Os deputados estaduais votarão nesta quarta-feira, 6, o projeto de privatização da Sabesp, proposta encaminhada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O assunto vem sendo bastante discutido, com muitos munícipios se colocando contrários à desestatização dos serviços. A própria Alesp chegou a criar uma Frente Parlamentar contra a privatização.
Franca, que tem um dos melhores saneamentos do Brasil, conta com dois deputados na Assembleia, Guilherme Cortez (Psol) e a delegada Graciela (PL). Ambos se declararam contrário à privatização da Sabesp.
A Delegada Graciela disse, em nota, que votará contra a privatização da Sabesp, pois tem "um compromisso muito forte com Franca". "Franca é referência mundial em saneamento básico. Temos 100% de água e esgoto tratados. Estamos entre as melhores cidades do País nesse quesito. Sem contar a excelência do sistema, a Sabesp desenvolve projetos inovadores como o que, desde 2018, gera biogás a partir do tratamento do esgoto para movimentar a frota de veículos da empresa. A Sabesp tem muito pouco a avançar em Franca", afirmou a deputada.
Já Guilherme Cortez usou a Tribuna da Alesp nessa terça-feira, 5, reafirmando sua posição, dizendo se sentir orgulhoso por representar Franca no Legislativo do Estado. “A região de Franca me deu orgulho em ser um de seus representantes nessa Assembleia, e a deputada Graciela sabe que Franca tem a nona melhor rede de saneamento básico do Brasil, graças ao serviço que é oferecido pela Sabesp. Na região de Franca, a Sabesp já universalizou o saneamento. Não foi hoje não, foi 20 anos atrás, graças ao investimento de uma empresa pública. Privatizar a Sabesp é um crime contra o Estado de São Paulo, é um crime contra nossa região que tem uma excelente rede de saneamento básico”.
Apesar de estarem em lados extremos da política, Delegada Graciela e Guilherme Cortez concordam que a privatização vai contra a vontade da população. “Os interesses da população que nos elegeu estão acima dos partidos, acima da nossa relação com o governo e, por isso, eu tenho certeza, deputada, que a gente vai poder contar com seu voto também contra a privatização da Sabesp, porque o oposto seria virar as costas para a população da nossa cidade e da nossa região", afirmou Cortez.
"O não que vou proferir na votação do Projeto de Lei 1501/2023 é uma forma de me alinhar ao que pensa a maior parte da população de Franca. Sou base do governo e continuarei a ajudá-lo em projetos de interesse da sociedade", garantiu Graciela.
A deputada ainda afirma que trabalhou para que as obras do sistema de captação de água do Sapucaí fossem retomadas, em 2020, e concluídas. "Estive à frente para desatar o imbróglio jurídico. Minha ação com a Sabesp não é de agora". E diz que apresentou uma emenda ao projeto que trata da desestatização da Sabesp, que será votado nesta quarta, mas foi rejeitada.
A proposta previa que "nos imóveis localizados em municípios com índices superiores a 85% de domicílios com abastecimento e de coleta e tratamento de esgoto, como é o caso de Franca, fosse dado um desconto adicional de 30% nas contas dos consumidores".
