Na semana que passou, mais uma de tantas tragédias ocasionadas pela violência doméstica, e que engrossam as estatísticas das secretarias de Segurança Pública de todo o país, ganhou repercussão na região de Franca. Uma jovem de 20 anos perdeu a vida após ser agredida por um companheiro violento a aproximadamente 1 mil quilômetros de distância de sua família.
Vitória Bisão dos Santos Ferreira, de 20 anos, moradora de Pedregulho, foi espancada por Maykon Douglas Assunção Rodrigues, de 25 anos, dentro da casa onde o casal morava na zona rural de Guanambi (BA), cidade da família do rapaz. A garota deixou tudo para trás, e partiu com o filho em busca de retomar o relacionamento.
A história de Vitória e Maykon – agora um assassino – começou em Pedregulho há quase dois anos. Eles namoraram e tiveram um bebê há oito meses. A convivência entre os dois não era pacífica: segundo a irmã da vítima, as agressões eram constantes, não importava o lugar.
Apesar de diversas intervenções familiares, até com chamados à policia, a jovem não deu queixa, por motivos que jamais serão esclarecidos. Irmãs de Vitória acreditam que o medo ou o amor impediram a denúncia. “Ou ela tinha medo ou amava demais, pra poder ficar com um 'monstro' desses”, disse uma delas.
Maykon havia voltado para a Bahia após o fim do namoro. Mesmo assim, em fevereiro deste ano Vitória decidiu ir atrás do pai de seu filho e retomar a vida a dois – na verdade a três, por conta da criança. Disse para a mãe que iria para a casa de uma amiga em Ribeirão Preto e partiu para o sertão baiano.
Na madrugada de 23 de julho, Vitória foi espancada dentro da casa onde moravam. Maykon teve a conivência de sua família, que abandonou a jovem no Hospital Geral de Guanambi, dizendo que ela havia sofrido um acidente de trânsito. Além disso, enviaram à mãe de Vitória uma foto dela machucada e deitada em uma maca.
Nesse momento é que os parentes da vítima tomaram conhecimento do que havia acontecido. A mãe viajou para a Bahia em companhia de um irmão. Depois de quase duas semanas de internação em coma, veio a triste notícia na última terça-feira, 1º: a garota teve morte cerebral.
A mãe e o tio voltaram para casa com o corpo na sexta-feira, 4, e chegaram a Pedregulho à noite. Vitória foi velada e sepultada neste sábado, 5. Desolada, a mulher se conforta na sábia decisão de dar vidas, em vez de tirá-las como fez o assassino de sua filha: os órgãos da jovem foram doados. “Perdi minha filha, mas o coraçãozinho dela vai estar batendo em outra pessoa”, resignou-se a mãe, que terá a companhia do netinho como lembrança de um pedaço que lhe foi arrancado covardemente.
As irmãs desejam que as autoridades façam a sua parte, prendendo Maykon, que está foragido, e o condenando pela barbárie cometida. “Queremos que a justiça seja feita, nada vai amenizar a nossa dor e trazer a Vitória de volta. Pelo menos vamos ter um alívio se ele estiver preso”, dizem.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.
Comentários
1 Comentários
-
Danilo 07/08/2023Que Deus conforte a família dessa moça. E que a justiça prenda esse cara feio, horroroso e monstro.