DISCUSSÃO

Condephaat questiona obras em casarão histórico da Estação

Por Pedro Baccelli | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Pedro Baccelli/GCN
Casarão entre a rua General Osório e a rua Diogo Feijó, em Franca
Casarão entre a rua General Osório e a rua Diogo Feijó, em Franca
O casarão que pertenceu à família Abrão, no cruzamento da rua General Osório com a rua Diogo Feijó, no bairro Estação, está sofrendo mudanças estruturais – sem consultoria prévia do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico). 
 
De acordo com o presidente do Conselho, Pedro Tosi, a Prefeitura de Franca não pode expedir alvará de demolição ou alteração sem consultar o Condephaat. Se aconteceu a expedição, ainda segundo ele, o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) corre risco de ter de prestar explicações ao Ministério Público. 
 
“Se o Condephaat tivesse sido consultado, eu seria contra a demolição e a favor do tombamento, porque o imóvel representa a chegada dos árabes, libaneses e sírios aos estratos médios e superiores da sociedade francana”, conta.
 
Apesar de não ser tombado, Tozi explica que o casarão não pode ser demolido por proteger outros edifícios históricos. "Se um prédio está localizado perto de outros bens tombados, ele protege o bem tombado. O casarão está perto do Coreto e do Complexo da Estação da Mogiana."
 
Noronha Júnior, de 35 anos, possui uma loja de imóveis para escritório em frente ao casarão. "Esse prédio por muito tempo foi alugado para uma clínica de prótese dentária. Foi uma escola, era excelente. Mas, de uns tempos para cá, ele já vem causando grandes dissabores para aqueles que têm comércio ou moram na região da Estação."
 
O lojista comemora a reformulação, uma vez que o imóvel foi invadido por moradores de rua e pedintes. "Eles invadiram um prédio privado, defecam, urinam e usam drogas dentro do prédio. Acaba sendo um lugar para bandido se esconder. Eles vêm, nos rouba e têm onde se esconder."
 
A reportagem questionou a Prefeitura sobre as obras, mas até a publicação deste texto não obteve resposta. 
Na fachada do prédio, há uma faixa de imobiliária, anunciando que o imóvel está disponível para locação para ser instalada uma farmácia no local.
 
História
Avaliando a construção, Tosi acredita que o casarão começou a ser erguido em meados da década de 1940.
 
O imóvel pertenceu a Maria Abrão. Filha de comerciante da Estação, ela se formou na primeira turma da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Franca, atual Unesp (Universidade Estadual Paulista). Lecionou geografia na rede pública em escolas de Franca e Pedregulho. Maria Abrão era atuante na comunidade libanesa e síria de Franca e região.

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