PERSONAGEM

Franca 200 anos: relembre a trajetória do Torquato Caleiro

Trata-se de um personagem marcante da vida política e social de Franca.

Por Guilherme Faber | 30/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Reprodução

O envolvimento do Caleiro com o dia a dia de Franca o ajudou a ser eleito vereador em 1922 e, consequentemente, o levou para o cargo de prefeito em 1926
O envolvimento do Caleiro com o dia a dia de Franca o ajudou a ser eleito vereador em 1922 e, consequentemente, o levou para o cargo de prefeito em 1926

A cidade de Franca vai completar 200 anos de fundação em 28 de novembro, ou seja, momento em que permite recordar os feitos de diversos nomes da sua história, que não ficam restritos ao setor calçadista ou no basquete. Há grandes personagens. Este texto relembra a trajetória de Torquato Caleiro.

Saiba mais sobre a história do Torquato Caleiro
Nascido em 26 de fevereiro de 1873 em Franca, filho do barão português Simão de Oliveira Caleiro e de Emília Angélica de Lima, pouco se sabe sobre a infância de Torquato, que completou o ensino primário em Campinas (SP) e depois terminou os estudos no Rio de Janeiro.

Caleiro rumou para a Faculdade de Direito de São Paulo e após três anos abandonou o curso de Engenharia na Universidade de Gante, da Bélgica, devido à súbita doença do seu pai, fato que o levou a assumir os negócios do ramo do café.

Estudioso, Torquato ocupou o cargo de diretor do Gabinete de Leitura, que estava vinculado ao Centro Literário e Artístico e que de certa maneira significou o aumento do seu prestígio perante ao ponto alto da cultura francana.

Caleiro desempenhou a função de secretário de uma escola de farmácia em 6 de março de 1916, organização que fracassou por indiferença pública e política, mas esse revés não impediu seu trabalho de provedor da Santa Casa da Misericórdia e na sua atuação na área de serviço social.

Vida política
O envolvimento do Caleiro com o dia a dia de Franca o ajudou a ser eleito vereador em 1922 e, consequentemente, o levou para o cargo de prefeito em 1926, administração que resultou na remodelação de ruas, praças e jardins, segundo relatos dos jornais da época.

A imprensa apontou que o seu principal feito foi a criação da Escola Normal Livre (Atual EETC - Escola Estadual "Torquato Caleiro") no ano de 1928. O funcionamento dessa instituição iniciou-se com sede provisória, depois se submeteu a uma construção com seus recursos e, também, de verbas da prefeitura na Praça Coronel Antônio Jacinto.

Questões pessoais e demais afazeres 
Torquato Caleiro casou-se com Julieta Martins, com quem teve as suas filhas Ruth e Maria de Lourdes Caleiro Carvalho. Também trabalhou como diretor da rádio Hertz de 1933 e 1942, ano que se afastou dos seus ofícios por conta do seu estado enfermo, o que influenciou no seu falecimento em 23 de junho de 1945.

O resumo da história do colégio EETC
Essa instituição foi oficializada em 2 de fevereiro de 1928 e abriu matrículas do primeiro ano do magistério. Torquato conciliava as suas atividades de prefeito com a direção da escola e ainda expediu no dia 9 de março a Carta de Equiparação da Escola Normal de Franca para as oficiais do Estado.

1929 foi o ano de crise financeira dessa entidade, que sobreviveu com recursos do municípios e que ganhou alívio em 5 de junho de 1930 com a fundação da Sociedade Civil Escola Normal de Franca, responsável pela sua administração.

Em 1949, o deputado Vicente de Paula Lima pleiteou o nome Torquato Caleiro por meio da apresentação do projeto de lei n° 834 para o então Colégio Estadual e Normal de Franca. Essa proposta culminou com a nomeação Colégio Estadual e Escola Normal Torquato Caleiro em 18 de agosto de 1949 após o ato publicado no Diário Oficial de São Paulo.

Já em agosto de 1953 ocorreu outra alteração para IEETC (Instituto Estadual de Educação Torquato Caleiro), nome que ficou até 1976 já que no ano seguinte foi remodelado para Escola Estadual Torquato Caleiro.

A Lei n° 5.692 promoveu alterações na rede física do ensino de Franca e esse colégio passou a trabalhar apenas com o Ensino Médio. Após o início dos anos 2000, retomou as aulas para o ensino fundamental II e manteve as aulas de línguas estrangeiras por meio do programa CEL (Centros de Estudos de Línguas) para os alunos da rede pública de ensino.

Além das suas atividades na praça Praça Coronel Antônio Jacinto, o EETC já operou nos extintos prédios da AEC (Associação dos Empregados do Comércio) e do Palacete “Guzzi” para aí sim ter a sua quarta e última sede na Praça Visconde de Ouro Preto, que foi inaugurada em 1942.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Luis Claudio dos Santos
    30/03/2024
    Parabéns pela reportagem pelos ícones que fizeram parte dos 200 anos da minha querida Franca e sabermos de sua história grande personalidade até hoje como o IEETC.