A icônica rua Major Claudiano, uma das vias mais movimentadas do Centro da cidade, recebeu um novo nome: rua Maria Beatriz Nascimento. Legalmente, porém, nada mudou. É que o coletivo Afronte Franca fixou um adesivo com o nome da professora sergipana em cima da placa de rua.

A placa, localizada na esquina das ruas Major Claudiano e Dr. Alcindo Ribeiro Conrado, recebeu o adesivo no último sábado, 20. Durante o mês de novembro, o coletivo pretende homenagear personalidades negras nas ruas da cidade.

"A nossa cidade homenageia colonizadores e escravagistas em ruas e estátuas. Muitas vezes, não sabemos sobre isso. Nossas intervenções neste mês são para lembrar que milhares de mãos negras construíram a cidade", diz a assessoria do Afronte Franca.

Historiadora, poeta, professora, roteirista e ativista pelos direitos de negros e das mulheres brasileiras. A primeira homenageada possui um legado de lutas em movimentos sociais. A sergipana Maria Beatriz do Nascimento (1942-1995) ajudou a criar o grupo de trabalho André Rebouças e o Instituto de Pesquisa das Culturas Negras.

Participou de inúmeras conferências falando do negro visto pela sociedade como um escravo. Maria Beatriz visitou o continente africano em duas oportunidades. Em uma delas para conhecer os territórios dos antigos quilombos angolanos.

O trabalho de maior reconhecimento da professora é o filme e documentário Ori (1989). A obra, na qual ela é autora e narradora, traz os movimentos negros no Brasil entre 1977 e 1988. Maria Beatriz foi assassinada pelo namorado de uma amiga, após o homem entender que a professora interferia em sua vida particular. Beatriz aconselhou sua amiga a terminar o relacionamento, devido às constantes agressões domésticas sofridas.