A frota que circula pelas ruas de Franca está envelhecendo, com aumento, pelo segundo ano consecutivo, do número de veículos com mais de 11 anos. Em 2022, eles eram 103.583. Mas o ano de 2023 fechou com 110.010 veículos na faixa dos 11 aos 20 anos, segundo dados do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo).
Enquanto isso, apontam os dados, os veículos mais novos (de 0 a 10 anos) estão circulando menos pelas ruas de Franca. Se em 2022 eles eram 69.511, 2023 fechou com 65.209.
O levantamento mostra que, de 2019 a 2021, os automóveis com até 10 anos eram maioria, mas o cenário começou a mudar em 2022, quando veículos de 11 a 20 anos passaram a ser predominantes. Em dois anos, de 2021 para 2023, os automóveis mais novos em circulação diminuíram de 84.541 para 65.209. E os de 11 a 20 anos cresceram: saíram de 88.670 em 2021 para 110.010 em 2023.
O número de veículos "velhos" circulando na cidade cresceu em todas as faixas analisadas pelo Detran-SP. Além da faixa de 0 a 10 anos e de 11 a 20 anos, de 2022 a 2023, o número de veículos de 21 a 30 anos passou de 51.239 para 51.849; os de 31 a 40 anos foram de 29.176 para 30.339; e os de 41 a 50 anos saíram de 17.618 em 2022 para 19.364 em 2023. Franca ainda tinha, no ano passado, 3.103 veículos com mais de 50 anos, contra 2.230 em 2022 (veja a tabela completa no final deste texto).
Cada vez mais velhos
O que se vê nas ruas e avenidas de Franca, porém, não é exclusividade do município. A frota de automóveis que circula pelo Brasil envelheceu pelo nono ano consecutivo, e sua idade média retrocedeu quase três décadas, ficando próxima aos níveis de 1994, de acordo com o anuário do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).
A média de idade dos automóveis que circulam no país é, hoje, de 10 anos e 9 meses, segundo o mais recente estudo sobre a frota circulante no país, realizado anualmente pelo Sindipeças.
Mas por que as pessoas estão cada vez mais optando por ficar mais tempo com o veículo? A crise econômica provocada pela pandemia, desemprego, redução do poder de compra, valor dos veículos e dos combustíveis são alguns fatores que podem ajudar a explicar o aumento da idade média da frota dos veículos nas cidades brasileiras.
O economista Reinaldo Cafeo ainda cita a obrigatoriedade de equipar os veículos com acessórios de segurança, avanço tecnológico, além da elevada carga tributária. Tudo isso encarece o valor final dos veículos novos. “Tanto que no ano passado o governo federal subsidiou a compra de veículos mais em conta, mas foi de pouca duração.”
Cafeo ainda salienta que a pandemia inverteu prioridades, e há uma nova geração que prefere alugar a comprar um carro. “Para se ter uma ideia, a idade média para tirar a CNH está na casa dos 25 anos. Isso retarda a compra do primeiro veículo”, diz. “Os juros estiveram elevados neste período e a renda achatada, portanto, o ambiente econômico também prejudica a compra de veículos mais novos”, emenda.
De acordo com o Sindipeças, as possibilidades de reversão desse fenômeno de envelhecimento da frota de veículos no Brasil dependem do nível de crescimento das vendas de modelos novos face à atual taxa de sucateamento da frota, assim como de políticas públicas que incentivem de maneira intensiva a retirada de circulação dos veículos mais velhos.
Idade da frota de Franca (*)
| 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 | |
| Entre 0 a 10 anos | 88.391 | 90.522 | 84.541 | 69.511 | 65.209 |
| Entre 11 a 20 anos | 83.316 | 82.408 | 88.670 | 103.586 | 110.010 |
| Entre 21 a 30 anos | 44.18 | 43.733 | 45.660 | 51.239 | 51.849 |
| Entre 31 a 40 anos | 28.303 | 28.052 | 28.000 | 29.176 | 30.439 |
| Entre 41 a 50 anos | 13.108 | 13.044 | 15.059 | 17.618 | 19.364 |
| Acima de 50 anos | 719 | 710 | 1.021 | 2.230 | 3.103 |
| Total | 258.022 | 258.469 | 262.951 | 273.360 | 279.974 |
(*) Fonte: Detran-SP
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Comentários
13 Comentários
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Fiel 27/01/2024Traduzindo o que o observador disse: O francano ganha muito pouco. -
JOIAS DAS ARÁBIAS 25/01/2024Outro absurdo também e, que indiretamente acaba contribuindo para os roubos de carros, são os elevados preços que se cobra de peças. Uma simples peça, muitas vezes feita de puro plástico, se cobra o valor como se ela fosse feita de ouro. Se pudéssemos desmontar um carro e vender suas peças isoladamente, creio que o valor a ser obtido daria para comprar três ou quatro carros. Aliás, é um absurdo o valor que se cobra de uma peça de aço, sabendo-se que somos o país que mais exporta minério de ferro no mundo. Além disso, como esquecer o caso da Gurgel, uma indústria automobilística nacional, com peças e tecnologia de ponta 100% nacionais, que foi propositalmente falida pelo Governo Collor, de mãos dadas com as montadoras estrangeiras.
