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Desaparecimento de idoso de Franca completa um ano; família segue sem pistas

Por Hevertom Talles | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Áureo Danilo Fortanezi, de 75 anos, é morador do bairro Santa Rita
Áureo Danilo Fortanezi, de 75 anos, é morador do bairro Santa Rita

No último dia 17 de março, completou um ano que o morador de Franca Áureo Danilo Fortanezi, de 75 anos, desapareceu em uma clínica em Olímpia. A família do idoso segue sem respostas sobre o seu paradeiro e aguarda uma posição das autoridades que investigam o caso.

Áureo foi internado na Clínica Recanto Esperança Prime por familiares para tratar de dependência do álcool, e num caso que segue sendo um mistério, sumiu sem deixar pistas dentro da instituição que até então era a responsável pela sua internação.

Helen de Paula Fontanezi, de 45 anos, filha de Áureo, relata a sua insatisfação com a condução da investigação do caso.

“A gente tem ido mensalmente lá em Olímpia para procurar alguma resposta junto ao promotor do caso, mas eles não nos dão nenhuma satisfação, nenhuma posição sobre o caso, de uma investigação mais profunda”, diz a filha, que relatou que até solicitações enviadas via e-mail não obtiveram retorno. “A gente sente um descaso muito grande com a justiça. Eles não responderam o e-mail, não nos deram uma posição. Então é um descaso grande, a gente sente muito, uma angústia muito grande sem resposta, sem o suporte das autoridades competentes, o delegado e a promotoria”, comenta.

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Angústia da família
Para tentar ajudar com o caso, a família conta com a advogada Márcia Munita, que realizou apontamentos sobre as contradições dos internos, dos funcionários da clínica durante os depoimentos para a Polícia Civil e sobre fatos ocorridos na clínica. Ela afirmou e apontou nos autos que em uma clínica da mesma administração morreu um homem supostamente por suicídio e que um outro paciente também morreu em circunstâncias suspeitas logo após o sumiço de Áureo, e que mesmo assim, tais acontecimentos não acenderam o alerta das autoridades sobre os responsáveis da clínica.

“Embora a clínica esteja fechada, eles não estão achando que a coisa seja tão séria. A impressão que eu tenho é que tanto o Ministério Público quanto o delegado encaram como se fosse uma simples fuga do senhor Áureo, mesmo tendo muitos indícios de que pode não se tratar de uma simples fuga, que está muito, muito estranho a situação ali, que deveria ter uma investigação mais profunda”, diz Márcia Munita.

Um trecho do processo que o Portal GCN/Rede Sampi teve acesso antes do sigilo revela que os familiares procuraram no dia seguinte por informações nos vizinhos da clínica sobre possíveis detalhes do idoso, entretanto, a clínica informou que já tinha ido aos vizinhos. Mas para a surpresa dos familiares, todos os vizinhos teriam relatado que ninguém os havia procurado e que não sabiam do desaparecimento de Áureo.

Ainda segundo a advogada, na sua percepção, ela vê uma má vontade das investigações, que tratam o caso como “um sumiço de um objeto” e acredita que o caso não está sendo investigado.

Na época do desaparecimento, informações da própria clínica indicaram que Áureo teria saído caminhando do local, após expressar o desejo de beber e incentivar outros pacientes a fugir. Após o sumiço do idoso, a clínica foi fechada por determinação judicial, por conta de irregularidades na administração e no tratamento dos pacientes.

Tal relato da clínica vai contra laudo emitido por uma empresa que fez buscas com cães farejadores no local. Os animais treinados para esse tipo de trabalho apontaram que o idoso não teria saído da clínica andando, já que não encontraram odor dele na redondeza.

Delegado e Secretaria não se manifestaram
A reportagem tentou contato com o delegado responsável pelo caso sem êxito até a publicação desta matéria. A Secretaria de Segurança Pública do Estado também foi procurada, mas não retornou. Se houver posicionamento, a manifestação será publicada nesta matéria.

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