A nossa querida “Vila Tião”, transformada em bairro no final dos anos 60, cresceu muito em razão das altas taxas de dezenvolvimento da indústria calçadista e, por conseqüência da necessidade de trabalhadores que vieram para Franca de várias cidades e regiões em busca de trabalho. Assim se instalavam como podiam. Naquela época formaram-se várias aglomerações nas periferias de Franca e com a Vila São Sebastião não foi diferente, pois o crescimento desordenado preponderou.
Caros leitores, em síntese o que ocorreu nos anos 60 impacta hoje nas dificuldades de urbanização e principalmente na mobilidade urbana de toda a Zona Oeste de nossa cidade, pois não se pensou no futuro e, para agravar, como já dissemos em outros artigos, nos dias atuais o crescimento populacional da região continua a ser efetuado com aparência de urbanização, mas, porém, sem nenhum projeto definitivo na questão da locomoção, ou seja, da tão falada mobilidade urbana.
Muito “interessante” é que de quatro em quatro anos políticos, postulantes aos cargos eletivos de governador do Estado de São Paulo e candidatos a Deputado estadual lembram da região oeste de Franca, prometendo a construção de uma nova via de acesso a Vila São Sebastião, que após as eleições nunca se realiza. Em contrapartida os novos bairros não param de ser aprovados e comercializados.
Outro dia já ouvimos de políticos que agora vai sair um novo pontilhão para a Vila Tião - “me engana que eu gosto”. Só acredito vendo, pois até a Via Marginal da Rodovia Cândido Portinari, prevista na concessão como encargo da empresa vencedora por trinta anos, que auxiliaria sobremaneira o trânsito na região, inclusive os custos e a amortização da obra, já constavam nas planilhas do edital - e não foi construída.
Os trinta anos passaram, nova empresa ganhou a licitação e assumiu a concessão da rodovia Cândido Portinari, porém não vimos ninguém que se diz representar os interesses de Franca exigindo e cobrando que se colocasse no edital de licitação, como encargo da nova concessionária, a construção de um novo pontilhão de acesso para região tão importante de nossa cidade. A propósito, apenas queriam a criação de novos pedágios.
Enfim, somente aqueles cidadãos que trafegam pelo pontilhão da Vila Tião, nos horários de pico, sabem a dificuldade que um crescimento desordenado no passado trouxe e que se agrava a cada dia pela mesma situação, ou seja, um crescimento desordenado atual, que agrava a situação do passado e contribuindo, em muito, para os atuais problemas e para os que advirão no futuro em razão do descaso com a forma de administrar o crescimento da cidade.
Toninho Menezes é professor universitário e mestre em Direito Público.
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