FRANCA

Trânsito

A queixa com o trânsito francano, de maneira geral, é antiga. O francano, de maneira geral, nasceu para desobedecer leis de trânsito, parece. Leia o artigo de Lúcia Brigagão.

Por Lúcia Helena Maniglia Brigagão | 13/03/2022 | Tempo de leitura: 3 min
especial para o GCN

A queixa com o trânsito francano, de maneira geral, é antiga. O francano, de maneira geral, nasceu para desobedecer leis de trânsito, parece. Particularmente, tratamentos e terapias desenvolveram-me autocontrole e me ajudaram no arrefecimento de gênio e temperamento digamos, ligeiramente exacerbados. Mas aprendi a parar o carro a fim de dar passagem a transeuntes na travessia de ruas. Sou educadinha e pacienciosa: dentro do carro, nem me reconheço. Embora só receba – e às vezes! –  pequeno sinal à guisa de agradecimento, sigo interrompendo o fluxo de tráfego para algum carro entrar ou sair da garagem; para mulher com criança no colo ou alguém acabar de atravessar a atravessar a rua ou para proteger criança atrás de bola ou para o transeunte chegar ao outro lado da rua ao atravessá-la. Só paro e xingo, quando algum motoqueiro ou motorista surgido do nada ultrapassa meu carro pela direita, quando o esperado seria ir adiante... pela esquerda. Nesse momento, rodo a baiana. O motorista francano, via de regra, não sinaliza intenção de dobrar qualquer esquina; estacionar; voar ou simplesmente parar afim de bater um papo. Aproveita o momento final da troca de cores do semáforo, para ir adiante. Entra pelos intervalos dos canteiros centrais das avenidas para ganhar tempo. E desrespeita os limites de velocidade. Fora isso, se mostra exímio malabarista, isso é verdade.

Já morei em ruas de pouco movimento de carros, havia gente mais educada que agora, indo e vindo, motorizada. Tornou-se frequente, porém, ouvir batidas de carro, porque inversamente proporcional ao aumento da quantidade de veículos, passou a diminuir o respeito entre os motoristas e, curioso, aumentar diretamente o descuido com o próximo. Muitas subidas e descidas, nenhum cuidado com pedestres ou velocidades especificadas. Cruzamentos perigosos. Faixas e placas de sinalização, sim, mas cadê que o povo respeita?

Recentemente descobri que os moradores da rua Felisbino de Lima, na Cidade Nova, têm problema semelhante, senão maior. (Tomara que a queixa chegue ao Departamento de Trânsito e seja levada a alguém que solucione o problema, segundo dizem, de longa data.)  A Felisbino de Lima é larga, comprida. Começa na frente do Asilo Alan Kardec cruza com várias outras vias de trânsito – como a Avenida Brasil, por exemplo – a maioria delas de intenso movimento e, em alguns trechos, absurda e inexplicavelmente ganha mão dupla, depois volta a ser mão simples, depois mão dupla novamente: uma bagunça. No trecho de confluência de ruas e avenidas compreendido entre  Lázaro de Souza Campos, Sete de Setembro, a própria Felisbino de Lima e outras ruas menores mas de intenso movimento por volta dos horários de pico – começo da manhã, horário de antes e pós almoço, de volta para casa – surgem carros, utilitários, vãs e uma particular caminhonete branca, conduzida por mulher que, sem a menor educação ou paciência, ataca todo e qualquer motorista que hesita naquele ponto específico de emaranhado do trânsito, atrapalhando seu fluxo: xinga, faz gestos, grita. Deve ter estudado em algum colégio suíço.

Soube que já foi feita representação dos moradores dos arredores, para tornar a rua de mão única, quer você suba ou desça: a variação das mãos, somada ao aumento de prédios na região faz o tráfego complicado e muito confuso. E muito perigoso. E os carros voam: não há limite de velocidade, numa ou outra direção.

O pedido vai em nome dos moradores da Felisbino de Lima e arredores, constituído de idosos com dificuldade de caminhar e atravessar a rua; idosos sem dificuldade de locomoção; adultos em geral; pais de crianças; crianças que ainda não falam; mães empurrando carrinhos; seres humanos em geral que não possuem a capacidade de voar e alunos das escolas vizinhas.

Se políticos e técnicos que dirigem a cidade não têm capacidade ou vontade de nos proteger, quem o fará?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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