OPINIÃO

Dia da Indústria homenageia com justiça Franca e região

Por Rafael Cervone | especial para o GCN
| Tempo de leitura: 2 min
Arquivo/CGN
Segmentos de calçados, solados de borracha e couro/curtume são destaques na indústria francana
Segmentos de calçados, solados de borracha e couro/curtume são destaques na indústria francana

Na Região Administrativa de Franca, o setor manufatureiro é responsável por 30,89% dos empregos formais, paga salário médio de R$ 2.659,70, o maior dentre todas as atividades, e contribui com 24,24% para o Valor Adicionado. Essas estatísticas da Fundação Seade – Sistema Estadual de Análise de Dados expressam o significado do Dia da Indústria, 25 de maio, para os 19 municípios abrangidos pela Diretoria Regional do CIESP. 

São cerca de três mil empresas, que empregam 30 mil trabalhadores, nos segmentos de calçados, solados de borracha, couro/curtume, máquinas para sapatos e componentes, produtos químicos, açúcar, álcool, implementos agrícolas, autopeças, sementes, adubos, alimentos, torrefação de café e gráficas. Destaque, também, para o Arranjo Produtivo Local (APL) da área calçadista.

O exemplo regional demonstra ser necessário um Brasil com indústria forte, para que possamos oferecer mais oportunidades de inclusão socioeconômica e vida de melhor qualidade à população. O PIB da manufatura no País é de R$ 837,2 bilhões (2021), representando 11,3% do total nacional, participação que caiu nas últimas décadas, voltando ao nível anos 1950. Isso exige uma política ousada e eficaz para o fomento setorial, uma estratégia de Estado e não de governo.

A Covid-19 nos impôs a perda de numerosas vidas e aplicou golpes duros demais na economia, com o fechamento de empresas e aumento do desemprego. Felizmente, estamos vencendo a pandemia. Porém, o cenário é desafiador. Mais uma vez, contudo, a indústria está presente, com a resiliência e determinação características de seus empresários e recursos humanos, mobilizando-se no sentido de contribuir para a retomada do crescimento.

Por isso, arregaçamos as mangas e, apesar da inflação, dos juros elevados e das incertezas do cenário mundial devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, nós, da indústria paulista, estamos fazendo nossa parte, lutando em várias frentes, com estratégias e planejamento. Um exemplo é o projeto da Jornada da Transformação Digital, desenvolvido pelo Senai e o Sebrae, já apresentado às 42 Diretorias Regionais. Nossa meta é estimular 40 mil indústrias a aderirem voluntariamente e a receberem apoio profissional para alcançar a maturidade digital. O projeto tem potencial para proporcionar ganhos médios de produtividade de 50%.

Também temos incentivado as indústrias a adotarem as políticas de sustentabilidade ESG (Enviromental, Social and Governance), que primam por questões importantes de impacto socioeconômico, como o estímulo à presença das mulheres e dos jovens do empreendedorismo. Trabalhamos, ainda, em projetos de incentivo à inovação tecnológica. Tais iniciativas estão em linha, respectivamente, com as exigências da civilização global e da sociedade brasileira quanto às boas práticas empresariais e o advento da Quarta Revolução Industrial, que surge como um dos mais disruptivos movimentos da história econômica.

O parque manufatureiro paulista, pioneiro do setor no País, sempre foi protagonista, como ocorre hoje, nas transformações, respostas, ações e mobilização no enfrentamento das adversidades conjunturais. Por isso, comemoramos com justo orgulho o Dia da Indústria!

*Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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