SUSPEITA

Bebê prematuro de 6 meses morre após parto, e família quer apurar a causa

Por Kaique Castro | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo Pessoal
Graziela Domiciliano: deslocamento de placenta provocou parto de emergência
Graziela Domiciliano: deslocamento de placenta provocou parto de emergência

A família do pequeno João Miguel, que nasceu em gestação de apenas seis meses, procura por explicações sobre a causa de sua morte. O bebê nasceu prematuro e morreu na Santa Casa de Franca no último domingo, 28, após aproximadamente meio dia de vida. Para os familiares, um corte na cabeça dele teria sido a causa de sua morte. O hospital afirma que óbito ocorreu por complicações típicas de prematuridade extrema.

Segundo Taciane Silva Sobrinho, sua cunhada Graziela Domiciliano, de 24 anos, deu entrada no hospital na última sexta-feira, 26, queixando-se de um sangramento vaginal. A família já sabia que o bebê tinha lábio leporino, mas a gestação estava saudável, de acordo com ela.

“O médico disse que ela teve um deslocamento da placenta, mas deixaram ela sangrando até o domingo, quando decidiram fazer uma cesária de emergência. O médico disse que queria segurar o bebê. Mas ele ainda falou que o bebê ia morrer, na barriga ou fora”, contou a tia da criança.

Ainda segundo Taciane, no momento do parto, o médico teria ferido a cabeça de João Miguel com um corte. “Cortou a cabecinha no momento da cesária feita às pressas. Mas ninguém falou que tinha acontecido. Eles esconderam (o corte) até a confirmação da morte do bebê. Eles não deixaram ela ver o filho, e não passavam informação. Nisso eu e a Graziele ficamos nervosas, e mais tarde uma psicóloga falou que ele não tinha resistido”, continuou Taciane.

Depois da constatação do óbito, os familiares tiveram acesso ao corpo de João. Nesse momento, ela tirou a touca de sua cabeça e viu os pontos na região da cabeça.

“Ele ainda estava quentinho. Tirei a toca e vi os nove pontos. Já sabíamos que ele tinha o lábio leporino. Ele estava bem”, lamentou a tia. Depois que viram o corte, os familiares decidiram procurar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência para que as causas da morte sejam apuradas.

Procurada, a Santa Casa de Franca afirmou que a morte de João Miguel foi causada por prematuridade extrema e que todas as medidas para salvar sua vida foram feitas.

Confira a nota da Santa Casa
"Paciente G.D.S., 25 anos, deu entrada no Pronto-socorro da Maternidade da Santa Casa de Franca com queixa de sangramento vaginal importante. Estava gestante de 25 semanas (6 meses) e foi feito diagnóstico de descolamento de 50% da placenta. Paciente foi submetida a uma cesárea de urgência, nascendo feto prematuro EXTREMO com algumas más formações.

O bebê foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal para cuidados intensivos, porém devido a prematuridade EXTREMA o bebê não respondeu às medidas assistenciais e evoluiu a óbito.

O deslocamento prematuro de placenta é um evento adverso da gestação, gravíssimo, e que requer a resolução imediata da gestação, sendo o parto cesárea, neste contexto, extremamente difícil e mais suscetível a complicações maternas e fetais, como o tocotraumatismo fetal citado em reportagem na mídia local.

Porém, a instituição salienta que a causa do óbito aconteceu devido somente a complicações típicas da prematuridade EXTREMA já que o feto nasceu com 890 gramas."

Matéria atualizada às 22h57

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Comentários

6 Comentários

  • Vand 31/08/2022
    Daqui uns dias sai um monstro que evoluiu das super bactérias que tem na Santa Casa de Franca e vai acabar com o planeta, é tanto erro de médicos, procedimentos, higiene limpeza entre outros que não sei porque aquilo ainda ão explodiu. Pior que ninguém fiscaliza.
  • Modesto 30/08/2022
    Minha mãe morreu do mesmo jeito em 2014, com 51 anos, pelo mesmo motivo e no mesmo lugar, acredito que devam ser até os mesmos médicos. Sem querer desanimar a família, não adianta ir atrás, pois eu fui, fiz boletim, fui ao CREMESP (o processo tramita até hoje, alguns médicos foram considerados culpados, mas estão recorrendo até hoje e conseguiram absolvição), eles vão enrolando o processo, deixando cair no esquecimento e desanimando a família. NÃO ACONTECE NADA PORQUE É MÉDICO JULGANDO MÉDICO! Meus sentimentos a família.
  • Hipócrates 30/08/2022
    Uma colecistectomia evoluir com um quadro desse, e paciente gritando no CC e percepção familiar de negligência... chama muito a atenção
  • Fica Atentos 30/08/2022
    Já é o terceiro caso só esse ano de imprudência médica que ouço falar, se fosse a família iria atras do caso do garotinho que morreu a pouco tempo tmb Caio se não me engano, a mãe abriu um processo, se for o mesmo médico pode ir juntas e com isso tentar responsabilizar esses cavalos!
  • Abreu 30/08/2022
    E sabem o que vai acontecer?, o de sempre, centenas de outros casos semelhantes e que acabam nada. O juiz vai pedir para um outro médico avaliar o tratamento e médicos nunca incriminam outros médicos, vão dizer que é assim mesmo e, como sempre, a dor se transforma em resignação e fica tudo por isso mesmo.
  • Alexandre Cesar Lima Diniz 30/08/2022
    Passei por algo parecido e me arrependo não ter ido rm frente para apurar a verdade. Os médicos são muito irresponsáveis, não levam em consideração a observação da família e depois os hospitais soltam notinhas eximindo a culpa.