
Faltam 91 dias para a Copa do Mundo do Qatar, mas algo que sempre antecede a competição já começou: juntar figurinhas do álbum. Desde a última sexta-feira, 19, os álbuns e figurinhas com as 32 equipes já começaram a ser vendidos de forma oficial, nas bancas de jornal e revista de todo o país.
Já no primeiro dia de vendas, os álbuns se esgotaram rapidamente em Franca. Mas no fim do dia, os estoques foram normalizados e a grande procura continuou. Ao todo, a coleção contém 670 cromos, sendo 50 especiais (aqueles brilhantes) e mais 80 extras (logo da Fifa, estádio, etc).
A expectativa é que, com o começo das vendas até o início dos jogos, os francanos lotem as praças da cidade para trocar as figurinhas. Como sempre, as figurinhas brilhantes são as mais difíceis de serem conquistadas. E a de jogadores como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo são as mais cobiçadas.
Quem esperou com muita ansiedade este momento foi o barbeiro Geraldo Majela Toledo, conhecido como “Batman”. Colecionador desde criança mudou o jeito de completar o álbum e desde a Copa do Mundo de 2006 possuí uma “banca de troca”.
“Em 2002 eu já trocava figurinhas aqui na praça. Mas em 2006 comecei a ficar com uma banca trocando e vendendo com o pessoal. Através dessa troca, fiz muitas amizades”, contou o barbeiro que até o fim da Copa pretende ficar na praça trocando as figurinhas.
Geraldo também contou que as trocas não são só um hobby. Com a venda de álbuns antigos, ele conseguiu juntar um dinheiro e comprar seu primeiro carro.
“Consegui comprar o carro. Vendi alguns álbuns da Copa de 1970, juntei um dinheiro e comprei meu Fusquinha azul super-homem. Ele era velhinho e tive ajuda de alguns amigos para empurrá-lo”, contou o barbeiro, que afirma tirar um bom dinheiro durante o período da Copa, mas que o prazer mesmo é estar ali trocando e completando álbuns. “O prazer da figurinha é trocar. Às vezes, eu nem vendo, para ajudar a pessoa. A gratidão é muito grande, quando alguém completa um álbum”.
José Roberto Folis, de 65 anos, já se aposentou, mas nesse período de Copa, pega sua mesa, suas caixas de figurinhas e vai até a praça para vendê-las e trocá-las.
“Coleciono desde criança. Nas Copas de 70 e 74, eu consegui completar. Tenho eles até hoje. Depois de 74 eu dei uma parada, mas em 2006 eu voltei com tudo. É o primeiro dia de vendas e a procura já está alta”, contou o aposentado, na última sexta-feira.
O preço das figurinhas em 2022 subiu 100% em relação à Copa do Mundo da Rússia 2018, de R$ 2 para R$ 4. O preço do álbum também subiu – R$ 12 em relação aos R$ 7,90 de 2018, um aumento de 52%.
“Muita gente não poderá fazer o álbum este ano, subiu muito. A gente acaba ajudando muito as pessoas que vêm aqui na praça, mas foi um aumento muito alto. Acredito que vão diminuir as vendas e aumentarão as trocas”, concluiu José Roberto.
A movimentação de vendas ainda é maior que a de trocas, mas a tendência é que isso mude com a aproximação da competição, que começa no dia 20 de novembro e se encerra no dia 18 de dezembro.
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