
Muitas habilidades são desenvolvidas através da dedicação, assim como também há quem já nasça com elas. Felipe Martinelli dos Santos, de 26 anos, é um desses casos: já nasceu com o talento. Conhecido como o “Rei da Puxadinha”, Felipinho, que vive em Franca há mais de três anos, foi campeão da Liga Brasileira de Sinuca.
A competição realizada entre os dias 22 e 24 de junho reuniu em São Paulo os principais nomes da sinuca brasileira. O destaque foi Felipinho, que bateu o Baianinho de Mauá e outros 60 competidores que disputavam o troféu, e trouxe com ele para Franca o prêmio de R$ 30 mil.
Felipinho é natural de Curitiba (PR), e desde os 13 anos vive o universo da sinuca. Na verdade, o contato com o jogo começou ainda menor, já que o pai era proprietário de um bar na capital do Paraná. Com o tempo, a família percebeu o dom que o garoto tinha com a sinuca.
“Eu, moleque, ainda jogava bola na época. Como meu pai tinha o bar, eu comecei a pegar gosto pela sinuca. Comecei brincando, mas fui jogando bem. Já jogava torneio valendo porco, troféu, e por aí vai... Fui me destacando e pegando gosto”, disse.
O pai, Leonardo, afirmou que, para jogar, o filho tinha que tirar nota boa na escola. Essa era a regra. Além disso, por ser menor de idade, a família teve de provar que o garoto era bem cuidado, já que havia restrições ao esporte.
Pouco tempo depois, já com destaque na região, começou a viajar para jogar. Por onde passava, movimentava comentários: “tem um menino que joga pra caramba”. Felipinho passou, então, por São Paulo, Goiânia, Uberlândia, Limeira e, por fim, Franca.
“Acabei gostando muito de Franca e fiquei. É uma cidade bem tranquila, acolhedora, e os lugares que eu já morei eram muito perigosos. Curitiba é uma cidade boa, mas para mim não é bom por causa de jogo. O Estado de São Paulo é melhor, e aí trouxe meu pai, meus irmãos – um de 12 e outro de 5 anos – e penso em ficar por aqui.”
Além de jogar, Felipinho abriu uma loja de artigos de sinuca em Franca. O Rei da Puxadinha, nome da loja inspirada nos “movimentos únicos” do jogador, abrange roupas, chinelos, bonés, tacos e mesas de sinuca.
A competição
Apesar de ter participado de vários campeonatos ao longo de sua vida, Felipinho destaca que a sensação de conquistar a Liga Brasileira é "incrível". “Os oito melhores do Brasil estavam competindo, é muito bom estar em um lugar com pessoas que a gente admire e aprende, foram dias incríveis”.
Considerado um dos melhores jogadores de sinuca do Brasil, Felipinho divide as admirações com o Baianinho de Mauá – hoje, maior nome do esporte. “O Baianinho tem um nome muito grande, faz 30 anos que ele joga sinuca. Ele é craque, mas eu ganho dele, perco dele, é assim”, brincou.
O maior sonho de Felipinho é crescer na sinuca e que o esporte ganhe reconhecimento assim como os outros, e, quem sabe um dia, estar nas Olimpíadas. “É muito discriminado ainda, julgam como um jogo de boteco, por mais que role dinheiro, é um esporte que não é reconhecido. Com essas ligas e copas, está crescendo bastante e tenho esperança de difundir ainda mais”, disse Felipinho, que sonha também jogar fora do Brasil.
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