José Antônio da Silva, o “Zé Capeta”, morreu na madrugada desta sexta-feira, 8, aos 69 anos vítima de um infarto. Segundo amigos, ele estava muito bem de saúde atualmente, dormiu na noite desta quinta-feira, 7, e, na madrugada do dia seguinte, seu irmão, com quem dividia a casa, encontrou Zé morto em sua cama.

 

Durante sua vida, ele trabalhou anos como vendedor de sapatos, sendo contratado por fábricas para oferecer o produto à população. Em meados dos anos 2000, arrumou um emprego como vendedor em uma loja de GPSs de seu amigo Marcelo Dib, onde criou uma amizade que durou pelo menos 20 anos. Após Marcelo ter que fechar seu comércio, ele indicou Zé para a Conseg Eletrônica, que o empregou e onde ele também trabalhou durante anos. Atualmente, José estava aposentando, mas ainda passava na eletrônica para fazer companhia e muitas vezes ajudar.

 

Ao contrário do que seu apelido traz à mente, ele não foi dado por ser uma pessoa ruim e sim devido a sua personalidade. “Ele era muito atentado, animado e brincalhão. Chamava sempre a turma para jogar baralho, para reunir mesmo, sem apostar nada, por diversão. Também dançava muito bem, o homem chegava no baile com um terno branco e agitava. Todo mundo chamava ele para as festas porque não ficava sentado, chegava e já saia dançando”, recorda Dib.

 

Marcelo relembra que Zé ia praticamente todos os dias para a igreja Santo Antônio, levando sempre consigo seu bordão “amar e servir”. Com um coração bom, era visto como alguém confiável e que sempre estendia a mão para ajudar. “Ninguém podia falar que estava precisando de um fósforo que seja que ele tirava dele para dar, ele já não tinha muito, mas tentava arrumar com alguém para dar, era muito caridoso e amoroso”, explica Eliana Dib, esposa de Marcelo.

 

“Era santista, até mesmo chorava com os jogos. Deixei ele em casa na quinta, era umas 18h, um tempo depois começou o jogo do São Paulo e Santos. Liguei para ele e ficamos zoando, disse para ele que o São Paulo iria meter o couro no time dele. Ele era muito engraçado!”, conta Lino de Moraes, relembrando as brincadeiras que fazia com seu amigo. Lino conhecia José Antônio há mais de 10 anos, trabalha com fotografia e vídeos e sempre que possível, levava Zé para acompanhá-lo em eventos. “Não foi um cara milionário ou famoso, mas todo mundo gostava dele. Ajudava muito as pessoas, tudo o que podia ele fazia por elas. Foi um dos melhores amigos que tive. Amigo de poder contar para tudo mesmo”, explica Moraes.

 

Dentro as boas ações que José fazia, Lino dá exemplo de uma que aconteceu no final do mês passado, em setembro e, explica que atitudes como essa eram comuns no dia a dia do amigo: “Comprei uma câmera de cinema esses dias e para mandar por Sedex o seguro ficaria muito caro. Perguntei para o Zé se ele podia ajudar, mas que teria que ir para Presidente Prudente. Imediatamente ele saiu de onde estava e foi buscar para mim, pegou vários ônibus. Saiu daqui às 16h e voltou no dia seguinte às 18h. Era muito prestativo, um cara dez”.