Trabalhadores do Distrito Industrial de Franca sofreram com cheiro forte de amônia. O odor provocado por uma fábrica de fertilizantes causou tosse, dor de cabeça e dor no estômago em funcionários de uma empresa de ferragens de construção civil na manhã desta quarta-feira, 25. O cheiro permaneceu intenso durante duas horas.

No momento da contaminação, os trabalhadores buscaram locais na empresa em que o cheiro estivesse mais ameno. Apesar do mal-estar, nenhum dos 33 funcionários precisou de atendimento médico. “De vez em quando está mais fraco, hoje estava mais forte. Fica insuportável trabalhar, não tem como”, afirmou um funcionário da área de produção.

A inalação do composto químico com uso doméstico e industrial em alta concentração pode causar prejuízos à saúde e representar risco à vida. Por esse motivo, os funcionários buscaram a ajuda da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), porém não receberam retorno.

Cetesb
De acordo com a Cetesb, após a reclamação da população, foi realizada uma vistoria no dia 23 de outubro. Na ocasião não foram constatados odores característicos do processo industrial de fertilizantes em áreas externas ao perímetro do empreendimento. Além disso, os técnicos  da Cetesb informaram que neste ano não houve registro de vazamento de amônia em Franca. “Tendo em vista o novo registro via imprensa, a Agência Ambiental fará nova inspeção no local. Voltaremos a informar caso a nova vistoria constate algum problema”, finalizou nota enviada pela assessoria de imprensa da Cetesb.

Empresa
O GCN/Sampi entrou em contato com a empresa supostamente poluidora, e esta informou que não trabalha com amônia ou qualquer outro produto que libera odores fortes nem realiza reações que possam liberar odores. “A nossa linha de produtos são sólidos, trabalhamos somente com produtos para revenda”, relatou a responsável técnica pelo estabelecimento químico industrial, Bruna Martins Calzavara de Oliveira. Na manhã de quinta-feira, 26, o escritório da Cetesb de Franca retornou ao local e realizou uma  nova inspeção na fábrica de fertilizante e não encontrou nenhuma irregularidade.

Histórico
Esta não é a primeira vez que a empresa vizinha sofre com o problema. Em setembro, um trabalhador precisou receber atendimento médico após desmaiar por causa da inalação do produto.