NEGOCIAÇÕES

Sindicato dos Sapateiros de Franca quer 7% de aumento real e criação de vale-alimentação

Por Pedro Baccelli | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Pedro Baccelli/GCN
Assembleia de aprovação de pauta feita em março de 2022
Assembleia de aprovação de pauta feita em março de 2022

A indústria calçadista de Franca se prepara para as negociações salariais de 2024. Tópico central das discussões, o sindicato dos sapateiros pede a reposição da inflação + 7% de aumento real de reajuste para os mais de 13 mil trabalhadores empregados formalmente no setor. A proposta também abrange a criação do vale-alimentação, reajuste do abono escolar e da PLR (Participação nos Lucros Reais), e manutenção das cláusulas da última convenção.

O presidente do Sindicato dos Sapateiros, Wellington Paulo de Oliveira, diz que a categoria aguarda a divulgação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) – correspondente a março de 2023 até fevereiro de 2024 – para somar aos 7% pedidos de aumento real de reajuste salarial. A expectativa é de que o percentual de inflação seja conhecido a partir do dia 15 de março.

Em uma situação hipotética, caso a somatória da inflação e do aumento real totalize 10%, o piso dos sapateiros subiria R$ 162,76 – ou seja, passaria dos atuais R$ 1.627,64 para R$ 1.790,40. Isso, claro, se a proposta fosse aprovada pelo sindicato trabalhista e o patronal.

O setor busca criar um vale-alimentação para os funcionários. Ainda segundo Wellington, os possíveis valores ainda não foram discutidos. A pauta aborda o aumento do abono escolar referente a 2025 – o benefício foi de R$ 334,83 neste ano. Já a PLR subiria das atuais 110 horas para 220 horas. Fechando os itens principais, a manutenção de todas as cláusulas garantidas da convenção trabalhista anterior.

“Estamos esperançosos. Passou o primeiro ano do governo, que, segundo o patronal, deu uma travada no setor. Porém, agora, eles conseguiram prorrogar a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) na folha. Automaticamente, acredito que dará uma esquentada no setor. Vejo como um ano de possibilidades grandes para o setor, independentemente dos percalços”, pontua Wellington.

O Sindicado dos Sapateiros planeja entregar a pauta de reinvindicações para o patronal na próxima segunda-feira, 8 de janeiro. A data-base da categoria é o dia 1° de janeiro.

