OPINIÃO

A Terceira Guerra Mundial

Por Toninho Menezes | especial para o GCN
| Tempo de leitura: 3 min

Escrevendo nessa coluna há 24 anos, já comentamos sobre vários assuntos, dessa forma já recebemos críticas e elogios. No ano de 2010 escrevemos alguma coisa sobre a Terceira Guerra Mundial.

Naquela oportunidade, apontamos que a mesma estava em andamento, mas que não era fácil reconhecê-la por ser totalmente diferente das guerras clássicas anteriores, visto que não havia uma declaração pública, tampouco estava centralizada em uma única região, mas em todo o planeta.

Observamos que as anteriores ocorreram na Europa. Naquela oportunidade, recebemos vários comentários criticando o artigo, porém, talvez hoje, após analisarem a seqüência dos fatos ocorridos na última década, não pensem da mesma forma.

Arthur Schnitzler escreveu em 1948, em De La Guerra y Paz (sobre a guerra e a paz) que: “Enquanto houver alguém que, por meio da guerra, seja capaz de aumentar ou adquirir sua riqueza e que, ao mesmo tempo, tenha poder e influência para deflagrá-la, as guerras subsistirão. Essa é a premissa que se deve ter em conta na hora de abordar a questão da ‘paz mundial’. Não nos motivos religiosos, filosóficos ou éticos, esses não têm importância. Com melancolias e sentimentalismos, jamais será possível tocar o coração dos diplomatas, nem dos generais e fornecedores do exército. A solidariedade entre os poderosos é mais forte que a solidariedade entre povos”.

À morte de pessoas inocentes, que são e continuarão a ser vítimas dessa, podemos chamar “loucura”; os que têm o poder em suas mãos, dão o nome de “danos colaterais”, inevitáveis para se alcançar os objetivos traçados.

Por sua vez, o Papa Francisco surpreendeu os jornalistas, durante conversa com a imprensa em 14 de agosto de 2014 a bordo do avião que retornava a Roma vindo da Coréia do Sul, abordando a Terceira Guerra Mundial, afirmando de maneira contundente que: “A Terceira Guerra Mundial já começou, só que ela é apresentada em pequenas partes, em capítulos”.

Na realidade, o mundo atravessou mudança vertiginosa, da qual não sabemos ao certo se os cidadãos do planeta conseguem por si só terem consciência do que está a ocorrer sem serem manipulados e bombardeados por informações, por vezes, duvidosas.

O continente Europeu está morto, afogado que está em seu orgulho, está falido em seu Estado de bem-estar e não sabem o que fazer frente a situações inusitadas, tornando-se cúmplice silencioso da Terceira Guerra Mundial, um Estado invisível a serviço de “interesses outros”.

Elimina-se quase toda uma geração para manter um sistema econômico que não se sustenta por si só, um sistema que, para sobreviver, necessita de guerras de tempos em tempos, como sempre ocorreu na história da humanidade. Como não se pode declarar oficialmente a Terceira Guerra Mundial, então se faz “guerras localizadas”, movimentando a riquíssima indústria bélica e as reconstruções dos locais destruídos pelas batalhas. Assim, os balanços econômicos se equilibram e se restabelecem.

Na verdade, o mundo tem sede de paz, em razão de todas as conseqüências advindas das mesmas. Porém, desde que o mundo é mundo, o maior negócio é o mercado da guerra.

Caro leitor, obviamente aqui não teríamos espaço suficiente para abordar todas as nuances do conflito mundial, face aos “objetivos e planejamentos” traçados pelos detentores do “poder mundial”, pois a nova formulação dos conflitos nos traz uma guerra sutil, discreta, econômica e psicológica, na cultura, no ensino, na religião, na comunicação, na moral, no ócio etc., literalmente adestrando negativamente a humanidade com o objetivo de desumanizar, fomentando o ódio entre os povos, porque sem ódio não há guerra.

Toninho Menezes é mestre em direito público, advogado e professor universitário.

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