PATRIMÔNIO

'Desastroso para a história', diz urbanista sobre queda de telhado do Clube dos Bagres

Por Hevertom Talles | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Hevertom Talles/GCN
Telhado do Clube dos Bagres após queda nesta segunda-feira, 6
Telhado do Clube dos Bagres após queda nesta segunda-feira, 6

No dia seguinte à queda do telhado do ginásio do Clube dos Bagres da Estação, em Franca, o Portal GCN/Rede Sampi conversou com o arquiteto e urbanista Mauro Ferreira sobre o acontecimento, nesta terça-feira, 7.

Mauro também é professor de mestrado de Políticas Públicas da Unesp e foi presidente do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico) de Franca.

Ferreira afirma que cabe ao poder público municipal, através do setor de fiscalização, acompanhar se o imóvel está de acordo. “Tem o poder de polícia para atuar, pode inclusive fechar estabelecimentos se necessário”, disse.

No caso do Clube dos Bagres, o prédio foi tombado pelo município. De acordo com o urbanista, são dois níveis de fiscalização, um do alvará de funcionamento fornecido pela prefeitura para imóveis com "habite-se", documento fornecido quando a obra é concluída, comprovando que foi executada conforme o projeto aprovado pela prefeitura. O procedimento exige o projeto e acompanhamento de profissional habilitado (engenheiro ou arquiteto), acompanhado da emissão de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), que garante a segurança contra incêndio e pânico.

“Somente com esses documentos, o prédio pode ser utilizado. Como se viu no caso do Bagres, esses documentos não existiam", comenta. O outro nível de fiscalização é o da preservação de um bem tombado, que deve ser periódico de maneira a verificar se o imóvel tem as características que o levaram ao tombamento sendo observadas, papel que cabe ao próprio Executivo, ao Condephat e à Promotoria de Patrimônio Histórico do Ministério Público”, segundo Ferreira.

Um dos pontos que desperta dúvida na cidade é quem deve preservar um imóvel tombado. Ferreira esclarece que cabe ao proprietário do imóvel, seja particular ou público, a manutenção do edifício para que possa ser utilizado com segurança.

“Apesar de todas essas camadas de fiscalização, o prédio, mesmo sem as devidas licenças, estava sendo utilizado amplamente com publicidade, ou seja, Prefeitura e MP não podem se eximir dizendo que nada sabiam. Ao colapsar, colocou em risco centenas de usuários, poderia ter ocorrido uma tragédia sem precedentes, além da perda de parte de um importante marco histórico, quando a cidade completa 199 anos. Minha sensação é de indignação e impotência diante da falha generalizada, que levou a esse desastroso evento para a história e a cultura local”, finalizou o urbanista.

A reportagem não conseguiu contato com o Ministério Público para comentar o assunto.

Nesta segunda-feira, 6, o Conselho Administrativo do Clube dos Bagres havia confirmado que o local não tinha alvará e que o processo de regularização estava já em andamento.

Por conta desta situação, a prefeitura afirmou que irá adotar as medidas cabíveis, atendendo à legislação em vigor.

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Comentários

3 Comentários

  • Venceslau 08/11/2023
    se for analisar com frieza, o Oscar do Basquete ta certo, Franca tá uma merda.
  • Alexandre Cesar Lima Diniz 08/11/2023
    O próximo passo das autoridades francanas será deixar desabar o telhado do museu, pegar fogo na antiga unesp, vender o champagnat para construtoras e doar o relógio do sol para servir de banco de praça em Ribeirão.
  • APARECIDO DONIZETE NUNES 07/11/2023
    Cada cidade tem o Prefeito que merece, a População inteira sabia quem era o SR Alexandre Ferreira, agora aguentam as Consequencias.