Matéria atualizada em 11/01/2024 às 17h54

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Comentários

11 Comentários

  • Oficina Simas Turbo 09/01/2024
    Globalização? Claro, inclusive temos um dos economistas clássicos que possui uma tese sobre esse tema, Joseph Schumpeter, destacando sobre a importância do avanço tecnológico para a diminuição no custo do produto final, ressaltando que a tecnologia destrói empregos manuais, mas cria outras formas de emprego. O fato dessas empresas migrarem para outros estados em busca isenções fiscais, para manter o preço do produto competitivo, também gera avanço tecnológico para essas cidades desfavorecidas de qualidade de vida, conforme eu mencionei, esses aumentos salarias são repassados no preço do produto, por isso as empresas migram para estados com mão de obra sucateada e livres de sindicatos. E respondendo sobre sua pergunta sobre o congelamento de salários, sim, poderia congelar meu salário desde que todos outros fossem congelados, pois a capacidade produtiva da empresa vai permanecer a mesma e teremos um aumento da inflação. Se tivéssemos uma carga tributária reduzida, disciplina fiscal do governo e o avanço nos investimentos de saúde, segurança e educação, o pobre seria beneficiado. Altas cargas tributárias só prejudica o pobre. Vou te contar um segredo, a única coisa que gera a desigualdade social é o preço final do produto.
  • OIAS DAS ARABIAS 09/01/2024
    Caro Simas Turbo! Você já procurou saber o que vem a ser globalização e, principalmente o como as tecnologias nos setores de transportes e de comunicação interferem profundamente na mobilidade das empresas? Elas se mudam facilmente para lugares onde os lucros podem ser maiores e, se houver algum canto onde a mão de obra seja legalmente escrava, para lá elas irão. Ou seja, ela jamais terão qualquer preocupação com o trabalhador e suas condições de vida. Mas, você não respondeu se aceitaria ter o seu salário congelado, corroído pela inflação. De fato a carga tributária nesse país é insana e usada muito mais para a manutenção dos privilégios e altos salários para políticos e para a elite do funcionalismo público. Mas, daí dizer que ela onera muito mais o rico do que o pobre soa como uma piada, haja vista que existem vários estudos que comprovam que proporcionalmente o pobre paga muito mais imposto. Além do mais não sejamos ingênuos, pois se tem algo que muitos empresários sabem fazer é sonegar, utilizar laranjas e lavar dinheiro. Afinal, quantos não foram os casos de empresas que quebraram, deixando de pagar os direitos trabalhistas e os impostos e fornecedores, mas que em nada interferiu no patrimônio de seus donos que, permaneceram com fazendas, postos de combustíveis, carrões, ranchos etc. A própria PF já andou pela cidade investigando alguns desses empresários.
  • Oficina Simas Turbo 08/01/2024
    Cara, cada comentário seu eu tenho mais certeza que você é um lunático. Não existe mágica sindicalista, aumentar o valor do salário não vai aumentar o poder de compra do pobre, e sim, apenas aumentar a inflação, pois esses aumentos são repassados no preço do final do produto. O que corrói a vida dos empresários e colaboradores é essas taxas de impostos infernais, onde quem se lasca é o pobre, mas falar de governo dói na ferida desse pessoal que gosta de ficar lambendo político (tanto Lula quanto o Bolsonaro). Se fosse para levar em consideração seu comentário Sr. Gabiroba, poderia colocar salário mínimo de 4 mil reais para todos os francanos que trabalham na área calçadista, assim todos ficaram felizes e ricos, não resultaria impactos nenhum.
  • JOIAS DAS ARÁBIAS 07/01/2024
    Quer dizer que na visão de alguns leitores contrários ao aumento salarial, o trabalhador deve se sujeitar a salários muito aquém de suas necessidades básicas e corroídos pela inflação, enquanto que o empresariado representa os coitadinhos? Tadinho deles!!! Não poderão comprar lanchas, adquirir lotes em condomínios luxuosos, comprar fazendas, postos de combustíveis, curtir festanças em seus ranchos etc. SErá que esses caras contrários aos sapateiros aceitariam ter os seus salários congelados? Certamente que não!!! São hipócritas!!!!! Aliás, sugiro a eles que leiam sobre Henry Ford, pois saberão que o fundador da Ford pagava melhores salários, pois no final da cadeia produtiva via os funcionários como potenciais compradores de seus carros. Oras!! Paga-se uma miséria de salários ao trabalhador e, na maior cara de pau os detentores do capital ainda desejam que os mesmos sejam consumidores? São idiotas ou cínicos?
  • Gabiroba 05/01/2024
    Simas Turvo, aínda bem que seu negócio é carro e não pessoas! As empresas saem de Franca não para terem preços competitivos e sim mais lucro, pois os preços delas não abaixam na vitrine. Lá no nordeste elas recebem inúmeros benefícios e incentivos dos governos estaduais, coisa que em nosso amado SP não tem e nunca teve! Além de tudo, encontram lá o sonho de todo empresário Francano: Pagar extremamente pouco! Para ganhar 1700,00 por mês, não precisa ficar se submetendo a condições tão ruins como as das fábricas. Passou da hora de terem valorização sim! E que retirem de seus lucros um pouco.
  • Oficina Simas Turbo 05/01/2024
    Mais uma vez o sindicato ferrando o trabalhador francano, por isso as grandes empresas calçadistas de Franca estão se direcionando a outros estados, tentando buscar um preço mais competitivo com o mercado. Esses \"aumentos\" salariais proporcionados pelos sindicatos são meramente ilusórios, sendo que a capacidade produtiva da empresa vai permanecer a mesma e restando a única opção da empresa incluir esse custo adicional no preço da mercadoria. Os níveis de inflação sempre permaneceram em ritmos acelerados.
  • JOIAS DAS ARÁBIAS 05/01/2024
    E o que dirá Brigagão, que como se sabe está na presidência do sindicato das indústrias, desde a chegada de Pedro Alváres Cabral a essas terras? Os empresários tem sido beneficiados com isenções fiscais e, qual o retorno darão? E, certamente logo aparecerá algum comentário de pêlego contra o aumento salarial, ou seja, o mesmo sujeito que não tem onde cair morto, é pisado, cuspido e ridicularizado pelo patrão, mas que adora lhe puxar o saco. Ou ainda um desses grandes empreendedores, que fabricam um sapatinho aqui outro acolá e, se intitulam grandes empresários.
  • Sapateiro 05/01/2024
    Todo ano a mesma briga e o Sindifranca só paga o percentual de inflação, quando muito, 1% a mais sobre ela. Sobre benefícios como vale alimentação e mais PLR e abono escolar, nunca aprovam nada! A dura realidade do calçado em nossa cidade é baseada em poucas empresas sérias e comprometidas com o bem estar dos colaboradores e a imensa maioria apenas sugando a mão de obra barata! Reparem nas pessoas almoçando sentadas nas ruas na hora do almoço! Nem mesa para comer elas possuem, acham mesmo que terão vale refeição? O trabalhador ganha 1700,00, tem descontos de impostos, pagam para comer e se deslocar ao trabalho, deste 1700,00, sobra livre para eles 1000,00. É muito triste! Depois quando não houver mais mão de obra não adianta chorar e ser saudosistas!
  • Antônio Carlos 05/01/2024
    Pessoal tá vendo que está em crise o sapato em franca e quer reinvidicações que as vezes são complicadas de conseguir isso sim faz empresas item pra outras cidades
  • Túlio 05/01/2024
    A categoria merece tudo isso mas o cenário que vivemos é inviável, as fábricas vão reduzir o quadro de funcionários ou vazar pro nordeste gerando mais desemprego em Franca
  • Gabiroba 04/01/2024
    Pedem 7%, ganham 6%. Pedem PLR melhor, não recebem. Pedem vale refeição, negado! E os patrões... Se enfartando com as macarronadas do la borgata e os rodízios do nonno grill. E reclamam que não tem mão de obra barata mais como antes!