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observador 24/01/2024ISSO É REFLEXO DA EXPLORAÇÃO SALARIAL QUE PERSISITE A ANOS EM NOSSA CIDADE, A MÃO DE OBRA EM FRANCA É MUITO EXPLORADA E DESVALORIZADA FAZENDO COM Q O PODER DE COMPRA CADA VEZ FIQUE MENOR.
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JEFFERSON MARTINS 24/01/2024NAO TEM CABIMENTO UM KUID 2024 CUSTAR R$70,000,00
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Infiel 24/01/2024Velhos e sem seguro. Um enorme risco de causar um prejuízo a terceiros. Não é a toa que tenho seguro desde 2010. Franca é a terra dos que batem e não pagam os prejuízos causados.
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Dirceu 24/01/2024Querem o quê??? carro dito popular a 100k ninguém aguenta. Carro caro... impostos absurdos... tudo isso contribui para as pessoas manterem os velhinhos em funcionamento. E vai envelhecer cada vez mais... em uns 30 anos vai parecer Cuba... mas isso é o que o nosso amado PR quer.
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JOIAS DAS ARABIAS 24/01/2024Ha um oceano infinito que separa a ampla maioria da população com seu poder de compra ridículo de tão baixo e, os preços absurdos praticados pelas montadoras, ainda mais salgados pelos elevados impostos que, como sabemos são cobrados para manter os privilégios e elevadíssimos salários de militares, políticos e do judiciário. A questão é que o ciclo não se fecha, ou seja, implementa-se uma política para tirar direitos trabalhistas e reduzir salários e, na ingenuidade ou imbecilidade mesmo, os que defendem esse cenário ainda desejam que esses mesmos trabalhadores possam consumir.
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Tiago 23/01/2024A resposta para o motivo disso está nos pre6abusivos de carros novos e o valor absurdo do ipva, além do risco de ter o carro roubado, te obrigando a pagar seguro. Enfim , o culpado de todas as desgraças econômicas atende pelo nome de governo,sempre sedento por mais dinheiro e usa a força para toma-lo. Entendam , governo só prejudica o povo. Evitem alimentar esse monstro. Usem seus carros velhos o maximo possível mesmo.
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Uaifone, celular de mineiro 23/01/2024Mas gente, que estranho né. Se são dados do DETRAN, devemos confiar.....o que nao entendi é que as convessionarias de veículos divulgaram super aquecimento nas vendas e não tinham carros em estoque....tinha até fila pra comprar se não me falha a memória e teve vendedor \"dispensando cliente\" de tanta procura por carro novo. Então a frota deveria estar é bem renovada...Ah, e aquela questão do IPI (quem lembra)...o carro barateou né ? Aqueceu também as vendas...
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Fiel 23/01/2024Eu gosto de carro novo. Chega de velharia.
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José Roberto 23/01/2024Faltou falar da margem de lucro das montadoras aqui que é bem mais alta do que na Europa e nos EUA. Além disso, agora as montadoras só querem fazer carro para rico. Os ricos cansaram de ver pobre com carro. Rico acha que lugar de pobre é na rodoviária.
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Francano 23/01/2024Os carros com mais de 10 anos são mais robustos e confiaveis. Os carros atuais tem muita tecnologia embarcada, motores de enceradeira e acabamento de plástico barato. Alto custo e baixíssima qualidade como as montadoras vislumbram. Carro tende a ser descartável. motores com bloco de alumínio 1.0 3 cilindros turbo?! sinto pena do proprietário que tiver um carro desses a partir dos 50.000km
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Tadeu Siqueira 23/01/2024Vendo Brasília 73, boa de lata e de motor, 4 pneu meia-vida com roda gaúcha e toca fita Road Star. Aceito tv branco e preto no negócio. Também serve pra galinheiro e estufa de madurá banana. Interessados mandar proposta pra caixa postal 165. Negócio de ocasião, motivo é que fiquei viúvo.