mulher à prefeitura, Mariana propõe creches 24h

Por Higor Goulart | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
Denise Silva/GCN
Mariana Negri (PT) passou por sabatina no GCN/Sampi nesta quarta-feira, 28
Mariana Negri (PT) passou por sabatina no GCN/Sampi nesta quarta-feira, 28

Única mulher na disputa pela Prefeitura de Franca nas Eleições 2024, Mariana Negri (PT) foi sabatinada, nesta quarta-feira, 28, pelo portal GCN/Sampi e rádio Difusora. A transmissão ocorreu ao vivo pela Difusora, com veiculação simultânea no portal e nas redes sociais.

Durante os 50 minutos de entrevista, a candidata abordou temas como a falta de experiência política, o trabalho nos bastidores das últimas eleições e os planos para a cidade, caso seja eleita.

Falta de experiência

Quando questionada sobre sua pouca presença na política, Mariana destacou que, apesar de ser sua primeira candidatura, tem uma longa trajetória dentro do PT. "Eu sempre estive envolvida no processo eleitoral. Há 21 anos faço parte da executiva do PT. Quando surgiu a oportunidade, o partido entendeu que era o momento de inovar e lançar uma mulher na disputa pela prefeitura. Foi uma decisão coletiva", afirmou.

“A falta de experiência sempre é um problema. Eu não sou uma candidata que sei tudo porque tive uma empresa. Mas eu acredito que preciso corrigir a falta de experiência, com estudos, uma equipe técnica. Nunca vou abrir mão de aprender. Entretanto, com o acúmulo que eu tenho, acredito que tenho para onde partir para corrigir essas falhas”, explicou.

Esquerda contra esquerda

A escolha de Mariana como candidata pelo PT gerou divisão na esquerda francana. Muitos esperavam uma candidatura única que unificasse os partidos de esquerda, mas as coligações não chegaram a um acordo. Mariana explicou que a principal barreira foi a preocupação de cada partido em consolidar suas bases e eleger seus vereadores. "A política é um movimento complicado. Cada partido estava focado em seu crescimento. A candidatura própria ajuda a puxar votos, mas infelizmente não conseguimos a unidade que esperávamos", comentou.

Ela também falou sobre a possibilidade de Guilherme Cortez, do PSOL, liderar a chapa única da esquerda, mas reconheceu que sua própria candidatura dificultou esse cenário. "Entendemos a importância do candidato do PSOL, mas também vimos a necessidade de ter uma mulher na disputa", completou.

População em situação de rua

Mariana abordou o desafio de lidar com a população em situação de rua em Franca. Para ela, é essencial respeitar a legislação, mas também é necessário adotar medidas humanizadas. "Precisamos trabalhar com a saúde mental e criar um programa que integre trabalho, teto e tratamento. É preciso oferecer terapia ocupacional e investir em saúde básica para essas pessoas", defendeu.

Ela também mencionou a necessidade de oferecer segurança e infraestrutura para os moradores próximos ao Centro Pop. "A prefeitura precisa ocupar esses espaços com atividades e segurança, ao mesmo tempo em que buscamos diminuir o número de pessoas em situação de rua", afirmou.

Saúde e falta de vagas de internação

Mariana criticou a falta de diálogo entre a Prefeitura e a Santa Casa, destacando que essa tensão só prejudica a população. "É necessário melhorar o diálogo e buscar mais recursos, tanto internamente quanto fora, através de mutirões de saúde", sugeriu.

Ela também defendeu a necessidade de melhorar a fiscalização dos contratos terceirizados e a implementação de um projeto de saúde familiar em parceria com o Governo Federal, que poderia cobrir 95% da folha de pagamento dos agentes de saúde. "Esse projeto é pouco atrativo do ponto de vista eleitoral porque seus resultados são de longo prazo, mas é essencial para a saúde da nossa população", comentou.

Creches 24h

Mariana apresentou a proposta de creches 24 horas em cada região da cidade, uma medida que considera de baixo custo e alto benefício, especialmente para quem trabalha em horários noturnos. "Precisamos apoiar essas pessoas que têm dificuldade em encontrar onde deixar seus filhos", afirmou.

Cultura e orçamento

Mariana propôs a destinação de 2% do orçamento municipal para a cultura, uma área que ela acredita ter sido negligenciada nos últimos anos. "A cultura é essencial para formar cidadãos que sonham e pensam. Precisamos descentralizar e investir em cultura em toda a cidade", disse.

Ela lamentou as críticas de adversários que classificaram os artistas como "inúteis", apontando que esse tipo de discurso é reflexo de uma desvalorização cultural.

Moradia e casas populares

Por fim, Mariana criticou a falta de projetos de moradia popular em Franca e afirmou que buscará novos programas habitacionais. Ela também defendeu a diversificação da economia local e a regulamentação de trabalhadores informais como estratégias para aumentar a arrecadação sem a necessidade de aumentar impostos. "Precisamos criar empregos e regulamentar a economia informal, não aumentar tributos", concluiu.

A série de sabatinas com os candidatos a prefeito de Franca segue nesta quinta-feira, 29, a partir das 11h10, com Tito Flávio (PCB). A entrevista será transmitida ao vivo pela rádio Difusora e também pelo portal GCN.

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