Depois da explosão de casos de microcefalia em crianças associada ao zika vírus, em 2015, a doença passou a ser monitorada. Segundo a Secretaria de Saúde, na rede pública municipal de Franca há no momento aproximadamente 25 crianças com diagnóstico de microcefalia em acompanhamento e tratamento no Centro Especializado em Reabilitação (CER/APAE) e no Ambulatório de Criança de Alto Risco (ACAR).

O órgão informou que como não há um tratamento específico para microcefalia, a depender das funções que a doença comprometeu na criança, seja de ordem respiratória, neurológica, motora ou qualquer outra complicação, o tratamento pode ser realizado por diferentes especialistas, e proposto de forma individual conforme a necessidade de cada criança.

De modo geral, são realizadas ações que auxiliam no desenvolvimento da criança, como fisioterapia, fonoaudiologia e estimulação precoce. Como prevenção primária da microcefalia, a Secretaria Municipal de Saúde tem fortalecido o acompanhamento do pré-natal da gestante na atenção primária, conforme diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

Uma história de amor e superação
A microcefalia é uma condição em que a cabeça de um bebê é significativamente menor do que o esperado. Esse foi o diagnóstico recebido por Ruan Viktor, filho de Luciana Souza Brites, 46 anos, e de Claudinei Pereira Brites, 43 anos. O casal ainda tem o pequeno Davi, de 12 anos.

Ruan Viktor nasceu em 2 de junho de 2005, fruto de uma gestação tranquila até o diagnóstico. “Durante minha gravidez recebi a notícia de que o Ruan teria microcefalia e encefalocele. Fomos fazer uma ultrassonografia para descobrir o sexo do bebê e o médico percebeu que tinha algo de errado”, contou a mãe.

Na ocasião, os médicos ofereceram a opção de interromper a gravidez, mas o casal decidiu que não faria isso. Ao longo da gravidez, o casal também recebeu a notícia de que Ruam teria poucas chances de vida após o parto. Mesmo diante de recomendações médicas para interromper a gestação, eles permaneceram firmes em sua decisão de dar à luz a seu filho e amá-lo incondicionalmente. Luciana lembra que seu esposo, Claudinei, manteve a fé e sempre dizia "Deus me deu e só Ele poderá tirar."

A busca por outras opiniões médicas sempre resultava na mesma previsão sombria, mas a família Brites não desistiu. Com 34 semanas de gravidez, outra ultrassonografia revelou que a cabeça de Ruan estava oca, e a médica questionou por que eles insistiam em prosseguir.