O lápis avança, é pedrada. Não demora bate e fura e quebra o tempo monótono infinito. Tem serviço acumulando nas prateleiras dos arquivos digitais, interligados em rede para minimizar a burocracia que funciona muito bem ao propósito de retardar porque repartição que se prese depende do andamento nesses andaimes de construção ordinária pública.

Agora o grafite vaza a órbita rígida dessa repartição para dividir opiniões. A ponta do lápis toca o piso e o impacto estremece o tédio, constante companhia de tremor sem valor. Tudo sempre no mesmo lugar garante a ilusão de que o mundo estará bem se o movimento das engrenagens nas repartições continuarem ad infinitum reproduzindo o vazio.

Santa rotina necessária, bendito programa condicionador. Muda hábito, muda quem é. Suportar a ideia do universo suspenso sem um ser mitológico organizador soa impossível, por isso as repartições. Se no caos que por fim organizamos outro o lápis abrir novo lapso, irromperão as margens do controle que na repartição inventa-se poder.