A bem da verdade, quem estuda a Bíblia sabe muito bem que em momento nenhum Jesus nos imunizou dos sofrimentos. Pelo contrário, nos ensinou sim, que teremos aflições, lutas e embates. O ensino de Jesus não é alienado das dificuldades inerentes à existência. O ensino de Jesus não nos tira da realidade, não espiritualiza o sofrimento, tampouco faz dos seus seguidores super-homens, ou super-mulheres, que passam pela vida como que vivendo em um “conto de fadas”.
O próprio Jesus quando esteve aqui, não escolheu o caminho fácil. Ao tomar forma humana, trilhou o caminho do sofrimento, desde o seu nascimento até a sangrenta morte na Cruz, enfrentou todo o tipo de provação que um homem poderia suportar. Mas por que teve que ser assim? Para que hoje pudéssemos ter um Sumo Sacerdote que tenha passado por todos os estágios que passamos.
O escritor aos Hebreus nos explica isto da seguinte forma: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”. (Hb. 4.15). Para aprender tal fato não é necessário escola, senão a própria existência. Afinal, todos conhecem a casa do sofrimento e, mesmo sem querer, vez ou outra todos os seres humanos a visitam.
O capítulo das aflições assume nova perspectiva, não quando delas tomamos consciência, mas quando conhecemos aquele que venceu o mundo. Quando olhamos para a maneira como Jesus enfrentou suas dificuldades, somos chamados a renovar o ânimo, a esperança, os sonhos e a alegria. Vejam que isto não é algo que acontece apenas do lado de fora. Não são as aflições que deixam de existir. Algo, contudo, acontece dentro daquele que crê.
O apóstolo João, inspirado por Deus exclamou: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (I João 5.4-5). Tal fato não se explica apenas por um sentimento religioso, mas uma força sobrenatural capaz de criar uma resistência interior. É uma certeza alimentada pela convicção e sustentada pelo próprio poder de Deus. É uma disposição coerente e consciente de avaliar a vida pelo ponto de vista da fé, sem ignorar as circunstâncias.
Portanto, caro leitor, saibamos enfrentar nossas dificuldades de cada dia com a plena confiança que aquele que venceu o mundo está do nosso lado para nos fazer vencer também. Jamais nos esqueçamos, só vence quem se dispõe a lutar. E como disse o Sábio Salomão: “Melhor é o fim das coisas, do que o princípio delas”. (Ec. 7.8).
Concluindo, que o nosso relacionamento com Jesus possa nos renovar em esperança, porque, verdadeiramente, a esperança só é real em Cristo, pois em Cristo, ela não é apenas um consolo para o sofrimento, mas também o protesto da divina promessa contra o sofrimento.
Deus vos abençoe.
Isaac Ribeiro é pastor evangélico e presidente da Assembleia de Deus (Missão) em Franca.
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