O lançamento da biografia da empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, é um dos temas de entrevista publicada neste final de semana pela revista Veja em suas tradicionais Páginas Amarelas. Luiza Trajano fala também sobre política, eleições e o país.
A empresária diz que prefere ser vista como “uma política suprapartidária”, com a missão de influenciar os debates sobre o futuro do país com trânsito pelo maior número possível de legendas.
Na matéria, intitulada "Eu sou política", Luiza revela ter recebido diversas propostas para participar das eleições de 2022 e cogitou até mesmo considerar uma delas. Seu nome chegou a ser lembrado para a disputa à Presidência e posteriormente aventado como possível vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Fiquei na dúvida até as 5 da tarde do dia 2 de abril, um dia de muita pressão, com muitos líderes me ligando", disse ela. "Mas eu não dei conta”.
Luiza Trajano foi de vermelho para a sessão de fotografia da revista. Perguntada se poderia ser associada ao PT por causa disso, a empresária respondeu que não pode "escolher ou deixar de escolher uma roupa pensando no que vão falar", mas admitiu que "já houve um momento em que deixei de vestir vermelho para não me associarem a nada" e que hoje "não vivo em função disso".
Ainda sobre Lula e o PT, Luiza Trajano diz que tem um compromisso com a verdade. "Ela é o que liberta. Agora, por exemplo, ninguém está me tachando de nada porque não me filiei a nenhum partido político", diz ela. "E olha que fui convidada por vários, menos pelo PT. Falaram que eu seria vice do Lula e foi por isso que eu levei muita pancada".
Sobre o que esperar de um próximo presidente, Luiza Trajano é direta: “Que ele una o país. (...) Ele tem de unir o país. A vacinação contra a Covid-19, por exemplo, só deu certo porque uniu o país, porque foi um propósito maior do que qualquer vaidade.”
O livro
O livro Luiza Helena: Mulher do Brasil será publicado pela Editora Gente. “Durante a pandemia, o Pedro Bial (jornalista) me procurou e eu decidi topar”, explica ela. "Esse trabalho é fruto de uma pesquisa que começou há uns cinco anos sobre a minha metodologia de gestão, uma mistura entre caos e ordem”.
No livro, há um trecho que Luiza Trajano aponta o incômodo em aparecer na lista de bilionários da Forbes. “É um tipo de lista em que eu nunca pensei que fosse estar”, explicou. “Quando saiu, tudo bem. Mas depois me vi em tudo quanto era jornal do Brasil e essa visibilidade me assustou. Não era algo que eu almejava, era algo muito distante de mim”.
Perguntada sobre a discrição, e como é ver sua história virar biografia, Luiza Trajano respondeu que tem “muita dificuldade de falar e de ler sobre mim”, mas ressalta um ponto forte da obra que é falar de sua tia (Luiza Trajano Donato, a fundadora do Magazine Luiza).
“Tem muita gente que conhece a minha história, mas não conhece tanto sobre a minha tia. Hoje, ela tem 95 anos, está com demência, alternando dias bons e dias ruins. Poder contar sobre ela é muito especial.”
Por fim, admitindo que tem muita dificuldade de falar sobre o que passou em sua vida, Luiza Trajano afirmou: "Eu vivo muito o presente".
Perfil
Defensora de um modelo de capitalismo consciente, Luiza Trajano é apresentada pela revista como “uma das líderes empresariais de maior prestígio no país”. Aos 73 anos, ela é a única representante nacional na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, publicada pela revista americana Time em 2021, e foi recentemente agraciada com o prêmio Person of the Year, em Nova York, pela Câmara do Comércio Brasil-Estados Unidos.
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