A honestidade e a desonestidade constituem o tema central dos ensinamentos da Palavra de Deus neste domingo. Vamos meditar.
Primeira Leitura Amós 8.
Amós vive 750 anos antes de Cristo: Israel está no auge da prosperidade.
O rei é Jeroboão II, político competente.
A religião também é respeitada.
Há, porém, um homem que não se associa ao coro dos que enaltecem a política do governo: é Amós.
Proclama ele, é verdade, sim, que há prosperidade e bem-estar, riquezas e luxo na nação, mas só para alguns. Os pobres da terra são explorados e comete-se todo tipo de opressão contra os mais fracos.
A leitura de hoje nos apresenta as denúncias e as ameaças deste profeta contra alguns dos responsáveis pela situação.
Ainda hoje há no mundo situações semelhantes àquelas denunciadas por Amós.
Segunda Leitura: 1Timóteio 2.
Na parte da Carta a Timóteo, que nos é proposta hoje, Paulo dá algumas normas a respeito da oração nas comunidades cristãs.
Recomenda que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridades.
A oração da comunidade cristã é universal: é dirigida a Deus pelos bons e pelos maus, pelos amigos e pelos inimigos.
O trecho termina com uma exortação: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando as mãos puras, superando todo o ódio e ressentimento”.
Evangelho: Lucas 16.
Mais do que uma parábola, parece-nos que Jesus esteja narrando um fato real. Um administrador é denunciado junto ao patrão como incompetente, porque dissipa os seus bens. O patrão manda vir à sua presença, conta-lhe o que ouviu a seu respeito, não espera qualquer explicação ou justificativa da sua administração, e o manda embora naquela mesma hora.
O administrador se dá conta de que não tem saída: vai ficar sem salário e deve pensar no seu futuro.
O administrador desonesto é esperto e sabe que todo o seu futuro está em jogo.
O que fez o administrador da parábola? Em vez de se transformar em agiota dos devedores, renunciou ao que lhe cabia nos negócios.
Tanto a admiração do patrão como o elogio de Jesus têm uma explicação lógica. O administrador foi esperto, diz Jesus, porque percebeu qual era o objetivo final: entendeu que, no futuro, mais do que de dinheiro, precisaria de amigos. Renunciou ao dinheiro, para conquistar amigos.
Os bens do mundo futuro, o reino de Deus, ao invés, são chamados a verdadeira riqueza, a nossa riqueza. Estes podem ser conquistados só mediante a renúncia, a exemplo do administrador da parábola, a tudo aquilo que não tem valor.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.
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