TRAGÉDIA EM VINHEDO

Passaredo foi a última a operar grandes voos em Franca

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo/GCN
Avião da Passaredo no aeroporto de Franca no início dos anos 2000
Avião da Passaredo no aeroporto de Franca no início dos anos 2000

A empresa Voepass, operadora do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP), nessa sexta-feira, 9, com 62 pessoas, sem sobreviventes, foi responsável pela última operação de voos comerciais em Franca com aviões de grande porte, em 2008. Na época, ainda como Passaredo, a empresa fazia voos regulares de Franca para São Paulo e Brasília.

Conhecida como "a companhia aérea mais antiga em operação no Brasil", a empresa foi fundada na década de 1990 em Ribeirão Preto, mas a história da Passaredo começa antes, em 1978, na cidade de São José dos Campos.

A história

A empresa de linhas aéreas começou com uma empresa de ônibus no Vale do Paraíba. A Viação Passaredo foi fundada por José Luiz Felício, morador de Mococa e neto de libaneses. Inicialmente, seu foco era o fretamento, principalmente o de turismo e de funcionários de empresas e indústrias dos setores público e privado.

A expansão da empresa começou em 1986, quando abriu uma filial na capital paulista. Em 1991, foi para Ribeirão Preto com a mesma atividade: fretamento turístico e para empresas.

Em 1995, a Passaredo Transportes Aéreos foi inaugurada em Ribeirão Preto, com duas aeronaves Embraer 120. Inicialmente, a operação era para as principais capitais do país e São José dos Campos.

A Passaredo foi a primeira empresa aérea brasileira a ter um Airbus A310. Em 2014, ela foi considerada, junto com a Avianca, a empresa mais segura para se viajar no Brasil.

Em Franca

Por anos, a empresa Passaredo teve voos comerciais em Franca. O principal destino era a capital São Paulo. Os voos com destino a São Paulo decolavam diariamente do aeroporto "Tenente Lund Presotto" com destino ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, sempre pela manhã, às 6h15, e, no retorno, a aeronave aterrissava na cidade às 23h45. O valor médio da passagem na época, início dos anos 2000, era de R$ 147.

Em 2006, no entanto, a empresa teve que fazer uma pausa nos voos até a compra de uma nova aeronave. Leia uma matéria da época.

A pausa durou pouco mais de seis meses. Em 2007, a empresa teve que realizar outra paralisação na operação, já que uma manutenção obrigatória suspendeu os voos na cidade. Na época, além de São Paulo, a empresa também realizava voos para Brasília, com escala em Ribeirão Preto e, da vizinha cidade, ia para Barreiras, Salvador e Vitória da Conquista, na Bahia.

Em 2008, a empresa parou de operar voos comerciais em Franca, trazendo um triste fim para o aeroporto, que nunca mais viu voos comerciais de aviões de grande porte.

Recuperação judicial

Em 2012, a empresa entrou em recuperação judicial. A dívida estimada era de R$ 150 milhões. Nesse período, houve troca na frota de aviões, principalmente pelos jatos turboélice ATR 72, mesmo modelo da aeronave que caiu em Vinhedo.

O processo de recuperação judicial terminou em 2017, quando a Justiça determinou o fim da recuperação.

E hoje?

Segundo o CEO da empresa, Eduardo Busch, a situação econômica financeira da empresa atualmente é boa.

Em 2019, a empresa mudou de nome para Voepass. Atualmente, tem uma frota de 15 aeronaves da fabricante ATR e operam em 37 destinos em todas as regiões do país.

Retomada dos voos

A retomada dos voos em Franca aconteceu no final de 2019, operados em aviões pequenos, com capacidade para menos de 15 passageiros. No início da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, foram suspensos. Até hoje, Franca segue sem voos comerciais.

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Comentários

1 Comentários

  • Silas 14 horas atrás
    Qual a relevância desta matéria GCN ?