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Franca Basquete: ídolos do primeiro tri comentam a nova trinca

Helinho, Chuí e Márcio Dornelles foram importantes para a conquista do primeiro tricampeonato brasileiro do Franca. O trio comenta a nova conquista e compara os elencos.

Por Lucas Faleiros | 5 dias atrás | Tempo de leitura: 5 min
da Redação

Reprodução/CBB e Marcos Limonti/SFB

Comparação entre elencos dos dois tricampeonatos brasileiros do Franca
Comparação entre elencos dos dois tricampeonatos brasileiros do Franca

À beira da quadra, Hélio Rubens. Com uniformes de jogo, Helinho, Chuí, Márcio Dornelles, Gilsinho, Guilherme da Luz, Sandro Varejão, Valtinho, Higgins, Rodrigo Bahia, Edu Mineiro, Jorginho, Fernando Reis, Fransérgio e Ricardo Giannecchini.

Este era o esquadrão francano que, em 1999, ao final dos cinco jogos da decisão, bateu o Vasco da Gama e se tornou tricampeão consecutivo do Campeonato Brasileiro.

25 anos depois, o Franca, agora como Sesi Franca, voltou a conquistar a trinca do nacional. Com vitórias sobre Flamengo na temporada 2021-22, São Paulo em 2022-23 e, novamente, Flamengo em 2023-24, o clube somou três troféus do NBB (Novo Basquete Brasil).

Outrora jogador, Helinho Garcia, que esteve na conquista do tricampeonato de 97, 98 e 99, foi o responsável por comandar o time nas últimas três temporadas vitoriosas. Para ele, cada período da história teve sua particularidade, mas os dois, surpreendentemente, estão interligados.

"Ambos foram muito marcantes e especiais por tudo que construímos. O incrível é que eu disse para os jogadores, ainda durante os playoffs do último NBB, que nossa campanha era muito parecida com a de 99. Por aquilo pelo que fomos passando, o crescimento, o ganho de confiança e, é claro, a conquista do tri, que veio depois", contou o treinador.

Já Chuí, que foi homenageado pelo Franca ao entrar em quadra antes do jogo três das finais do último nacional, se recorda que, no título de 1999, ele era o jogador mais experiente do elenco. "Eu era o mais velho, titular e capitão. Tinha uma responsabilidade. Todo título marca muito. Quando é um tri, então, não é algo simples. Tem um peso muito grande e nos realiza".

Outro ídolo que recebeu homenagens do clube foi Márcio Dornelles, que considera o tricampeonato o "start" de sua carreira. "Ter conquistado esses títulos foi uma honra. Foi o começo pra mim. Já tinha passado por grandes clubes, mas ainda não tinha um nacional. Além disso, foi em 1999 que tive a minha primeira convocação para a Seleção Brasileira".

A história do primeiro tricampeonato

Quinto colocado na fase inicial de Brasileiro de 1999, o Franca teve uma dura jornada no mata-mata. Depois de eliminar o Flamengo nas quartas de final, o adversário nas semis foi o líder Mackenzie. Até ali, o time paulistano só tinha perdido dois jogos.

Após três duelos, a equipe da capital do Estado vencia por dois a um. Só que o Franca reagiu e, na garra, levou duas vitórias, ambas por só dois pontos de diferença, e avançou para as finais.

Na decisão, outro duro páreo: o Vasco do porto-riquenho Flor Meléndez, que só havia sido superado quatro vezes no torneio. E a situação das semifinais se repetiu. O time francano estava atrás por dois a um, mas, novamente, virou a mesa, venceu os jogos quatro e cinco - com direito a uma prorrogação - e levantou o caneco.

Ali, se sacramentava o primeiro tricampeonato nacional do clube francano, que havia vencido, também por dois a um, Corinthians e Ribeirão Preto nas finais das temporadas anteriores.

Curiosidades do tri

Vencer tantos campeonatos ao lado dos mesmos companheiros fortalece os laços de companheirismo, que, consequentemente, geram histórias curiosas. E muitos dos episódios lembrados com carinho pelos jogadores que ainda eram jovens àquela época têm a ver com Chuí, que tinha 36 anos.

Helinho, naquela época com 24, recorda que era na casa do atleta mais experiente onde o time se reunia e acompanhava o desempenho dos adversários que seriam enfrentados. Os encontros, é claro, eram acompanhados de muita resenha.

“No ano do tri, ainda estava começando essa coisa de edição de vídeo e tudo mais. A gente se reunia na casa do Chuí, a esposa dele fazia uma lasanha e nós assistíamos aos jogos dos times que iríamos enfrentar. Com isso, já íamos alinhando o que seria feito e tentávamos colocar em prática nos treinamentos”, conta o ex-armador.

Já Márcio Dornelles, que também era 12 anos mais jovem que Chuí, valoriza o fato de o ex-companheiro ter dado o pontapé inicial para que os jogadores do Franca tivessem acompanhamento psicológico. “O trabalho com psicólogo é normal hoje, mas ainda era desconhecido naquela época. Ele trouxe pro grupo, que era muito jovem, um profissional pra fazer esse acompanhamento, esse trabalho de mentalização. Por incrível que pareça, isso fez muita diferença nas horas decisivas do tri”.

Qual elenco foi melhor?

Com a conquista de um novo tricampeonato, é natural que surja a comparação entre os dois elencos. Qual foi melhor: o da década de 90 ou o atual? Para Márcio, Chuí e Helinho, não dá para cravar.

“O nosso time era 80% composto de gente nova. Muitos atletas jovens. O jogo de hoje também é muito mais rápido do que o de antigamente, que era muito cadenciado. Acho que se equivalem, tanto que os dois elencos conquistaram o tricampeonato”, opina o ex-ala Márcio.

Chuí segue uma linha de raciocínio diferente. Para ele, a comparação sequer existe, já que o basquete foi transformado com o passar do tempo. “É muito difícil. Não dá pra comparar quando se muda a década. Não é porque conquistaram o mesmo resultado, que os times são iguais. O Franca atual levou o Mundial. Acho que isso é um diferencial a favor da equipe de agora”.

Já o ex-jogador e hoje treinador Helinho, diretamente envolvido em todos os seis títulos, levanta o ponto das mudanças realizadas nos elencos de cada tricampeonato. “Foram times diferentes, né? De 97 para 98 e de 98 para 99, os jogadores foram outros. Assim como também tivemos mudanças importantes no último ano (2023-24). Então, todo campeonato se torna muito especial pela construção ao longo de dez, onze meses de disputa”.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Fernando Henrique
    5 dias atrás
    Quem tem mais tem 14.... Respeita o maior do Brasil