
Lançamento de livro, especialmente de autor não consagrado, nunca foi fácil. Nesse tempo pós pandemia, retomada ainda mais desafiante. Falo do livro em papel; o digital precisa de outro enfoque.
Pois não é que no último dia 5, a reunião que congregou autora, editores e convidados para lançamento de livro, surpreendeu agradavelmente.
Trata-se de “Não escrevo poesia, ela me (d)escreve”, de Tania Mara Pinto de Sousa, escritora francana, professora, membro da Academia Francana de Letras.
A autora apresentou seu livro de forma gentil e participativa, incluindo a todos naquele seu momento de alegria. Manteve seu lugar de fala (expressão que está na moda atualmente) sem impô-lo ou descaracterizar outros.
Teve leitura espontânea de poesias do livro, música, declamação, fala da autora e da editora e clima ameno de encontro.
O livro, editado pela Artefato, impresso em papel cartão e com bela capa de Victor Prado, está primoroso.
Os poemas encantam, cantam, riem, choram, questionam.
Vou transcrever um deles, almejando que desperte a gula para devorar o livro. Outono, disse Tania, é sua estação preferida. Estamos nele. Então
“Outono
A vida não merece prateleira
Agora é a melhor hora
Vou jogar o que não serve fora
Já comecei com a limpeza no armário
no roupário
nas gavetas
nas memórias
Fiquei muito tempo
Buscando nas entrelinhas
A minha identidade
Mas, na verdade,
Foi lá que me perdi
É tanto compartimento
Tanto fora quanto dentro
Códigos secretos
Tem muita coisa que não me serve!
Tem muita coisa com ácaro
Muito ranço
Vou aproveitar a onda do outono
Já encomendei uma caçamba.”
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Comentários
1 Comentários
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isabel Vitoriano 15/05/2023Que bom que Taninha decidiu escrever esse livro. Sempre tive o prazer de me deliciar com seus poemas. Ela tem o dom de traduzir em palavras, sentimentos e emoções. Cada poesia dela me faz viajar para momentos indescritíveis. Obrigada, Taninha. Bj