“Isso é revoltante, estão prejudicando uma entidade que precisa do dinheiro para ajudar pacientes com câncer. Estou indignada com a postura da PagBank”, completou Barini.

Empresário sofre prejuízo
O empresário José Carlos Zanetti, de 60 anos, adquiriu duas máquinas de passar cartão há 30 dias. No dia 26 de abril, a empresa bloqueou e cancelou repentinamente a sua conta. Nela havia um saldo de aproximadamente R$ 10 mil. José entrou em contato com a empresa para questionar sobre o cancelamento da conta e foi informado pelos atendentes que, segundo consta no contrato, ambas as partes podem cancelar o contrato durante o período vigente comunicando o cancelamento dos serviços a qualquer momento. E que o valor presente na conta ficará retido para cobrir despesas, sendo que Zanetti não possui empréstimos e nenhum tipo de negócio com a empresa que justifique a retenção.

A empresa não informou José sobre o cancelamento, o que impossibilitou de retirar o valor que estava no saldo. O empresário relata que, além dos R$ 10 mil de prejuízo devido ao cancelamento da conta, dois eventos que seriam realizados com o uso das máquinas no último final de semana em seu salão de festas tiveram que ser cancelados, gerando transtornos por causa dos cancelamentos.

“Vou dar total publicidade nesse caso, eu vou até fim!”, completou o empresário, que afirmou entrar com uma ação contra o banco digital e disse que vai reivindicar seus direitos até o fim do processo.

Centro de Voluntários: desbloqueio não ocorreu
Em nota, o PagBank deu seu esclarecimento sobre os dois casos de Franca. No caso do Centro de Voluntários do Hospital do Câncer, o PagBank informou que encerrou a conta no dia 18 de março, devido ao vínculo por endereço com uma conta bloqueada em fevereiro de 2022 em razão da perda de acesso. Após análise, não identificaram mais nenhum risco e reverteram o encerramento e o desbloqueio do saldo.

De acordo com a nota da empresa, teria sido realizado o desbloqueio da conta na tarde desta terça-feira, 30, logo após a reportagem do Portal GCN/Sampi solicitar esclarecimentos sobre os dois casos de Franca.

Após a empresa ter informado sobre o desbloqueio da conta, a equipe de voluntários do Hospital do Câncer tentou acessar, mas até essa quarta-feira, 1º, não havia obtido sucesso. Já nesta quinta-feira, 2, o grupo conseguiu acessar a conta e recebeu a informação de que o valor seria liberado em até 24 horas.

Empresário: "perfil suspeito"
Segundo a empresa, José Carlos Zanetti realizou a abertura da conta no PagSeguro no dia 6 de novembro de 2023, com a descrição da Categoria de vendas “Serviços de Recreação e Lazer”. O saldo da conta foi bloqueado pela análise de Risco Mobile (Regra Sistêmica) no dia 26 de abril às 14h29. Após análise feita por especialistas, foi identificado um perfil suspeito (repetição de transações com valor fora do perfil habitual), por isso, optaram pelo encerramento do contrato. Dessa forma, em resumo, será mantida a Ação de encerramento e bloqueio em decorrência do perfil suspeito, bem como, risco de futuros Chargebacks e Contestações”, diz a empresa.

José afirmou que não realizou nenhuma abertura de conta em 2023 pela PagSeguro e que a conta encerrada foi aberta há 60 dias, e não em 2023, como diz a nota da empresa. E ainda o empresário explica que utiliza as máquinas para recebimento do aluguel de seu salão de festas, que varia de preço dependendo do dia, e nos recebimentos de bilheteria e do bar durante eventos, daí o motivo da entrada de diversos valores. José diz que em nenhum momento a empresa entrou em contato para saber como eram feitos os recebimentos.