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Comentários
10 Comentários
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JOIAS DAS ARÁBIAS DA MIJOIAS 07/12/2023José Pereira prestou três concursos públicos e acertou todas as questões e, não foi chamado? Quando ocorreram esses concursos e, para que propósito eles ocorreram? Foi para efetivação ou contrato temporário? Sinceramente essa fala está mais para uma dor de cotovelo, típica daqueles que não possuem competência para serem aprovados em um concurso público e, que como consolação lhes restam criticar aqueles que demonstraram maior capacidade. Afinal, acertar todas questões e não ser chamado é discurso que só sendo idiota para acreditar. . -
Adoniram Ricardo Oliveira Xavier 07/12/2023Tudo pode ser melhorado, inclusive a Sabesp, sua privatização irá beneficiar inúmeras outras cidades que hj não tem a mesma condição de Franca, e tudo que é público acaba virando moeda política nesse jogo sujo de interesses. -
Dimas 06/12/2023A população é contra ??? -
JOIAS DAS ARÁBIAS DA MIJOIAS 06/12/2023Certa vez um colega me disse que a Sabesp precisa ser privatizada, pois perde-se muita água pelas suas tubulações. Oras! Por qual motivo a CPFL ou a ENEL não enterram os fios e cabos elétricos? Simplesmente porque é muito caro e, não estariam propensas a fazer grandes investimentos e com isso diminuir os seus lucros. Com relação a água não é diferente, ou seja, será que existe algum idiota que acredita que os encanamentos subterrâneos vão ser trocados por uma nova empresa? Se existe eu digo a esse idiota que, jamais a empresa fará esse investimento, pois irá preferir diluir essa perda nas contas de nós trouxas consumidores. Aos defensores da privatização eu digo que preparem os seus bolsos e, que jamais façam desse espaço uma espécie de privada para reclamarem dos aumentos das tarifas. . -
Jose Pereira 06/12/2023São a favor do cabide de emprego?estes dois nunca me enganaram,prestei 3 concursos da Sabesp tenho os gabaritos não errei uma só questão,nunca me chamaram espeto sim que seja privatizada este pessoal samba com nosso dinheiro chega de farra com dinheiro público, espero que publiquem e respeitem minha opinião. Sejam imparciais. -
Oficina Simas Turbo 06/12/2023Tem que ocorrer sim a privatização da Sabesp, o fato de Franca possuir um ótimo serviço de saneamento básico não inibe as cagadas que Sabesp faz em outras cidades, sucateando o atendimento de agua e esgoto e trazendo prejuízo a população paulistana. Detalhe, como não concorrência, ela acaba monopolizando o serviço e cobrando o que quer. Privatize jááá!!!!!! -
JEFFERSON MARTINS 06/12/2023ACABAR COM A MAMATA -
Walter Cintra 06/12/2023Cada um com sua opinião, eu sou muito a favor, acabar com as mordomias, e ter um atendimento melhor para o consumidor. -
Maria 06/12/2023Orgulho dos meus candidatos, parabéns! -
José Roberto 06/12/2023https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw02r9ddlndo Entre 2000 e 2023, houve 344 casos de “remunicipalização” de sistemas de água e esgoto mundo afora, a maioria na Europa, de acordo com levantamento do banco de dados Public Futures (futuros públicos; publicfutures.org), coordenado pelo Instituto Transnacional (TNI), na Holanda, e pela Universidade de Glasgow, na Escócia. De acordo com Lavinia Steinfort, coordenadora do projeto de Alternativas Públicas do TNI, essas reversões têm sido motivadas por problemas reincidentes em experiências de privatização e parcerias público-privadas (PPPs), como serviços inflacionados, falta de transparência e investimentos insuficientes. “A experiência mostra repetidamente como a privatização gera aumentos de tarifas e torna a água menos acessível à maioria da população”, afirma a pesquisadora e geógrafa política à BBC News Brasil. De acordo com Steinfort, frequentemente a remunicipalização é motivada por saltos nos preços após concessões privadas. Ela cita os exemplos de Paris, onde as tarifas de água aumentaram 174% entre a privatização, em 1985, e 2009; Berlim, onde subiram 24% entre 2003 e 2006; e Jacarta, capital da Indonésia, onde triplicaram entre 1997 e 2015, quando um processo judicial movido por cidadãos obteve uma primeira vitória judicial para anular contratos com o setor privado. Além disso, investimentos privados são movidos por metas de lucros, o que a seu ver termina por comprometer o acesso a um direito humano essencial que exige investimentos volumosos que não podem depender de gerar retorno financeiro. “A tendência a privatizar se baseia em uma ideologia ultrapassada de que o setor privado é mais eficiente. Hoje, temos evidências crescentes de que não é o caso”, afirma Steinfort, ressaltando que a preocupação se torna ainda mais premente com o agravamento da crise climática, o avanço de governos da extrema-direita no mundo e ameaças cada vez maiores ao direito humano à água. De acordo com estudos da TNI, cerca de 90% dos sistemas de água no mundo são de gestão pública. Dados da Federação Mundial de Operadores Privados da Água, a AquaFed, indicam que cerca de 10% da população mundial é atendida por sistemas privados.