A aposentada Lúcia Helena de Lima, de 59 anos, moradora do Jardim Vera Cruz, zona Norte de Franca, enfrenta desafios inimagináveis. Diagnosticada com mielite transversa longitudinal e SAF, duas doenças raras, ela e sua filha, Isabela Cristina de Lima, lutam para superar as dificuldades e buscam entrar em um programa para receber auxílio durante os tratamentos.
O drama começou no dia 19 de maio de 2021, quando Lúcia Helena sentiu fraqueza nas pernas. Após três visitas à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e injeções na coluna, o seu estado de saúde piorou até perder os movimentos.
Ela foi levada à Santa Casa de Franca e foi diagnosticada com mielite transversa longitudinal, uma doença rara que inflamou sua medula espinhal, em junho. Os médicos informaram a família que a condição era irreversível.
"Ela não ia andar mais, e tinha perdido a sensibilidade do intestino e da bexiga. Ela usa fralda, e eu retiro o xixi com o cateter", disse a filha Isabela.
A doença também causou a perda do controle do sistema nervoso, chamada de dor neuropática. "Ela sente choque, frio ou calor demais. Agulhadas e queimação pelo corpo. Fora os espasmos que são muito fortes e causam aperto dos órgãos. Ela sente uma dor muito forte. Vive chorando".
Em outubro de 2022, Lúcia Helena também foi diagnosticada com SAF (Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo). Os médicos suspeitam que a condição - que pode causar coágulos de sangue dentro de artérias, veias e órgãos - tenha desencadeado a mielite, aumentando a complexidade do quadro clínico.
A rotina da aposentada é acordar cedo para tomar café, recebe ajuda da filha para tomar banho e contribui como pode a fazer o almoço. Fica deitada no período da tarde pelas fortes dores e friagem que sente. O jantar é servido cedo para dar tempo de retirar a urina antes de dormir. Mesmo assim, é comum acordar com o colchão "ensopado" pela manhã.
Lúcia Helena passa por fisiatra, fisioterapia, neurologista, reumatologista e urologista pelo Hospital do Câncer de Franca e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. A aposentada recebe botox nas pernas em decorrência da perda muscular.
Segundo a filha, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece duas sessões de fisioterapia por semana, e a família paga uma terceira. Não são todos os remédios que são oferecidos gratuitamente, sendo necessária a compra. "Ela deve tomar em torno de 35 remédios por dia, mas nenhum tira dor. Isso é horrível. Ver sua mãe chorar e não poder fazer nada, acaba comigo".
Em meio aos desafios, mãe e filha buscam entrar no Razões Para Acreditar, um programa realizado no Instagram que contam histórias de pessoas que estão passando por dificuldades. O público contribui e depois os resultados das doações são divulgados para mais pessoas acreditarem que mudanças são possíveis.
"O nosso objetivo é ter uma ajuda com os remédios e outros gastos como Perfex, produtos de limpeza, pomada de assadura, óleo de girassol e hidratante para não dar ferida", conta Isabela.
A filha também quer melhorar a alimentação da mãe e montar um quarto. "Ela dorme na sala, sem privacidade. Queria arrumar um lugar para ela, porque minha casa é sobrado. O quarto ficava em cima. Precisamos adaptar a casa para ela".
Isabela ajuda como pode. Sem registro atualmente, vende roupas pela internet. Além dos problemas de saúde da mãe, a filha tem depressão e fibromialgia - uma dor muscular generalizada, com períodos extensos de duração.
Para participar do Razões Para Acreditar o vídeo precisa chegar a 1 milhão de visualizações. Para acessá-lo basta clicar aqui. "Peço que compartilhem para o vídeo viralizar".
Quem quiser realizar doações pode entrar em contato pelo telefone (16) 99114-2730 ou entregar na rua Primo Comparine, 2.933, no Jardim Vera Cruz.
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Comentários
1 Comentários
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Renato 05/11/2023Não vejo nenhuma autoridade indignar com o sofrimento desse cidadão