A vereadora Dandara Ferreira (MDB), 44 anos, da Câmara Municipal de Patrocínio Paulista, cidade a 15 km de Franca, acusa o colega parlamentar Alcides Resende (Cidadania) de transfobia durante sessão do último dia 14. O motivo do episódio de preconceito teria ocorrido por conta do uso de banheiros.
Durante a sessão, a vereadora pediu a palavra dizendo que precisava ir ao banheiro. No momento, Dandara também lembrou que já havia solicitado através de um requerimento qual banheiro ela poderia usar, por causa do gênero.
Em seguida, Alcides Resende sugeriu que o presidente da Câmara, Lucas Vicente Alves dos Santos (PSB), recorresse ao Ministério Público para uma solução. O assunto gerou uma discussão no Plenário, e em resposta a um munícipe que estava na plateia, Alcides disse: “Ô Tales, por enquanto ainda não tem três banheiros. Eu não concordo, não. Vamos falar assim: minha mulher está no banheiro, aí ele entra lá, porque pra mim ele é ele até que prove ao contrário. E se fosse ao contrário, como que faz”.
Dandara registrou boletim de ocorrência contra o colega, voltando a dizer nesta quarta-feira, 22, que espera justiça. “Sou uma mulher trans, negra e sofri um preconceito, transfobia. Ele (Alcides) falou de banheiro e também que eu tinha que pegar um atestado médico para atestar se eu era macho ou fêmea. É lamentável issso”.
A parlamentar mais bem votada nas últimas eleições na cidade, com 396 votos, acrescentou que está muito triste e espera uma posição do Ministério Público e da própria Câmara Municipal. “Transfobia é crime e vou até o fim”.
Alcides Resende se defendeu contra as acusações reafirmando que não é preconceituoso: “Só posso dizer que nunca fui nem serei preconceituoso, principalmente num país livre onde sobre sua vida pessoal você faz o que quiser. O que eu não posso querer é que as pessoas vivam o que eu vivo. O que houve foi uma opinião particular, sobre um questionamento de qual banheiro usar, aonde teve a ideia de um munícipe da plateia ao dizer que deveria tirar a placa do banheiro feminino e masculino, e deixar simplesmente banheiro para ser usado todos junto e misturado, no que eu discordo dele”, disse o vereador nesta quarta-feira.
O presidente da Câmara Municipal de Patrocínio Paulista, Lucas Vicente Alves dos Santos, foi procurado para comentar o assunto e se irá tomar alguma providência sobre o caso, mas não respondeu até a publicação.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu recentemente que atos de homofobia e transfobia devem ser enquadrados como crime de injúria racial. Com isso, os responsáveis por atos dessa natureza não têm direito a fiança, nem limite de tempo para responder judicialmente. A pena é de dois a cinco anos de prisão.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.
Comentários
1 Comentários
-
Helio P Vissotto 22/11/2023Eita mundo chato! Daqui a pouco vamos ter que construir BANHERE!